capítulo 43

727 72 0
                                    

             CORRADO MARTINELLI

                     2 DIAS DEPOIS

Acordar com Eloá nos meus braços não têm preço. Ela não sabe o bem que me faz, nem como fico feliz com sua presença.
Dou beijinhos no rosto dela para acordá-la.
— Acorda, Linda, já está tarde. Daqui a pouco tem que ir para casa. — Ela se espreguiça e vira para o meu lado sorrindo.
— fica muito linda sorrindo assim quando acorda, sabia? — falo, beijando a ponta de seu nariz.
— Ah, sei! Com essa juba de cabelo.
— Para mim, é maravilhosa de qualquer jeito. Já fiz o nosso café. E Cida já fez alguns pães de queijo.
— Está acordado há muito tempo?
— Há algumas horas. Você vira a noite assistindo séries e depois não aguenta acordar cedo, rum.
— culpada. Vou me levantar, Sr. Corrado.
— Atrevida. — me deito por cima dela e esfrego minha ereção em seu centro quente. Ela geme
— Corrado, se comporte. Cida vai aparecer aqui a qualquer momento. — saio de cima dela e ajeito meu pau.
— Sabe como fico quando você me chamando de senhor. — É um fetiche estranho, eu sei, mas é que Eloá me chamando de senhor me enche de tesão.
— foi assim que começou nossa história. Como posso esquecer.  —Ela fala, se levantando e indo para o banheiro. Tem muitas coisas de Eloá aqui em casa. É como se ela morasse aqui comigo também.
Eu tento não pensar no que está para acontecer ou vou me afogar em meus medos e inseguranças. Mas acredito que já posterguei demais aqui. Chegou a hora de ir para casa e seja o que Deus quiser. Eu tive que aprender a pulso que não temos o controle de nada na vida, que só podemos torcer para que as coisas sigam o curso que queremos. Olho para a janela do Chalé que foi minha casa por alguns meses, e como fui feliz aqui com minha menina atrevida. Nunca imaginei que iria me entregar em outro relacionamento, sendo que jurei que não aconteceria, que não baixaria minha guarda e aqui estou eu, louco por uma menina, que é dona do sorriso mais lindo que já vi no mundo, com o coração mais bondoso que alguém poderia ter. Eloá só tem qualidades boas. Não sei o que viu em mim, alguém tão quebrado, tão perdido.
— Estou pronta para descer. — Ela fala, me abraçando por trás encostando a cabeça em minhas costas. Tão baixinha. Eu a pego em meus braços e ela passa suas pernas por minha cintura.
— Está muito gostosa, senhorita Eloá.
— Essa gostosura é só sua, Senhor Corrado. — ela fala atrevida é nos beijamos, mas somos interrompidos.
—Crianças, preciso arrumar o quarto de vocês, então para fora, anda. — Disse Cida, batendo na porta.
— Olha só. Que ousadia é essa, Cida? — Digo e Eloá bate em minha bunda.
— Cida pode tudo, anda vamos. — E assim descemos para a cozinha, tomamos café, e ficamos juntos o dia todo.

