capítulo 19

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CORRADO MARTINELLI

Não estou me entendendo.


Estava indo tomar um banho quando Eloá me surpreendeu, por isso estava sem camisa, e vi como ela me olhou, e não vou negar me senti bem, seus olhos inocentes e curiosos passando por meu corpo, não sabendo disfarçar, foi interessante de se vê. Eu bem mais vivido que ela consigo camuflar meus desejos e pensamentos, isso não quer dizer que ela não me atrai e que não me desperta desejos, claro que sim, teria que ser um tampado para não deseja-la como um louco. Só tento não pensar tanto nisso, não quero corromper a menina, ela é boa demais pra mim.


esquento a comida que ela trouxe, me sento na cozinha e almoço. Lavo o que sujei. Depois do banho, vestido em um terno, vou para o quarto que uso como escritório. Tenho uma reunião com Roger, depois com os acionistas, e Paolo por videoconferência, vamos ao trabalho.




DIA SEGUINTE



Acordei tarde hoje quase não dormi e quando peguei no sono já estava amanhecendo. Pensei a noite toda e me decidi: vou afastar Eloá pra longe de mim. Mesmo que no processo ela se machuque, é o melhor para nós dois. Para mim porque não sei ser de outra forma, não quero me quebrar novamente. Para ela porque se ela não sair machucada agora sairá depois, porque não tenho nada de bom para oferecer, não tenho concerto, tenho bagagem demais, sou quebrado demais, amo minha solidão e não preciso de mais complicações, não quando já tenho mais que o necessário.


Saio dos meus pensamentos e me preparo para fazer uma caminhada. Desço para a cozinha e faço meu café e Eloá me vem em meus pensamentos. É sempre assim. Essa menina ainda vai me deixar maluco, lembro que ela não gosta de café sem açúcar, sua personalidade tão doce deve vir do açúcar que ela ingeri. Quase tenho vontade de sorrir por isso ela está fodendo meu juízo. Isso não pode dar certo.


Estou com calças de moletom preta e uma camiseta preta, após calçar meus tênis saio para a corrida. Estou me descuidando sem academia, preciso resolver isso urgente. Após ter percorrido um longo caminho, estou na estrada, quando vejo a dona dos meus pensamentos, em sua égua Estrela.


- Olá Eloá. - comprimento


- Oi! Corrado. Está Caminhando cedo hoje.


- Pode se dizer que sim. E você está dando um passeio?


- que nada. Eu fui fazer um favor para minha mãe.


- Entendi. - Digo já pensando em voltar para casa.


- Você não quer ir até o rancho? a Dona Branca fez um bolo maravilhoso de fubá. - Ela convida com um sorriso no rosto.


- Não posso, tenho que voltar, preciso trabalhar. - Tenho que lembrar da decisão que tomei.


- A sim. - Ela fica pensativa. Eu observo seu rosto tão lindo, seus lábios carnudos e seu corpo tão atraente montada em sua égua, parecendo uma Amazonas.


- Posso levar para você mais tarde.


- não precisa. - acabo sendo rude


- Não seja grosso, Corrado.


- Só estou sendo positivo.


- Grosso. - ela afirma fazendo um biquinho lindo.


- não me importo com o que você pensa.- vejo ela revirando os olhos. Não gosto de tratar ela assim.


- Tenho que ir.


- Tá bom. - E assim vou me afastando. Voltando para casa e pensando se não fui muito grosso com ela. É o que eu sou, é assim que tem que ser. Volto para casa.


Assim que chego em casa tomo um banho e vou para o escritório e começo a trabalhar.


Vilma, me liga Eu a atendo a dias. Não falo com ela desde que ela voltou para BH.


- Bom Dia Sr. Corrado.


- Bom dia, Vilma.


- Liguei para falar sobre as suas reuniões do final do mês.


- Algo novo? Pablo desmarcou?


- Não. Tem mais alguns investidores e possíveis clientes que querem falar com você pessoalmente. - Começamos a falar de quantos dias teria que ficar fora da fazenda e deduzi que seriam de 3 a 4 dias.


Eu teria 2 reunião a cada dia, sendo o terceiro dia 3 reuniões. É cansativo, eu sei mais é o preço que se paga por querer ferrar com o ordinário do meu primo. Depois que desliguei continue com o trabalho analisando documentos e planilhas.


Tantos negócios para tão pouco tempo. A hora passou rápido que eu não me lembrei do almoço. Só tomei café e mais café perdido no trabalho.


Eu ouvi alguém batendo na porta e me chamando, saí do meu escritório e fui atender a porta era Eloá. Abri a porta e olhei para a garota linda a minha frente.


- Olá Corrado.


- O que faz aqui Eloá? - Sou ríspido


- eu trouxe alguns pedaços de bolo para você.


- Eu acho que disse que não precisava Eloá.-Porque ela tem que dificultar as coisas? não quero ser um ogro com ela.


- pensei que só estava com vergonha de aceitar.-Tao inocente ah! Eloá, como pode querer cuidar de alguém como eu?


- Não estava com vergonha, só não queria mesmo. - por favor, linda se afaste de mim.


- Você não gosta de bolo de fubá? - ela pergunta com uma voz tão doce que tenho vontade de abraçá-la e não soltá-la.


- Gosto.


- Então, porque não quer?


- porque não pedi. - sei que fui um filho de uma puta com ela, mais tem que ser assim. É o melhor, eu não sou bom pra ela. Eu não sou bom para ninguém.


- Porque você é assim em? - ela pergunta com os olhinhos brilhantes, tentando ver algo bom em mim. Não tenho nada de bom linda. Vejo que ela ficou magoada com jeito que falei.


- É meu jeito de ser. - digo fingindo indiferença, acredito que consegui porque ela está zangada.


- você venceu Corrado, toma o bolo e fique aí sozinho, não vou mais incomodá-lo. - E assim ela vai embora chateada, e me sinto mal. Mais era o que eu queria não é? Então, porque meu dia ficou uma merda depois que ela foi embora?


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