capítulo 54

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              CORRADO MARTINELLI

                    10 DIAS DEPOIS

Estava saindo tarde da empresa, depois de um dia cheio de contratempos e reuniões intermináveis. Eu seguia para casa quando recebi uma ligação de Ângelo.

— Boa noite, Corrado.
— Boa noite, Ângelo. Em que posso ajudar?
— Precisamos conversar. Estou no Club esta noite, preciso que venha até aqui.
— Certo. Vou levar Eloá comigo.
— Ok, espero vocês.

Quando ele não diz o motivo, é porque não é algo bom. E ainda há os russos me perseguindo nos negócios da minha família. Isso é inaceitável. Tenho minhas dúvidas sobre algumas coisas que precisamos esclarecer.

Eu havia dado a Eloá um par de brincos de ouro branco com diamantes e esmeraldas em um jantar à luz de velas que fizemos na varanda do meu quarto, o lugar que Eloá mais ama em toda minha cobertura. Acredito que seja pelos mesmos motivos que os meus, já que foi ali que fizemos amor pela primeira vez depois que a trouxe para Belo Horizonte. É um bom lugar para se perder em suas curvas deliciosas, e cada dia mais minha garota está mais gostosa e ardente na cama, sempre me deixando louco e viciado por ela. Amo aquela menina com tudo de mim.

Hoje quero entregar o colar de coração de ouro branco com 30 pontos de diamantes. Me custou uma nota, mas amo vê-la com meus presentes e é como se o presente fosse para mim, já que sou eu quem mais se beneficia, quando me afundo dentro dela usando as joias que dei. Só não entreguei o colar junto com os brincos porque sabia que ela não iria aceitar. Mas a joia mais importante, aquela em que eu pedirei que ela seja minha para sempre, só entregarei quando eu resolver esse caos todo que está rondando minha vida. Não é bom que ela fique no meio dos problemas que tenho que resolver, já que temos muitos inimigos declarados.

Cheguei em casa mais tarde do que deveria. Quando entrei na cobertura, Eloá estava sentada no sofá com o notebook em mãos. Quando me viu, ela veio até mim e me abraçou. Eu a peguei e a girei em meus braços, beijando seus lábios.

— Jana já foi embora?
— Sim, ela saiu daqui alguns minutos.
— Preciso de um banho, vem comigo?
— Claro.