               DIA SEGUINTE

Hoje acordei bem cedo e deixei Eloá dormindo para fazer minha corrida matinal. A viagem à zona da mata mineira me deixou exausto, e fiquei mais vulnerável com meus sentimentos. Eu sempre busco o controle, mas Eloá me tira do chão. Quando chego em casa, ela está na cozinha. Eu me aproximo dela de mansinho e a abraço por trás.
— Bom dia, linda. — Beijo seus lábios.
— Bom dia, meu amor. Quando acordei você não estava na cama. — Ela faz bico.
— tive que correr um pouco, linda.
— Ah, sim. Me chama da próxima vez.
— Com certeza a chamarei. — falo beijando seu pescoço.
— Por que não foi trabalhar na fazenda hoje?
— Eu só vou precisar ir lá para pegar alguns papéis com meu pai, e vou estar livre o dia todo. Quer ir lá comigo? — Pergunto porque ainda não a levei lá. E acho que faria bem andarmos juntos um pouco. Ela para de mexer na panela e pula em meus braços.
— Adoraria, Senhor Corrado. — Diz beijando em meus lábios, e retribuo com fome.
— Então vamos tomar nosso café e sair. — A coloco no chão. Após tomarmos nosso café, limpamos a cozinha. Ela foi até nosso quarto e vestiu um lindo vestido.  E seguimos juntos em direção à fazenda.
Chegamos à fazenda, descemos do carro e, de mãos dadas, entramos no Hall de entrada do casarão.
— Eu já vim aqui várias vezes, mas nunca pude entrar no casarão. É realmente muito lindo. — Ela fala encantada, e não posso negar.
— verdade, Eloá, o casarão é bem conservado. — Ela observa os detalhes de madeira na entrada, nas escadas, janelas, o ambiente é bem organizado.
— muito obrigado por me trazer aqui, Corrado. — Ela diz me olhando amorosamente. Beijo de leve seus lábios.
— Se eu soubesse que você ficaria tão feliz assim, teria vindo antes com você, linda. — falo passando a mão em seus cabelos, encantado com seu sorriso de felicidade. Nem percebo que minha mãe saiu da cozinha vindo ao nosso encontro com um sorriso.
— Olá, meu filho. — Ela olha para Eloá sorrindo e abrindo os braços. Eloá solta minha mão e vai até minha mãe. — Ah, meu Deus, que visita boa. Como está Eloá? — pergunta abraçando Eloá.
— Estou muito bem, Dona Ana. E a senhora?
— Estou ótima, minha filha. E nada de me chamar de Dona ou senhora, só Ana mesmo está ótimo.
— Então tudo bem, Ana. — Eloá diz sorrindo. Fico parado, observando a interação das duas.
— Filho, você e Eloá querem tomar café conosco? Seu pai está à mesa. — eu aperto minha mão em punho, às vezes esqueço que, se vier aqui, terei que interagir com Ana. Eloá responde à pergunta da minha mãe, e não poderia ficar mais agradecido.
— Nós já tomamos café antes de vir, Ana. Mas muito obrigada.
— Mas venham até Francesco para que ele conheça a namorada do nosso filho. Vocês estão namorando, não é?
— Sim, estamos. — confirma Eloá sorrindo. Ela não percebeu meu desconforto. Eloá vem até mim e segura minha mão, olhando para o meu rosto.
— nós vamos até a sala, amor?
— Vamos sim, linda. — Digo e caminhamos até a sala de jantar de mãos dadas, onde meu pai estava sentado.
— Oi pai, hoje apareci um pouco mais tarde. — Ele olha pra minha mão entrelaçada com a de Eloá e sorri. Meu pai não é de muitos sorrisos, e penso que ele aprovou.
— Sem problemas, filho. Ainda mais com essa bela mulher ao seu lado. Bom dia, Eloá.
— Bom dia senhor Francesco. — Ela diz tímida.
— Venham tomar café conosco.—Meu pai chama, e sem jeito aceitamos. Sentamos a mesa, e Conceição veio até onde estávamos para servi o café.
— Obrigado, Conceição.
— Por nada filho. Oi menina Eloá, estou feliz que veio nos visitar. —Disse Conceição.
— Quando Corrado me convidou, eu nem acreditei. — Ela fala sorrindo. E Conceição olha pra mim com carinho. Ana então começa com suas divagações de quando eu era criança, e meu pai entra no assunto também, eu permaneço calado.
