capitulo 13

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CORRADO MARTINELLI

3 DIAS DEPOIS

Hoje faz 11 dias que cheguei aqui, e posso dizer que nada se resolveu. Nada daquele crápula do meu primo, ou do João Pedro,  e isso esta me deixando exausto, eu preciso da vida tumultuada de BH, lá eu tinha a mulher que eu escolhesse, e já estou a tempos sem diversão, isso só me deixa Ainda mais puto. E a bruxa, sim, só pode ser isso que Eloá é. A menina tentou me seduzir, não foi até o fim, e quando estava tentando não agarrar ela e mostrar o que um homem faz com garotinhas atrevida como ela, acabo falando algumas verdades, resultando em um tapa na minha cara, nunca me bateram, estou até hoje impressionado com sua atitude.

Ela sumiu depois do episódio no riacho, eu não a culpo. Eu fui mesmo um, como ela me chamou mesmo? cretino. Nunca tinha recebido esse nome nem um tapa de uma mulher. Isso quase me faz querer rir, o que essa menina tem que me faz querer sorrir? É, acho que fiz bem em me isolar em meu escritório. Eu fiquei verdadeiramente tentado quando ela disse que ia mostrar que era mulher,  queria descobrir o que ela iria fazer, coloquei minha melhor cara de que não estava nem ai, esperando para ver qual seria sua atitude, mas vi o exato momento que a coragem dela se foi, e quando ela sentiu dúvida, e depois medo, e então vi sua ousadia se esvaindo, eu a provoquei, sabendo que iria a ofender, porque perdi a porra do meu controle. Veja bem, eu nunca ajo com emoção, a última vez que fiz isso me ferrei. E eu sou muito calculista, mas vendo aquela menina cheia de ousadia, vindo até mim, me Seduzindo, me encantando, fiquei louco, eu quase a puxei e a beijei ali mesmo. Porque vi em seus olhos que era essa sua intenção, Eloá é muito transparente, e isso só me faz a desejar ainda mas, essa sua inocência, sei que essa estrada é muito perigosa de se trilhar.

Estava perdido em meus pensamentos quando meu celular tocou, era Wallace, atendi porque tinha tempos que não falava com ele
— Fala meu amigo. Quanto tempo
— faz algum tempo mesmo Wallace
— minha tia me falou que você estava na fazenda.
— Sim, eu ainda estou aqui na verdade. — Falo olhando para a janela do escritório que tenho como meu aqui.
— Eu estou na casa dos meus pais, na Vila do Café, está  afim de visitar algumas boates na cidade vizinha?. — eu ponderei com cuidado, eu estava cansado de ficar no casarão, e talvez seja isso mesmo que estou precisando, sair, beber um pouco e relaxar.
— Ok, sua mãe mora no mesmo lugar?.
— Sim. — Nos falamos mais um pouco e desligamos.
E assim eu arrumei os papéis que estavam encima da minha mesa, e já ia desligar o computador quando recebi uma vídeo chamada de Paolo.
— Algo importante?— Pergunto assim que atendo.
— Não posso ligar para ver meu irmão mais não?
— ah Paolo, conta outra, quando você quis me ver a troco de nada?
— vou parar de enrolação, você terá que ir até a fazenda na zona da mata visita-la. Para assim negociarmos.
— e tem que ser eu?
— e porque não? Você está tirando uns dias de férias mesmo
— não me irrite Paolo, você melhor que ninguém sabe o quanto estou Odiando tudo isso.
— eu sei Corrado.  Mas posso agendar sua visita?
— Para quando?
— Ainda não marquei, até porque eu tinha que te consultar primeiro
— Certo, pode agendar e me mantenha informado com as datas.
— sim senhor
— e a reunião com Pablo está de pé?
— Sim, sem nenhum contratempo
— Certo. Eu soube que alguns funcionários estão dando trabalho.
— Nada que uma passada no RH não resolva.
— Cuidado em Paolo, apure os fatos antes, não confio muito em fofoca de corredor de empresa.
— Claro Corrado jamais serei injusto.
— Me mantenha informado
— Sempre.
E assim desligamos, na empresa estava tendo umas conversa sobre vazamento de informações, e estão apurando. já demitiram 3 pessoas, isso não esta me cheirando bem. Não quero  culpa de terceiros mais...
E então segui para fora do escritório, subi para meu quarto e tomei um banho,  me vesti com meu conjunto preto, que basicamente é uma camisa social preta e uma calça preta, e sapatos, e depois de me arruma fui descendo as escadas quando estava no Hall da casa minha mãe aparece.
— Vai sair meu filho?
— Sim
— Que bom filho, fico feliz que você vai se distrair um pouco, espero que se divirta muito.
— Quem olha assim pensa que você se importa com minha felicidade. — Digo com desdém. Não sei porque, minha mãe consegue Despertar meu lado ruim só de falar comigo, por isso sempre a evito, nunca saindo do escritório até ter certeza que ela não está no caminho, sei que a casa é dela, mais não tem como conviver com ela, ela sempre trás a tona tudo que eu quero esquecer, mais não consigo, não importa o quanto eu lute para tal
— Claro que me importo filho, sempre me importei, e em todas minhas orações, peço a Deus para te proteger, e te guardar em cada passo que você der.
— pare com isso Ana, conta outra. — Digo olhando para qualquer lugar que não seja para ela.
— É  verdade meu filho, eu te amo.— Ela fala com a voz embargada.
— Onde estava esse seu amor dona Ana, quando você escolheu Walter em vez de  seu filho, quando você podia ter escolhido evitar meu sofrimento e decidiu mentir pra mim, me fazer de idiota, me diga Ana — Eu falo com desdém e amargura
— Onde estava a minha mãe quando eu precisei, quando eu estava sendo enganado? Não seja falsa, eu não preciso que minta mais pra mim. Nem que diga algo que não sente.
— Corrado não fale assim com sua mãe. — Diz meu pai, com olhar severo, então aparece Dario me olhando e Conceição, agora isso virou a porra de um teatro.
— deixei Francesco, eu mereço. —Diz chorando, mais isso não me comove, não mais, ouve um tempo que minha mãe foi o centro do meu universo. Sei que não estou na idade de dar um de revoltado. Mais porra só levei porrada, e agora tudo que mais odeio tá vindo a tona.
— Não tem respostas para minhas perguntas, não é mesmo Ana?. Pois bem, quando você tiver as respostas, talvez poderemos conversar.
— O que está olhando Dario? Quer o quê? Talvez defender seu primo também? Ou quem sabe sua mãe?
— Ela é a nossa mãe Corrado. — Diz Dario, olhando para mim com dor. olho para minha mãe, vendo ela com os olhos cheios de lagrimas, mais tarde de mais para voltar atrás, desfiro minhas palavras como espada, que dói em mim mesmo Quando as digo.
— pois para mim ela deixou de ser a 8 anos. — Só ouço o engasgo de choro de minha mãe e Conceição, e saio pela porta da frente me Odiando, por sentir muito por fazê-la sofrer, por faze-los sofrer.
Por isso prefiro sempre me afastar dela. E de uma coisa eu sei, nessa casa não piso mais. Não posso. E demais para mim. Pego meu carro — chegou para mim a uns 4 dias — e saio dirigindo, sem rumo por muito e muito tempo, e não quero parar, não ate esse ódio, essa dor que está me consumindo, que não me deixar respirar passar. Porque mãe, porque me traiu assim?, o que eu fiz? O que eu fiz para que todos que eu amei me ferirem dessa forma. Confuso, triste, saio pelas estradas, e vou para o único lugar que encontro paz, meu refúgio.

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