capítulo 29

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         CORRADO MARTINELLI

Eu estou na janela do meu escritório como um Maldito estalker, observando Dario conduzindo Eloá para seu carro, aparentando estar bem satisfeito com a situação. O que me deixou irritado foi ela não oferecer nenhuma resistência e confesso que eu desejei que ela opusesse que tivesse preferido ficar e ir comigo para casa. Acompanho Dario com as mãos na base da coluna de Eloá, a acariciando como uma posse. Ele abre a porta para ela entrar no carro e a ajuda com o cinto e logo fecha a porta. Pressupondo que eu os observava, ele olha para cima, diretamente para mim e exibe um sorriso presunçoso. Minhas mãos que estavam nos bolsos de minha calça se fecham em punho. Vários sentimentos duelam dentro de mim, mas o pior deles tem o gosto amargo, A decepção. Eu não tenho a virtude de confiar nas pessoas, tenho um pequeno grupo seleto a quem confio e até considero como amigos. Eu estava começando a confiar em Eloá, quase baixando minha guarda por completo e a deixando se aproximar. Mas parece que foi um erro. Como sempre falo, dê poder a uma pessoa e ela te destruirá. Sei que não é certo tomar decisões precipitadas, mas acredito que imagens valem por si só. Observo o carro partindo e percebo que quase fui enredado pela beleza e inocência de uma pequena manipuladora. O que ela quer? Seduzir os dois irmãos e fazer com que disputem por ela? Que briguem para consegui-la? Não vai acontecer Não mesmo. Já vivi algo parecido e acabou terrivelmente mal. Saio das contemplações quando a chamada para a videoconferência se inicia novamente pela o quê? Décima vez? perdi-me em meus pensamentos depois que vi os dois partirem. Preciso voltar ao trabalho. Ele sim, é um lugar seguro que domino com maestria.
Mergulhei de cabeça no trabalho, nas reuniões e relatórios que nem percebi a noite chegar. Quando me dei conta passava da meia-noite. Saio do escritório sentindo a casa vazia. Eloá só dormiu aqui uma noite e deixou sua marca. E olha que nem dormimos juntos. Que porra! Eu amo minha solidão, só posso estar pirando. Vou até à cozinha e procuro algo para comer, em seguida vou para o meu quarto. Ainda consigo sentir seu cheiro aqui, lembro até do cheiro de sua excitação no quarto. Vou para meu banheiro e tomo um banho longo, evito me tocar. Nunca precisei me masturbar, não é agora que vou fazê-lo. Mas esse pensamento dura pouco porque meu pau está duro e não tem o que fazer a não ser me tocar. E é na pequena traiçoeira que penso enquanto me masturbo em seus pequenos gemidos, nela chamando meu nome enquanto chupo seu seio por cima da camisa. Penso nela gemendo e gozando com meus toques. Tão linda, tão entregue e jatos forte saem da minha libertação e solto um gemido. Depois me lavo e vou me deitar. Queria trocar o lençol, mas acabo desistindo e dormindo com o cheiro da traiçoeira e pensando em como sou um imbecil.

