capitulo 23

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                  ELOÁ GOMES

Cheguei em casa um pouco mais tarde. E minha mãe veio até onde eu estava preocupada.
— demorou filha. Aconteceu algo?
— Não mãe é que eu paguei as contas e depois fui ao mercado comprar algumas coisas para mim.
— E Corrado esperou você resolver tudo na rua?. — Perguntou sem acreditar.
— Sim, ele ficou meio entediado mas esperou.
— Ele é um bom homem. Mas ele sofreu uma decepção muito grande filha, não se iluda com ele.
— por que mãe?— Quando ela estava para me explicar apareceu meu pai.
— chegou tarde filha.
— Muitas coisas para resolver papai ai demorei mais do que deveria. Vou guardar as compras e tomar um banho. — Eu saio de perto deles.
Sei que se eu ficar por perto eles tocarão no assunto das inscrições para o campeonato de hipismo e que eu ainda não estou preparada, apesar de que mais cedo ou mais tarde teremos essa conversa, porque só falta 5 dias.
Após guarda minhas compras, vou para meu quarto e logo vou para o banho e me permito pensar em Corrado e no que ele fez por mim hoje, mesmo ele tentando ser indiferente e Frio. Eu não consegui me segurar e beijei seu rosto. Não sei se foi o ciúme da mulher que eu vi com ele ou a curiosidade, mas eu quis fazer e não me arrependo. Espero poder me aproximar mais dele e quem sabe ele me veja como uma mulher e não uma menina... Depois de muito tempo me sinto eu mesma, tendo meus próprios desejos, tomando minhas próprias decisões, sem meus pais as controlando o tempo todo e tenho que confessar ser assustador e ao mesmo tempo revigorante.
Logo após o banho seco meus cabelos e visto um vestido soltinho.
Desço para jantar, sigo para a cozinha e Laura estava lá sozinha.
— Oi Eloá, ficou sumida o dia todo.
— eu fui à cidade para mamãe Laura. E você, o que fez hoje?.— Prefiro mudar de assunto antes que toque no nome de Corrado, que nem eu sei o que está acontecendo. Sento-me perto dela.
— Estudei e depois fui à casa de Rose. — Laura parou de falar e sei que é algo que diz respeito a Natália. — Natalia está muito triste e arrependida de ter discutido com você e com medo de ter te magoado.
— Ela me ofendeu um pouco. Não vou mentir. Todavia ela é minha melhor amiga. Estou esperando ela aparecer para gente conversar. Contudo, não vou atrás dela, Laura. Ela me acusou de está querendo Dario e me fazendo de ingênua. Isso é mentira, eu nunca suspeitei dele.
— eu sei Eloá, eu nunca te vi nem se quer falando de Dario de outra forma que não seja como amigo. Mas acredito que Natália, vendo ele tão próximo de você, pirou. Imagina se você ver a pessoa que você gosta perto de outra pessoa, parecendo íntimos. — olhando por esse lado, não gostaria de ver Corrado com intimidade com ninguém.
— Pensando assim...
— pois é, Eloá você deveria dar um desconto para Natalia.
— mas não estou com raiva dela.
— Então, se ela aparecer aqui, você falaria com ela?
— Claro Laura, ela não deixou de ser minha amiga.
— que bom, minha irmã. – e então Laura me abraça.
Nós duas nos servimos e jantamos falando do nosso dia. Terminamos e lavamos a louça e cada uma foi para seu quarto. Ainda bem que não vi meus pais. Deitei-me e fucei um pouco no notebook, queria pesquisar sobre Corrado, mas desisti, não quero descobrir sobre ele por meio da Internet.  E assim peguei no sono pela primeira vez, me sentindo leve.

                  DIA SEGUINTE

Acordei cedo e animada. Hoje vou ver Corrado novamente. Sei que não deveria estar criando expectativas, mas é difícil não as ter.
Levanto-me e faço minha higiene matinal, visto um vestido verde quase da cor dos meus olhos. Deixo os meus cabelos soltos e abro as janelas do meu quarto e o arrumo. Estou feliz e o dia está lindo e espero que continue assim.