— Você lembra filho, que aos 15 anos, você colocou na cabeça que queria andar de moto sozinho e acabou caindo e se ralando todo. Fazia dó do quanto ele ficou machucado. — Ana começa
— Ah! Tá explicado o porquê de você dizer que não gosta de moto. Você aprontou, não é Corrado? —Eloá me olha travessa.
—  Também acredito que seja por isso, Eloá. E ele nunca mais pegou uma moto para andar. Acho que foi pelo susto que levou.—Continua Ana sorrindo.
— Como pode afirmar que não andei mais de moto? Se bem me lembro, há anos não falo com você, Ana. — Digo irritado com aquela farsa. Ela me olha com os olhos assustados. Se ela pensa que só porque Eloá está aqui vou ser falso como ela? Ela está enganada, não vou fazer a porra de um teatro.
— Pai, vou esperar o senhor no escritório, ok?— comunico a ele, não dando a mínima para nada. Eloá me olha sem entender o motivo do meu surto.
— Sim filho, estou terminando aqui e já o encontro lá.
— Eloá, eu vou adiantando o trabalho no escritório do meu pai.  É coisa rápida, vamos comigo?
— Fique, Eloá. Eu gostaria de te mostrar o casarão. — oferece Ana.
— Vou ficar aqui com sua mãe, Corrado. — Eloá fala, parecendo chateada.
— Ok. — E saio para o escritório antes que eu perca o resto da minha paciência. Vou para a garrafa de Uísque agora cedo. Que se foda. Meu pai aparece minutos depois.
— Então filho está tudo preparado para sua volta a BH?
— Sim, pai. Amanhã pretendo ter uma conversa com Osvaldo e assim entregar o dossiê com todos os documentos e arquivos que encontramos. E espero que ele tome as próprias providências com o filho. Minha parte estou fazendo.
— Certo filho. E quanto a Walter?
— Vou pedir que Osvaldo me comunique caso ele apareça em suas terras. E caso o senhor venha  vê-lo, me ligue imediatamente que venho na mesma hora.
— claro filho, pode contar com isso. Você já falou com Eloá sobre sua viagem?
— Ainda não, pai. Não sei qual será sua reação quanto a isso.
— Entendo. — Meu pai fica pensativo. — Fique até a festa que daremos esse fim de semana. Assim terá mais tempo com sua garota.
— Mas e a empresa, pai?
— seu irmão pode cuidar dela por mais alguns dias. Ele também virá para a festa, e vocês podem ir juntos.
— tudo bem, obrigado pai.
— Eu sei o quanto é importante filho. E cuide da sua garota. — ele aconselha, batendo em meu ombro. Então, tratamos dos assuntos relacionados ao trabalho. Demorou mais do que o esperado. Quando terminamos, já passava da hora do almoço. Então, saí à procura da minha baixinha. Ela estava na cozinha com Conceição. Eu a peguei de surpresa beijando seu pescoço.
— Oi linda. Demorei mais do que o planejado. Me desculpe.
— Tudo bem, Corrado. Foi bom que conheci todo o casarão, até mesmo seu quarto, que devo ressaltar, é Adorável.
— Sei. — Faço uma careta. Estávamos rindo das histórias que Conceição estava contando e beliscando um queijo. No momento em que Ana aparece na cozinha.
— vocês vão esperar o almoço? — Eloá olha para mim.
— Vamos para casa, Eloá, porque mais tarde tenho que te deixar em casa e conversa com seu pai. — explico, beijando seus cabelos.
— Ah! vocês podiam ficar para o almoço, filho. Pedi a Conceição para fazer o seu prato preferido. — insisti Ana. Eloá parece querer aceitar o convite.
— Já disse que não podemos, Ana. — Eloá fecha a cara, parecendo zangada.
— Certo, filho. O convite se estenderá para uma outra ocasião. Antes que eu me esqueça, daremos uma festa neste fim de semana e conto com a presença de vocês dois.
— Muito obrigada pelo convite, Ana, e se Corrado concordar, compareceremos sim. — Ela fala olhando para mim.
— Tudo o que quiser, linda. — respondo, beijando seus cabelos.
— Que felicidade! Estou contando com a presença dos dois.