               DIA SEGUINTE

Acordo um pouco mais tarde que o de costume e vejo várias ligações perdidas de Paolo. Ele não costuma me ligar antes das 9 horas da manhã, acredito ser algo urgente. Cuido da minha higiene. E logo visto uma roupa apresentável para o caso de precisar de uma videoconferência E ligo para ele.
— Bom dia Paolo. Aconteceu algo?
— bom dia! e sim aconteceu, precisamos que você venha a BH. Já solicitei o helicóptero que a essa hora deve está pousando no heliporto.
— O que de tão urgente aconteceu para exigir minha presença?
— prefiro falar pessoalmente Corrado.
— Suponho ser algo extremamente delicado.
— em partes, sim. Você virá agora?
— Claro, só vou pegar o que preciso do trabalho e avisar Rildo sobre minha partida.
— Ok, encontro você na empresa.
— estarei lá.— não estou gostando nada disso. Suponho que minhas férias acabaram. Pego o que acredito ser necessário levar. Caso eu não voltar, mando um funcionário pegar o resto depois. Fecho a porta do chalé e deixo uma chave para que Conceição ou Cida a encontre. Penso em Eloá e no pouco tempo que tivemos juntos e esse pensamento me provoca um sentimento estranho. Já no carro dou partida. Sigo até a casa que tenho aqui para procurar Rildo. Ele cuida da fazenda e dos capatazes aqui com Dario.
— bom dia senhor Corrado.
— bom dia Rildo, estou partindo para BH e não sei em que data retornarei ou se vou voltar. Nesse caso, quando Conceição vier, diga para ela decidir o que fazer com as comidas perecíveis. Tudo bem?
— Sim, senhor Corrado. Boa viagem.
— obrigado Rildo.— eu não gosto de deixar alimentos estragarem, se pode doar ou usar de outra forma. Com isso pego a estrada e vou direto para o heliporto. Meu carro fica por lá até algum funcionário da fazenda pegá-lo. Desse modo embarco no helicóptero e vamos em direção a sede da empresa. Chego quase 3 horas depois.
Enfim, em minha cidade. Não sei o motivo, mas não tive a alegria que pensei que sentiria quando retornasse. Após desembarcar do helicóptero, sigo em direção as escadas e seguidamente para o elevador privativo e para a sala da presidência. No momento em que chego ao local, vejo Vilma e a secretária de Paolo trabalhando juntas.
— Bom dia. — digo já indo em direção a minha sala.
— Co... Corrado, não sabia que viria. Não marcamos nenhuma reunião.
— estou ciente disso. Resolvi adiantar minha chegada. Algum problema com o meu retorno Vilma? — Pergunto impaciente.
— Não, de maneira nenhuma, Corrado. — percebo seu estranho nervosismo.
— Cinthia?
— Sim, senhor Corrado. — a secretária de Paolo se levanta prontamente.
— Paolo já está em sua sala?
— Sim, senhor, a sua espera.
— obrigado.
— você tinha o conhecimento da chegada de Corrado e só eu que não fui informada? — perguntou Vilma a Cinthia. E a intimidade que Vilma usa falando meu nome em local de trabalho me deixa irritado. Sigo para minha sala e guardo minhas coisas lá. Logo em seguida Vou até à sala do meu irmão e entro sem bater.
— porque dessa viagem de última hora e sem explicações? — Pergunto a Paolo me sentando em uma das poltronas.
— Você conhece Pablo. Fez um drama para que ninguém soubesse de sua chegada, a não ser eu e Cinthia.
— estranho. Pablo não comunicou a você sobre o teor do assunto a ser tratado?
— Você tem ciência que ele está no setor financeiro enquanto eu brinco de Ceo. — diz sarcástico. — e ele também cuida da exportação internacional. Deduzo que seja de um desses setores ou de ambos. — diz incomodado.
— O que está te incomodando Paolo. Exponha de uma vez.
— por que ele não comunicou a mim qual era o problema? Qual o motivo dele ter exigido sua presença?
— apenas ele possui as respostas. E infelizmente teremos que esperar para descobrirmos. Quando é a reunião?
— Isso que me intrigou. Ele não disse.
— Pablo misterioso não é nada bom. — afirmo. Porque Pablo e um homem da confiança de nosso pai e está na empresa a anos.
— Compartilho do mesmo pensamento.
— durante o tempo em que eu estiver por aqui, vamos remarcar as reuniões para que eu compareça. Peça a Cinthia que agende todas para esses dias.
— SIM, SENHOR.
— Cheio de gracinha em Paolo.
— vai trabalhar seu preguiçoso.
— Se eu fosse você, priorizaria o seu emprego, me respeitando como Ceo da sua empresa.
— senti sua falta, Corrado. E confesso que te acho arrogante na maioria do tempo.
— Sei que você me ama. Agora que estou aqui vamos colocar ordem nessa empresa. Pelo que noto essa empresa só vai para frente com minha presença. — falo brincando com Paolo, estou acompanhando e sei que ele fez um bom trabalho. Paolo e Ângelo são os únicos que me permito ser eu mesmo às vezes. Eles foram os únicos que estiveram comigo nos tempos de escuridão. Saio dos meus devaneios e vou para minha sala colocar o trabalho em dia.

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