Quando desço para tomar café só está branca na cozinha.
— Bom dia branca.
— Bom dia Menina madrugou hoje foi?
— Sim, hoje estou animada.
— Estou vendo. E fico muito feliz. — sorrio para ela.
— Há muito tempo não te vejo com um sorriso tão bonito menina.
— Você poderia me ajudar a fazer biscoitinho de nata hoje, Branca?
— Claro menina, depois do almoço você vem aqui que vamos colocar a mão na massa.
— Muito obrigada! Branca. — falo beijando seu rosto.
— Agora vá tomar seu café menina. — eu tomo meu café bem rapidinho.
Então sigo para os estábulos. Eu vou ajudar os funcionários a escova os cavalos, ou então vou auxiliar no treinamento. Ramon é bem serio, mais se você souber consegue arrancar alguns sorrisos dele.
— Bom dia Ramon.
— Bom dia Menina, Eloá.
— Até você Ramon. — Finjo estar brava.
— Foi mal Eloá, força do hábito. Ouço tanto o seu pai e o meu te chamando assim que fica marcado na mente.
— tá bom, vou deixar passar mais só essa vez viu?
— sim senhora. — e então ele sorriu. Viu só como é fácil. Não é como Corrado que até agora não o fiz sorri mais ainda vou conseguir.
— qual dos cavalos vamos treinar hoje?
— está mesmo animada, Eloá. E isso é ótimo porque vou precisar de ajuda com o Cascudo.
– Olha o nome do pobre do cavalo, não concordo com isso. — tadinho, mas ele tinha um casco grande mesmo, mesmo aparando e cuidando direitinho, colocando ferradura, o apelido não morreu.
Vou até Cascudo e passo a mão em seu pelo. Não percebo a chegada de Dario.
— Bom dia, Helô.
— Bom dia, Dario. Tudo bem?
— Tudo ótimo e você?
— tudo bem também! Você tem andado sumido ultimamente, Dario. — Digo porque senti falta dele igual senti de Natália.
— muito trabalho, sabe como é, né.— fala constrangido e sei que é mentira.
— Sabe que sou sua amiga, não é mesmo, Dario?.
— Claro, Eloá. — mas não pareceu gostar do título. Será que sempre foi assim e eu não percebi?
— Não precisa mentir para mim então seu bobo. — ele ficou quieto por um tempo.
— Quero te convidar para cavalgarmos mais tarde. O que acha? Podemos ir até os pomares.
— hoje não vai dar, Dario, eu tenho um compromisso. —não menti, vou ver Corrado. E vejo que ele fica decepcionado. 
Mas não posso ficar alimentando os sentimentos dele por mim. Não quando sei que estou magoando Natália, e também não posso correspondê-lo.
— tudo bem, fica para outro dia.
— combinado então.
— então, Helô, Qualquer dia desses nós podemos ir à cidade juntos. O que acha?
— Claro, Dario vamos sim. Nós marcamos o dia direitinho e chamamos a Laura para ir conosco.
— E a Natália?.
— Bem, nós meio que discutiu. —Digo triste.
— o que ouve?. Você ficou triste de repente.
— Eu amo minha amiga. Não gosto de ficar sem falar com ela
— Entendo mais, vocês vão voltar a conversar rapidinho.
— Tomara Dario. — trocamos mais algumas palavras e ele se despediu e foi embora.
Depois do almoço, com a ajuda de Branca, fiz alguns biscoitinhos de nata. Logo após me arrumei vestindo outro de meus muitos vestidos para ir até Corrado. Peguei Estrela, selei ela e fomos em direção o chalé.
Cheguei lá bastante nervosa, desci de Estrela e a deixei pastando e fui até a porta e bati.
— Corrado. — ele demorou alguns minutos mais apareceu.
Hoje ele está com uma camisa azul, calças jeans e estava lindo de fazer qualquer uma babar por ele. Sempre que o vejo acontece um turbilhão de emoções dentro de mim algo que eu nunca senti antes.
— Entre Eloá. — e meio receosa, entro em sua casa. Como sempre, ele está com uma expressão neutra.
— Trouxe alguns biscoitinhos de Nata que eu ajudei a preparar.  — digo envergonhada.
