capítulo 62

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                   ELOÁ GOMES


Eu dormi nos braços de Corrado depois da nossa reconciliação. Foi tão prazeroso. Fizemos amor demorado e com calma, matando nossa saudade. Agora, ele está dormindo abraçado a mim. Escuto alguém batendo na porta, visto a camisa dele e ajeito meu cabelo, e vou atender.

— Olá, Senhorita Eloá. Eu percebi que vocês não saíram para a refeição e tomei a liberdade de trazer uns pratos variados para o almoço, ou melhor, jantar de vocês. — Ela fala com simpatia e cuidado. Eu não desconfio dela, então deixo que ela entre com a comida, junto com um rapaz. Eles colocam tudo em cima da mesinha e saem.

— Muito obrigada, Samantha. — Digo e fecho a porta. Em seguida, subo as escadas para acordar meu amor.

— Corrado, acorda. Estou com fome. — Falo beijando seu rosto, cabelo e lábios. Ele abre os olhos e sorri.

— Parece até um sonho, sabia?

— Como assim?

— Eu acordando com você assim ao meu lado. Vem cá, minha menina. — Ele me puxa novamente para cima dele e me beija. Ficamos namorando assim por vários minutos e, depois, fomos juntos tomar banho. Só depois fomos almoçar. Paolo aparece para falar com Corrado, e enquanto isso, eu ligo para minha mãe e falo que estou bem.

— O que está olhando pela janela, linda?

— Aqui tem trilhas?

— Sim, quer fazer? Quando der um sol, podemos ir se quiser.

— Mas não vamos embora hoje? — Pergunto enquanto ele se senta comigo perto da janela e me coloca no meio de suas pernas, e ficamos assim abraçados.

— Só vamos para o Chalé quando você quiser, linda. — Ele fala beijando meus cabelos.

— Paolo vai voltar sozinho?

— Sim.

— E quando você vai voltar? — Ele fica sério, e eu temo por sua resposta.

— Não vou voltar, não sem você. — Fui pega de surpresa. Não esperava essa resposta.

— Mas é seu trabalho de CEO. A empresa...

— Nada, nada é mais importante que você, amor. E não vou mais suportar ficar dias sem você, nem mesmo vou me contentar com um fim de semana. Eu quero você perto de mim o tempo todo, amor. E se aqui for o lugar que você escolher para viver, aqui será o meu também. — Ele fala beijando meu nariz, e meus olhos se enchem de lágrimas. Sei o quanto a empresa é importante para ele. E se ele está disposto mesmo a ficar aqui por mim, é porque ele realmente mudou. E estou muito feliz.
— Mas eu quero ir para BH com você, amor. Eu já tinha decidido ir morar com você em Belo Horizonte, Corrado. Quando voltarmos, vou conversar com meus pais sobre minha decisão. —  Ele segurou minha mão e levou até seus lábios para deixar um beijo.
— Eu estarei com você, amor. Vamos falar juntos com seus pais. — respondeu ele. Eu pulei em seus braços, o enchendo de beijos, estava mais que feliz.
— Te amo, Corrado!
— Te amo, linda! — respondeu ele. Passamos o dia vendo a chuva cair, abraçados e falando sobre o futuro e o presente. Agora, ele sempre me incluía em tudo. Até me contou sobre a demissão de Vilma e por que não havia feito antes. Esse sim é o meu Corrado.


           DIAS DEPOIS


Voltamos esta manhã para o Vale do Café e não poderia estar mais feliz. Passei dias maravilhosos ao lado de Corrado. Ele me deixou no Haras e foi para seu chalé, mas disse que viria me buscar para dormir com ele e conversar com meu pai.

— Mas você está muito sorridente, Eloá. Vejo que se acertou com seu namorado. — disse Laura quando me viu subindo as escadas.

— Sim, minha irmã. Eu amo aquele homem.

— E acha que não sei disso. Te desejo toda felicidade do mundo, você merece, minha irmã.

— Muito obrigada, Laura. Você também vai encontrar o amor e será muito feliz. — eu a abracei e falei baixinho em seu ouvido,
— se você já não o encontrou, não é mesmo, minha irmã? — Um rubor rosado cobriu todo o rosto de Laura e ela baixou a cabeça.

