Capítulo 51

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                    ELOÁ GOMES     

                15 DIAS DEPOIS

Não foi e não está sendo fácil ter um relacionamento à distância. A primeira semana foi horrível, a falta que ele faz é imensa e saber que estamos a horas de distância é angustiante. Mas fazemos tudo o que podemos para dar certo. Ele não pôde vir na semana passada e eu não queria viajar sozinha de helicóptero pela primeira vez. Então ficamos nos falando por chamada de vídeo e fizemos amor assim várias e várias vezes. Isso ajudou um pouco a matar a saudade que tínhamos um do outro e só dormíamos quando nos falávamos. Às vezes, ele me ligava ainda trabalhando com medo de que eu dormisse tarde demais o esperando. Mas não adiantava porque eu só dormia quando ele chegava em casa. Minha rotina no Haras continuou a mesma de quando não o conhecia, vivia trabalhando com Ramon e Sebastião. Não vi mais Dario e acho muito bom. Espero que eu não o veja tão cedo. Não quero que ele tente algo agora que seu irmão está longe, porque não vai rolar. Perdida em meus pensamentos, não vejo minha irmã e Natália se aproximarem.

— Está animada para ver seu boy hoje? — pergunta Natália.

— Está na cara, essa noite ela nem dormiu. — Fala Laura me perturbando.

— Parem com isso vocês duas, viu? — Falo fingindo estar brava.

— Eu sei o que você está passando, amiga. Quando William vem e precisa ir embora, fico arrasada. — Natalia fica pensativa.

— Imagino, amiga. Porque não vejo a hora de ver Corrado.

— Que horas ele virá buscá-la?

— Ele já saiu de lá. — Eu já arrumei minhas malas e estou muito nervosa. Ficamos fofocando mais um pouco até ele ligar falando que estava me esperando na fazenda. Meu coração estava muito acelerado, parecia que sairia pela boca. Era como se fosse nosso primeiro encontro.

— Vai com Deus, filha, e se cuida. — Disse mamãe me abraçando chorosa.

— Fica com Deus também, mamãe. — Eu abraço minha irmã e minha amiga. Papai é quem vai me levar para a fazenda.
Chegamos lá uma hora depois. Corrado estava conversando com seu pai, vestindo uma calça preta e uma camisa social azul escuro. Já mencionei que ele estava bonito? Ele havia aparado a barba e o cabelo estava diferente. Quando ele viu o carro se aproximando, parou de conversar com seu pai e esperou por nós. Saímos do carro e eu corri para os braços de Corrado. Ele me abraçou forte e beijou meus cabelos.
— Bom dia, Osvaldo. E obrigado por trazer Eloá.
— Bom dia. Cuide bem da minha menina, Corrado.
— Com certeza, Osvaldo. — disse Corrado, me dando um beijo na testa. Cumprimentei o senhor Francesco, vi Ana ao longe e deixei Corrado conversando com nossos pais para ir até ela.
— Bom dia, Ana.
— Bom dia, menina Eloá. Vai passar alguns dias em BH?
— Sim. Estava ansiosa para passar um tempo com Corrado.
— Ah! Entendo, Corrado é um homem muito bom. Merece ser feliz. — Ela falou, parecendo triste. Quando estava prestes a perguntar o motivo dela ter ferido o filho daquela forma, Corrado me chamou.
— Tenho que ir, Ana. Falamos mais outro dia.
— Vão com Deus, filha. Que Deus abençoe vocês. — e assim fui até meu namorado. Estava ansiosa para ficar sozinha com ele. Não podemos faltar com respeito aos nossos pais, então ficamos comportados até entrarmos no carro e irmos em direção ao heliporto. Eu estava com medo. Já havia voado de avião para alguns lugares, já que participei de uma competição fora do país, mas nunca havia voado em um helicóptero.
— Pronta? — Corrado perguntou, beijando meus lábios.
— Sim. — e assim entramos no helicóptero. Ele me ajudou com o cinto e me acalmou, sentando perto de mim. Voar de helicóptero me assustou muito, mas com Corrado ao meu lado, foi uma viagem tranquila e deu para aproveitar bem. Ver as terras da fazenda Martinelli foi maravilhoso. Foi incrível ouvir Corrado falar com amor sobre os pés de café e a história de seus avós.
Chegamos em BH algumas horas depois. Seu carro já estava nos esperando, e tenho que confessar que ver o modo CEO de Corrado é bem estranho. Ele não pede, ele manda e todos acatam sem nem contestar.
— Vamos para minha cobertura, tudo bem?
— Claro. — Eu disse, observando a cidade pela janela do carro. Os prédios altos, as pessoas correndo de um lado para o outro e os carros em constante movimento. A vida na cidade grande é muito agitada.
Quando chegamos ao prédio onde Corrado disse que tinha sua cobertura, era mais tranquilo. Entramos em uma garagem subterrânea e, quando saímos do carro, o carro que estava atrás de nós estacionou. Depois descobri que eram seus seguranças.
Nós pegamos um elevador que subiu diretamente para a cobertura. Assim que entramos no hall de entrada, fiquei encantada com o luxo de tudo. Fiquei de boca aberta por alguns minutos. A sala de estar tinha um enorme sofá de canto preto e um tapete tão peludo e macio que perdi vários minutos passando meus pés por ele. Havia também uma mesa de centro de vidro perfeita, uma TV gigante e janelas que pareciam uma parede de vidro, indo do chão ao teto. Depois, havia a sala de jantar com uma mesa preta de oito cadeiras, uma mesinha de canto, uma espécie de armário com um enorme espelho e algumas decorações.

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