capítulo 24

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          CORRADO MARTINELLI

Eu sei que Eloá é falante, feliz e que eu sou um cara introvertido, ranzinza,  solitário. Não sei como ela consegue ver algo de bom em mim. Eu sou confuso, não posso dar a ela o que ela quer. Mas quando ela me provocou, perdi a cabeça. Eu a desejei desde a primeira vez que a vi. Mas sempre tentei manter meus pensamentos longe dela. Pelo seu próprio bem.
Ela é boa demais para alguém como eu. Eu tentei afastá-la tentei ser o meu pior para mantê-la longe, mas ela foi se aproximando mais e mais. E agora que tive o gosto de seus lábios nos meus, vai ser quase impossível não tomar tudo que ela tem para me dar. Eu sou um homem, porra. Eu tentei, juro que tentei, mas agora é tarde demais, eu a quero, quero tudo e eu vou ter.
Seu toque foi tão singelo, e são essas pequenas coisas sobre ela que me atraem ainda mais. E porra, eu fiquei muito excitado, só com o beijo dela. Ainda bem que meu celular tocou ou eu a faria minha. Não me importando com as consequências.
— Boa tarde, Corrado. Estava ocupado?
— pode se dizer que sim, Paolo. Está com algum problema na empresa?
— Talvez você terá que adiantar sua viagem.
— Porquê? — Pergunto me sentando no sofá.
— Pablo terá que fazer uma viagem de negócios antes do previsto por ele. E ligou exigindo falar com você antecipadamente.
— Que porra! E sabe me dizer quando vai ser?
— Ainda não. Mas não se preocupe, quando eu for notificado, falo com você. Estou comunicando a você  porque ele ligou diretamente para mim.
— Entendo como é ele que cuida da exportação. Só pode ser algo grave para exigir falar comigo assim.
— Concordo Corrado, não acredito que ele ligaria sem motivos.
— deixe o helicóptero a disposição e qualquer alteração me ligue imediatamente, não importa a hora.
— Claro Corrado, Você sempre está no controle. Sempre estou o inteirando de tudo.
— não consigo não ter controle sobre tudo, é mais forte que eu Paolo. Julgo que seja meu maior defeito.
— Tudo bem mas pode confiar em seu irmão.
— Eu confio. Se não confiasse, pode ter certeza que eu não estaria aqui.
— Certo, vou cuidar da minha mulher e filha. Bom fim de semana.
— Igualmente. De um beijo em Antonella por mim.
— Claro. — E assim desligamos. Não percebi que Eloá estava na sala, olhando-me com curiosidade.
— Quem é Antonella?
— Minha sobrinha ela tem 3 meses, é a filha de Paolo.
— eu não cheguei a conhecer Paolo e nem você. — Diz ela se aproximando, receosa. Penso que imaginando como será minha reação, eu sempre afastei ela então é compreensível.
— Eu e Paolo quase não passávamos muito tempo aqui. Estivemos por alguns anos no exterior, depois voltamos e ficamos aqui por um tempo. — quando fiz a maior burrada da minha vida, que claro, teve resultados catastróficos.
— E depois nos mudamos para BH, onde temos residência fixa. — exprimo porque é a verdade, quando eu me livrar de Walter, vou voltar para minha vida em BH.
Suponho que Eloá teve a mesma linha de pensamento que eu, porque rapidamente seu semblante mudou para triste. E eu não poderia fazer nada porque não pretendo ficar aqui.
— verdade, creio que por isso nunca vi vocês dois antes. É... Eu preciso ir Corrado. Está ficando tarde. — Ela olha-me demoradamente e eu até quero impedi-la seduzi-la para ficar mais comigo. Mas não o faço, não seria justo com ela.
— tudo bem Eloá. — e assim ela pega sua bolsa e quando vai para sair ela olha para onde estou. Procurando meus olhos vejo coisas que não sei decifrar em seu olhar. Eu quase a puxo para mais um beijo. Mas desisto. Não posso forçá-la a ficar, eu não sou a porra de um príncipe e não tenho nada para oferecer-lhe.
— Tchau! Corrado.
— Tchau!? Eloá.
Observo ela abrindo e fechando a porta atrás dela, fito ela montar em Estrela e parti. Eloá é perigosa para mim, ela tem o poder de me fazer ansiar por coisas que a muito não ansiava.
Acredito que tenho que tentar alguma diversão para adulto, não estou sendo eu mesmo desde que cheguei aqui. O controle que sempre tenho está indo para o espaço, nem depois da viagem que fiz para Piedade Do Sul me deu a estabilidade que preciso.
Acredito que esse lugar é amaldiçoado, se estou aqui me perco. E Eloá não ajuda muito, com sua simpatia e bondade, me deixando Ainda mais instável. Ela me faz sentir a porra de um garoto e eu tenho que me lembrar que sou um homem feito. Por isso decido que irei a boate, preciso de sexo. Isso mesmo uma noite trepando vai me fazer recuperar o foco. Vou ao Club Dell’Ângelo amanhã e com essa convicção vou para meu escritório trabalhar mais um pouco.

                  ELOÁ GOMES

Eu precisava sair da casa de Corrado, foi muita emoção por hoje foi maravilhoso beijá-lo mas a verdade é que estou com medo. Medo de que quando ele for embora para a cidade grande, leve um pedaço meu com ele para sempre. Eu não sei se consigo não me apaixonar por ele, até porque se pensar bem, eu já gosto muito dele, mesmo ele sendo mal-humorado e que sempre está afastando quem se preocupa com ele. Sei que é só o seu mecanismo de defesa. Eu queria poder ajudar ele de alguma forma.
Chego em casa, já está bem escuro. Ainda bem que meus pais não me viram chegar. Sigo direto para meu quarto, preciso tomar um banho. Quando entro no banheiro após me despir, lembro dos beijos de Corrado, do toque de suas mãos, do aperto dele em minha cintura e novamente me sinto quente e desejosa. Nunca me senti assim, já beijei outros rapazes, mais sempre foram beijos rasos, nunca me excitou, não como hoje.
Depois do meu banho visto minha roupa preferida de dormi, short e blusinha e vou pé por pé na cozinha pego um copo de leite e biscoito. Hoje esse será meu jantar. Após lanchar volto para meu quarto e fico pensando em Corrado até adormecer. Hoje foi um dia feliz.

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