— Não precisa ficar envergonhada, Laura. Estar apaixonada nos faz muito bem, e espero de coração que dê tudo certo. Saiba que tem uma pessoa que torce muito por vocês.

— Papai nunca vai aceitar, Eloá. Ele não passa de um peão aqui no Haras.

— Ele está aqui porque quer e imagino que o motivo seja você. Sabemos o quanto ele é muito disputado por todos os clubes e Haras, e que nunca vai faltar trabalho ou dinheiro para ele, Laura. Não deixe que a opinião dos outros ou o preconceito estrague algo lindo que vocês poderiam viver.

— Obrigada pelo apoio, minha irmã, é muito importante. — ela falou, me abraçando.

— Por nada, irmãs são para isso.

— O que vocês estão cochichando aí? — perguntou minha mãe, vindo me abraçar. — Como foi o passeio, Eloá?

— Maravilhoso, mamãe. A senhora sabe que eu amo Corrado, não é?

— Claro que sei, minha filha. — disse minha mãe, passando a mão em meus cabelos.

— Eu decidi que vou morar com Corrado em BH. Passamos mais de 40 dias separados, mamãe, e não quero viver assim.

— Você será feliz lá, filha?

— Sim, mamãe. Já fiz amizade com algumas pessoas e até estava procurando um trabalho em uma Hípica. — falei, olhando para minha mãe com lágrimas nos olhos.
— Mas vou sentir saudades de vocês. E tenho medo do papai não aceitar.
— Também vamos morrer de saudades de você, filha. Mas se Corrado a faz feliz, se você quer viver com ele, se é isso que você quer, não podemos fazer outra coisa a não ser te apoiar, filha. Nunca criamos nossos filhos para nós mesmos, e sim para o mundo, porque sabemos que um dia eles vão seguir seu próprio caminho. E não poderia estar mais feliz vendo que você está indo atrás de sua felicidade, mesmo que para isso tenha que morar tão longe de nós.
— Eu te amo, mamãe. E sempre vou vir visitar vocês. — Fiquei conversando com minha mãe por muito tempo. Falamos sobre o que eu levaria e como convencer meu pai.
Horas mais tarde, Corrado aparece todo lindo em suas roupas comuns: bermuda, camisa regata e óculos escuros. Nunca tinha visto esse homem saindo de regata e chinelo de dedo. Acho que estou babando aqui.
— Oi, meu amor. Já estava com saudades. — Ele fala em meu ouvido a última frase e beija minha testa.
— Também estava com saudades.
— Onde está seu pai? — Ele pergunta.
— No escritório, por quê?
— Eu preciso falar com ele. Você se importa se eu falar com ele a sós?
— Você vai falar sobre nós irmos morar em BH?
— Também, amor. Vai ser rapidinho e aí vamos para a casa. — Ele fala, já indo para o escritório de papai, bate na porta e depois entra e se fecha lá dentro. Minha mãe aparece e me puxa para fora da porta.
— Deixa os homens se entenderem, filha.
— Mas e se papai brigar com ele, mãe?
— Corrado vai se sair bem, Eloá. — Corrado demorou quase uma hora lá dentro com meu pai, e quando ele saiu do escritório, papai veio com ele. Ele olha em minha direção e sorri.
— Corrado me contou sobre a sua vontade de ir morar com ele em BH. E isso mesmo que você quer, filha? Isso te fará feliz? — Eu sorrio para meu pai e confirmo com a cabeça.
— Sim, papai, é tudo que mais quero. — Falo sorrindo, indo até Corrado e segurando suas mãos.
— Eu o amo, papai. — Meu pai olha para nós dois, sorri e confirma com a cabeça.
— Sendo assim, vocês têm minha benção, filha. Que você seja muito feliz nessa sua nova vida. E você, Corrado, espero que cumpra tudo o que me prometeu. E que faça minha filha muito feliz. Minhas filhas são meus tesouros.
— Sim, senhor Osvaldo, honrarei tudo o que disse ao senhor. Cuidarei muito bem da sua filha.
— Que vocês sejam muito felizes, meus filhos. — disse minha mãe, indo ao lado do meu pai. Eu já estava emocionada, assim como ela. Não poderia estar mais feliz agora que tinha a bênção de ambos.

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