EPÍLOGO 1

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                      ELOÁ GOMES 

                       DIAS DEPOIS

Hoje é o grande dia e eu não poderia estar mais feliz. Está tudo muito lindo, um sonho se realizando. Estou muito emocionada porque para chegar até aqui, foi percorrido um longo caminho. Por várias vezes, quis desistir, mas sempre continuei e não me arrependo, não quando tudo está melhor do que em meus sonhos. Muitas pessoas já estão se acomodando em seus bancos. Meu casamento será ao ar livre, na grama mesmo. Fizeram um tipo de corredor com várias flores ao lado dos bancos dos convidados e um altar com um arco de flores. Está tudo perfeito, melhor do que eu imaginei.

— Está sonhadora, não é filha? — pergunta mamãe.

— Estou agradecendo a Deus, mamãe, porque está tudo tão perfeito. Não poderia estar mais feliz, mãe.

— Eu também tenho muito a agradecer, filha, e que você viva feliz para sempre com Corrado.

— Amém, mamãe. — digo abraçando minha mãe. Natália se aproxima.

— Vamos parar com o chororô porque não podemos borrar nossa maquiagem. — Todas as minhas madrinhas usaram vestidos rosa, achei maravilhoso, elas estão lindas. Laura, Helena, Natália e Kátia são algumas das minhas madrinhas de casamento.
Dario também é meu padrinho e ele trouxe sua própria companheira, uma moça da cidade grande. Ela é bem simpática e acredito que algo está rolando ali. Desejo a maior felicidade para eles se for o caso.
Natália está triste. Até hoje, William não mandou mais notícias. Ela está mais conformada, mas vejo em seus olhos que ela só tenta ficar bem. Espero de coração que ela supere.
Saio dos meus pensamentos quando Laura deixa cair sua bolsa. Minha irmã está muito estranha ultimamente, nervosa e desatenta. Ela não foi para BH estudar, resolveu ficar por aqui mesmo. E acho que algo está acontecendo com ela.
— Está tudo bem, Laura? — pergunto. Ela se aproxima de mim com os olhos cheios de lágrimas e diz baixinho:
— Estou grávida. — Isso me deixou em choque. Nossa mãe tinha saído para chamar nosso pai, então só estávamos eu, Natália, Laura, Helena e Katia.
— Como assim grávida, minha irmã? — pergunto, pois ela nem tem um namorado. Aí me vem à mente Ramon. Ela percebe que compreendi e baixa o rosto.
— Aconteceu uma única vez. Bem, fui até a casa dele e, hum... Ah meu Deus! — Eu a abraço forte e ela chora no meu ombro.
— Vai ficar tudo bem, minha irmã. Ramon sabe? — pergunto e ela nega com a cabeça.
— Não, depois que ficamos, ele disse que foi um erro e que não poderia se repetir, e foi embora. Ele deixou a fazenda. — Ela não para de chorar e vejo Helena pegando água para ela, enquanto Katia nos ajuda a consolar Laura.
— Vai ficar tudo bem, minha irmã...
— Desculpa estragar seu casamento, Eloá, mas já não sabia a quem contar, e se nossos pais souberem, eles vão ficar tão decepcionados. — Ela se senta e eu me sento ao seu lado.
— Vou levá-la comigo para BH. Você pode morar na hípica, se não quiser viver conosco na cobertura. — Ela limpa as lágrimas e olha com esperança para mim.
— Você faria isso por mim?
— Claro, minha irmã. — Nossa mãe chegou na hora e nos olhou, estranhando toda aquela comoção.
— Por que está chorando, Laura? — Ela perguntou.
— Nada, mamãe. Só emocionada mesmo. — Helena, para nos salvar, entrou com um papo sobre Antonella e isso distraiu mamãe.
Meu pai aparece na porta e pergunta se estou pronta. Meu cabelo está solto e com uma tiara de flores de um lado só, um pequeno véu. Meu vestido de noiva é branco, longo, com rendas, solto e com uma pequena cauda. Minha maquiagem é básica, pois é um casamento diurno, bem ao pôr do sol.
— Você está linda, filha, é meu orgulho. Estou muito feliz e espero que você possa viver feliz para sempre com sua família, filha. E sempre poderá contar conosco. — Meu pai fala, beijando minha cabeça.
— Obrigada, papai. — Digo emocionada.
— Vamos, filha? Seu noivo está muito ansioso, e estão pegando no pé dele. — Eu acabo sorrindo, imaginando como ele não deve estar.
— Vamos, papai. — E então saímos da casa e seguimos para irmos até o altar. Papai está muito lindo. Ele disse que precisava caprichar para levar a filha até o altar.
— Pai, e o João Pedro? — perguntei. Meu irmão estava se recuperando bem, ficou seis meses em uma clínica e depois voltou para a fazenda ajudando o papai como peão. Mas ele teve um desentendimento com nosso pai e foi embora. Eu mandei um convite e esperava vê-lo.

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