— Claro, Ana. — fala Eloá sorrindo.
— vamos, linda?
— Sim. Foi um prazer passar a manhã com vocês, Ana. — disse Eloá, abraçando as duas.
— O prazer foi meu, Eloá. Tchau, meu filho. Adorei a visita. vão com Deus. — fala Ana.
— Até mais tarde, Conceição. — me despeço e seguimos para fora. Eloá não diz nenhuma palavra, mas sei que ela não gostou do meu jeito de tratar minha mãe. Quando chegamos ao carro, ela senta no banco, afivela o cinto e fica emburrada. Não falo nada porque não há nada para dizer.
Seguimos para o chalé. Assim que chegamos, ela sai do carro, abre a porta do chalé e sobe as escadas para o nosso quarto. Tento recuperar um pouco da minha paciência e subo atrás dela. Quando chego ao nosso quarto, a encontro jogando suas coisas na mochila e sacolas.
— Que porra é essa, Eloá? Tá louca é?
— Louca eu? — Ela Grita, dando uma falsa risada. — Você acha que é certo tratar sua mãe assim, Corrado? Ela é uma pessoa tão amorosa e gentil, sempre cuidando de você com tanto carinho. Até agora não estou acreditando no que presenciei. Esse não é o Corrado que você apresenta para mim. — Eloá continua juntando suas roupas e falando merdas que não sabe.
— Como pode ignorar sua mãe daquela forma? Você finge que não tem ninguém falando com você e, pior ainda, revela que não fala com ela há anos, mas fala com todos ao redor dela? Você não tem coração? Não percebe como você a machuca?
— Chega Eloá. Você não sabe de porra nenhuma para estar me acusando assim. Não vou permitir que você fale sobre algo que não entende. E, se tem pelo menos um pingo de consideração por mim, não fale o que não sabe. — esbravejo, já perdendo toda minha paciência.
— Então me diga, me diga a razão por tratar sua mãe assim? Me diga algo plausível para não chamá-la de mãe? — ela me enfrenta, olhando em meus olhos, procurando por respostas que não estou preparado para dar.
— Tenho meus motivos e garanto que minhas razões são aceitáveis. Tem pessoas que fariam pior. Ana fez algo imperdoável para mim. Você acha que meu pai ou Conceição aceitaria que eu tratasse minha mãe mal se não houvesse uma razão por trás? Então aconselho que,  antes de vir com acusações, você pergunte. — vocifero, chateado, saio do quarto a deixando sozinha.
Precisando de espaço saio de casa. Merda de ideia de levá-la para o casarão. Queria que ela visse o quanto é importante para mim. Que isso de alguma forma influenciasse sua escolha de prosseguir ou não com o nosso relacionamento. Estava tentando mostrá-la que a levo a sério, mas o tiro saiu pela culatra, como sempre, Ana fodendo com minha vida.
Pego as chaves do carro e saio de lá. Preciso de controle e ficando perto de Eloá não vou encontrar nenhum. Bato com força no volante. Porra de vida! Parei perto do Riacho e saio do carro. Me sento em uma pedra. Poderia ter vindo andando, mas precisava sair de lá sozinho. Tudo do meu passado me sufoca. Eu sou inabalável nos negócios, na vida de modo geral, mas quando se trata de sentimentos, da minha mãe, Walter e Manuela, eu perco a porra da compostura. Parece que o passado enterrado resolveu me visitar.
Fico ali até a calma e o controle voltarem. Não quero magoar Eloá com palavras, ou que nossa briga seja ainda maior. Por isso, resolvi dar um tempo.
Ao notar que posso conversar sem me alterar, retorno para o nosso chalé. Quando me aproximo da casa da fazenda, Rildo surge.
— Corrado, Eloá me pediu para levá-la até o Haras e eu a levei.
— Tudo bem Rildo, sem problemas, obrigado. — e sigo para o chalé. Talvez seja o melhor.  Tento me convencer disso. Logo que chego em casa, vou para o meu escritório. Tentando me convencer que trabalhar seria a solução. 

Meu Caminho Até Você Onde histórias criam vida. Descubra agora