— Obrigado. Quer tomar café ou suco?
— pode ser Café?
— Claro me acompanhe até a cozinha. — Ele então se movimenta indo ate sua linda cozinha para fazer o café. E eu só fico olhando e me sento à bancada da ilha.
Como ele fica lindo nessa cozinha gente. Ele está de costa para mim e vejo seus ombros largos e esse bumbum grandinho? Da vontade de apertar. Ainda bem que ele não pode ler pensamentos ou me acharia uma safada.
— quer ajuda?
— não, já  estou terminando.
— Você gosta muito de café, pelo que vejo.
— Sim. Quando somos criados com uma família que ama café, fica difícil não ser apaixonado também. O aroma, o sabor. Nós ficamos com um paladar mais refinado. E não conseguimos tomar qualquer qualidade de café mais.
— Está dizendo ser um especialista em grão de café?.— Digo sorrindo. E ele olha para mim com cara de poucos amigos.
— Pode para de rir, mocinha. E sim, em partes, sou um especialista em grãos de café. Mas é Dario que é o especialista da fazenda Martinelli.
— Oh! Não sabia que tem cursos para se especializar. — eu fiquei curiosa.
— Sim existe. Chama-se Q-Grader e são muito importantes para os cafeeiros porque ele é a pessoa que prova, degusta e avalia os grãos. Se são ou não de qualidades. E é Dario que faz a classificação dos Grãos da fazenda. — Corrado fala desse assunto com tanta paixão que fico impressionada.
— que interessante, deve ser maravilhoso poder reconhecer todos os grãos de café.
— Sim, um Q-Grader consegue reconhecer até 36 origens diferentes de café. Eu fiz um curso uma vez mas, não fiz a calibração.
— então tem que continuar com o curso para se tornar especialista?.
— Sim precisa da calibração para continuar com a licença. — ele diz acabando de fazer o café que estava com um cheiro maravilhoso.
— Que cheirinho de café gostoso.
— O segredo do café é sempre acabar de coar e tomar na hora, assim você aproveita melhor o sabor.— Ele me entrega uma xícara com o café e quando vou colocar o açúcar ele faz uma cara engraçada de desaprovação, mesmo assim o adoço e tomo e está com um sabor incrível.
— E é um pó de café especial, esse também é o segredo.
— Este café está com o sabor incrível. Vai me contar qual pó de café usou?
— Não posso revelar meus segredos assim, Eloá.
— Não seja mal Corrado. — faço beicinho brincando. E ele faz cara de pensativo.
— quem sabe um dia você não descubra. — e então ele sorri.
Isso mesmo, ele sorriu. Não acredito que vi um sorriso desse homem. Ganhei meu dia. Suponho que fiquei com cara de tonta porque ele olha pra mim preocupado.
— o que foi? Não gostou do sabor?
— não... quer dizer sim... eu gostei sim... É... hum!... que você sorriu. Eu nunca te vi sorrindo.
— Me assustou, Eloá! pensei que você tinha odiado o café!
— Não, o café está perfeito! eu quero mais um pouco para acompanhar os biscoitinhos de nata que você nem tocou, rum.
— verdade, pode se servir de mais café. E vamos experimentar os biscoitos — e ficamos ali naquele clima gostoso, tomando café confortavelmente com biscoitos de nata.
— e então, gostou dos biscoitinhos?
— não sei se você já reparou, mas não sou muito chegado ao açúcar, mais gostei sim dos biscoitos, não vou negar.— nós estávamos sentados bem pertinho um do outro.
— Pensei que era só com o café.
— não, é com quase tudo que tenha muito açúcar.
— Acredito que temos que mudar isso aí em.
— não estou sabendo disso não. Hum! — Ele diz descontraído. Me olhando com algo próximo a desejo, me deixando com o coração acelerado.
— Ah! mais vamos sim. Vou te presentear com muito açúcar ainda Sr. Martinelli.— falo e vejo que ele está me avaliando. A última vez que disse isso a ele, ele disse que iria fazer algo que ele queria muito fazer.