Tomamos banho juntos e jantamos. Estávamos na sala fazendo carinho um no outro. Ela estava deitada em cima de mim com a cabeça em meu peito, enquanto eu beijava seus cabelos. Era o nosso momento, só nosso, onde eu me recarregava. Estar com Eloá é como encontrar o meu equilíbrio.
— Você deve estar muito entediada aqui, não é? Você trabalhava ao ar livre no haras e agora está presa aqui em uma cobertura, sem muita emoção. — Pergunto porque tenho medo de ela não estar se sentindo bem.
— Vou falar que é um pouco diferente. Mas não é nada que me deixe incomodada, estava falando com Jana e ela me disse sobre uma Hípica que fica a alguns quilômetros daqui e queria ver se eles não estão precisando de uma professora lá. Quem sabe eu não possa morar aqui com você e trabalhar lá.
— Você está falando sério, Eloá?
— Claro que sim. Eu posso dar aulas, vou amar dar aulas de hipismo. E melhor ainda, poderei fazer o que eu gosto e ficar perto de você.
— Verdade, amor. Vai ser maravilhoso, e sempre que você quiser, poderá ir visitar seus pais.
— Eu sei, amor, só precisamos planejar tudo direitinho. — e ficamos nessa conversa gostosa até que chega uma notificação no meu celular, era Ângelo.
— Eloá, Ângelo está me chamando para ir ao Club, tinha até me esquecido. Vamos?
— Claro, amor. — ciumenta, e assim fomos nós arrumar. Ela vestiu um vestido maravilhoso preto com uma fenda até no meio de suas coxas.
— Você está maravilhosa, Eloá. Para ficar ainda mais perfeita, quero te dar um colar.
— Outro, amor? Você me deu os brincos que amei. Não preciso de tantas joias, e não estou com você por isso.
— Eu sei que não, amor, mas quero te presentear porque gosto. Me sinto bem.
— Promete que vai ser a última joia? Não quero coisas caras, Corrado. Só quero você.
— Tá bom, só vou te presentear com joias em dias especiais para nós, tudo bem?
— Sim.
— Agora, vire para mim para colocar em você. — Ela se virou, e eu coloquei, e ficou perfeito.
— Nossa, que lindo, amor, só vou usar hoje, e vou deixar guardado aqui. Tá bom?
— Tá, amor. — Eu vesti uma roupa que sempre uso para ir lá: calça preta e camisa social preta. E o broche com o brasão do Clube. E depois de prontos, saímos em direção ao Club. Já passava das 11 da noite. Hoje tem algumas atrações, e estou tentado a mostrar o nível 3 a Eloá.
Chegamos 30 minutos depois. Entreguei meu carro ao manobrista, e entramos, sendo reconhecido pelo broche me dava acesso livre.
Vi o momento em que Eloá percebeu que havia algumas atrações rolando. Esse Club é quase idêntico ao da cidade de Albuquerque. A diferença é que é maior, e os clientes são ainda mais seletos. São pessoas do alto escalão, como deputados, governadores, um pessoal bem rico que gosta do anonimato.
— Tem várias pessoas conhecidas por aqui, Corrado. — Ela sussurra.
— Sim, por isso esse club é tão exclusivo. Aqui estão pessoas importantes que têm, bem, seus desejos sexuais para realizar. — Ela ficou impressionada com todos os rostos conhecidos. Estávamos em uma parte mais tranquila, onde se bebia e dançava, havia sofás espalhados e mini salas tipo cabines onde se podia ficar mais à vontade sem olhares. Diferente do outro club, a sala de Ângelo fica no penúltimo andar.
— Quer ficar aqui me esperando com Katia e meus seguranças ou quer ficar em uma sala mais tranquila?
— Aonde você vai? Não quero ficar aqui sozinha. — Ela fala fazendo um biquinho lindo.
— Tenho uma reunião com Ângelo, mas depois vou te apresentar o nível 3. — Falo com malícia e vejo que ela se animou mais.
— Me leve para onde eu fico mais tranquila para te esperar, não quero ser incomodada.
— Tudo bem, vou deixá-la no penúltimo andar nas salas que alguns magnatas usam para negócios. — Negócios prazerosos. Assim indico a ela o elevador exclusivo que só 4 pessoas têm acesso.
— Boa noite, Sr. Corrado. O Sr. Ângelo o aguarda em sua sala. — Katia nos informa.
— Katia, você poderia fazer companhia a Eloá enquanto eu tenho uma reunião com Ângelo?
— Sim, Sr. Corrado, será um prazer. — Ela diz enquanto subimos para o penúltimo andar. Assim que chegamos ao corredor com um amplo espaço, com algumas poltronas, vasos de plantas e mesas espalhados, Eloá ficou analisando o lugar. O corredor dava acesso a várias portas com quartos que podem ser usados para negócios e prazer.
— Meu amor, você ficará bem com Katia?
— Sim, pode ir que ficarei te esperando.
— Vou levá-la para a sala número 2. Pode ser, Sr. Corrado?
— Sim, Katia. Já volto, amor. Estarei nessa sala aqui. — Mostro a sala em que estarei e beijo seus lábios. Resolvo acompanhar Katia e Eloá até a sala em que ficarão e só depois me encaminho para a sala de Ângelo, batendo na porta.
— Entre. — Quando entro na sala, está tudo um breu tão escuro que é impossível distinguir qualquer coisa. Me preocupo com Ângelo, ele é mais apegado à cor preta do que eu, mas ficar em plena escuridão é loucura.
— O que aconteceu para a sala ficar nessa completa escuridão?
— Estou em sérios problemas, Corrado. — Ele fala com a voz cansada.
— Me conte o que houve? — Pergunto, ligando a luz na sala. Ângelo estava de costas e olhava para fora pela janela.
— Tem algumas pessoas querendo atrapalhar meus negócios e os seus, pelo que investiguei.
— Sim, os russos Smirnov. Eles estão dificultando minha vida ultimamente. Mas o que isso tem a ver com você? — Pergunto, me aproximando de onde ele estava.
— Creio que tudo é para me atingir indiretamente, porque eles querem atingir meus amigos, já que não tenho família. — Ângelo não tem ninguém na vida dele, sendo assim, não tem nada a perder. Mas ele tem três pessoas que ele diz proteger: eu, William e, bem... A garota proibida.
— Você sabe o motivo? Irritamos algum magnata por aí? Ou você, por ter vários clubes espalhados pelo país?
— Já fiz uma pesquisa ampla e não encontrei nada. Não há ninguém com tanto ódio assim. E sabe o que é pior?
— Me diga.
— Essa pessoa conhece meu passado. — Fico pensativo porque o passado do Ângelo é cabuloso.
— Poucas pessoas sabem. — Falo porque não acho que alguém tenha ideia do segredo dele.

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