Ele me olha com uma sobrancelha arqueada. E Se levanta da cadeira e para bem em frente de onde estou e se eu não tivesse sentada cairia dura no chão.
— Eu julgo que nós tínhamos falado sobre o nome de Sr. Martinelli saindo dessa sua boca gostosa não é mesmo Eloá?— Não consigo pensar em nenhuma palavra pra dizer a ele, só consigo olhar para seus olhos e lábios tão sedutores que me deixa agitada.
Minha mente está entrando em curto e minha respiração ficou suspensa. E nesse momento sinto ele passeando seus dedos por meus fios de cabelos, subindo até tocar meu rosto e com isso eu fecho os olhos. O toque é tão suave, tão bom. Ele solta um som e acredito que é uma risadinha. Ele se aproxima da minha orelha e diz em um sussurro rouco, causando arrepios pelo meu corpo.
— Você deveria soltar a respiração, Eloá. — Ah! Merda, Será Que eu estou sonhando?. Eu quero beijá-lo quero sentir seu toque.
— Corrado... — sussurro, sentindo o rosto dele a um fio de distância do meu.
— Sim. — ele responde rouco, parecendo tão afetado como eu estou por ele.
— nós vamos nos beijar?.—Pergunto, envergonhada, mas também muito ansiosa.
Abro meus olhos e olho para aqueles olhos azuis intensos. Ele está com o nariz bem próximo do meu e sinto sua mão em minha cintura, me levantando da cadeira. Ele me pergunta, olhando com tanta intensidade que chego a ofegar.
— Você quer que eu a beije, Eloá? — e eu confirmo com a cabeça, incapaz de dizer qualquer palavra que seja.
Sem dizer mais nada, Ele me pega pela cintura e eu fico quase nas pontas dos pés e a outra mão vai para meus cabelos. Eu me apoio em seus braços e ele toca meus lábios com os seus suavemente e meu coração bate tão forte que tenho medo dele ouvir.
Quando ele aprofunda o toque de nossos lábios, eu sinto que estou flutuando. chego a suspirar, sua língua pede passagem e eu permito que entre, e então ele encontra com a minha em um beijo intenso e avassalador. Nossos lábios sempre se buscando para mais e mais e ficamos assim por alguns minutos.
E quando ele me aperta mais de encontro com seu corpo forte, eu arfo surpresa com a dureza que sinto pressionada em minha barriga. E ele geme em minha boca e o beijo fica ainda mais intenso, me deixando com as pernas bambas, quase uma geleia e eu me sinto muito quente. Eu estava segurando em seus ombros, mas querendo mais dele, passo as mãos por seus cabelos e solto um gemido baixinho quando ele puxa meus lábios para dentro de sua boca e eu retribuo fazendo o mesmo, ele começa a beijar meus lábios com um desejo arrebatador. Provocante ele aperta meu corpo ainda mais contra ele. Eu estou tão excitada que arfo assustada. Ele continua apertando minha cintura com intensidade e cada vez mais sinto seu membro duro contra minha barriga, me deixando pegando fogo por ele.
Estamos ofegantes quando nosso beijo é interrompido porque o celular dele começou a tocar. Mesmo assim ele desce distribuindo beijos por meu pescoço,  deixando arrepios por onde sua boca tocava. Eu custo abrir meus olhos com medo de ser um sonho. Quando abro vejo aqueles olhos azuis me analisando.
— Tudo bem?.— Ele pergunta com a voz rouca.
— Sim. — digo em um sussurro ofegante. Eu estava agarrada a ele com o corpo tremulo por causa de toda a intensidade do nosso beijo. Penso no que acabou de acontecer e no quanto desejei esse beijo. Nunca fui Beijada  assim.
— Estou ótima. E você?
— bem também! — seus olhos ainda estão intensos. Ele estava esfregando seus lábios em meu rosto e se inclinando para me beijar, o celular tocou mais uma vez.
— Pode ser urgente. Terei que ver quem é que está nos incomodando.
— tudo bem.
— Já volto. — e então nos afastamos e logo procurei um jeito de me sentar antes que eu passe vergonha. E Ele foi para sala atender o celular. Eu toquei meus lábios inchados e sorri.

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