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Já era quinta-feira, eu estava em meu quarto arrumando as malas, era triste me desfazer de meu quarto, me desfazer de tudo, de todos que amo. Gavi estava vindo para casa, eu tentava passar todo o segundo possível com ele, só de pensar que amanhã nesse mesmo horário eu estaria em um avião indo para longe do amor da minha vida.

-Querida.- papai bate na porta antes de entrar. -Quer ajuda?.- uma ajuda seria boa, mas com certeza eu iria chorar.

-Eu acho que eu posso faz isso sozinha.- ele estava triste, todos nós estávamos, papai se senta em minha cama.

-Sabe o que isso me lembra.- dou um sorriso de canto, ele iria começar uma de suas histórias. -Me lembra da sua primeira apresentação longe de casa, você era tão pequenininha, estava banguela e estava com medo de ir.- ele ria ao se lembrar. -Você sempre adorou o ballet, sempre amou, mas sempre teve medo de ir. Eu me lembro que você estava arrumando sua pequena mala, você iria passar uma semana fora.- sinto meus olhos se encherem de lágrimas ao lembrar daquilo. -Ai eu entrei em seu quarto e perguntei se você queria ajuda, e você disse: não papai eu posso fazer isso sozinha.- me sento na cama. -Você estava todo independente mas ainda com medo.

-Eu estou com medo pai.- confesso, eu estava morrendo de medo, estava com medo de perder momentos com meu pai com Gavi, com meus amigos, estava com medo de ir para longe sozinha, da última vez que estive em Nova York eu estava com Samantha. Eu estava com medo de não estar perto da minha melhor amiga, perto de todos. -Eu estou com muito medo.- me encosto em seu ombro, ele me envolve em um abraço.

-Tudo bem querida.- estávamos chorando, era uma das piores lágrimas que escoriam por nossos rostos. -Tudo bem sentir medo, eu estou com medo, estou com medo de você nunca mais voltar.- esse era meu maior medo, eu não tinha prazo para voltar.

-Eu vou voltar, eu tenho que voltar pai, por tudo que eu tenho aqui.- Barcelona era minha casa, Nova York era como uma casa de férias.

-Eu te amo querida sempre.- Papai era a única família que eu tinha, a única pessoa que mudou tudo por mim, a pessoa que me criou.

-Eu te amo pai.- nem era uma despedida mas era tão difícil, tão doloroso. Escuto a campainha tocar, eu ja sabia quem era, Gavi.

-Acho melhor você ir atender.- tiro meu rosto de seu ombro, papai limpava minhas lágrimas com as mãos. Me levanto, dou um sorriso a meu pai, e nos retiramos de meu quarto, caminho em passos largos até a porta, paro enfrente, e antes que eu pudesse abrir solto um suspiro. Abro, Gavi estava com as mãos para trás como se estivesse escondendo algo, nossos olhos se encontram em uma perfeita conexão.

-Está tudo bem batata?.- Gavi pergunta ao ver meus olhos vermelhos. Dou um sorriso a ele.

-Agora está.- faço sinal com o braço para ele entrar, ele entra escondendo as mãos. -O que tem aí?.- me aproximo tentando ver o que era.

-Que curiosa.- ele me rouba um beijo, coloco minhas mãos em seu pescoço aprofundando mais o beijo, eu o beijava como se fosse o último, como se aquilo não fosse acontecer mais.

-Eu ainda quero saber o que tem aí.- dou um selinho em seus lábios confortáveis e sensuais.

-É meio que um presente.- diz enquanto caminhávamos até meu quarto.

-Oi Gavi.- meu pai estica sua mão a Gavi, mas Gavi não estica a sua mão de volta, devido a grande surpresa. -O que tem aí?.- acho que ser curioso era de família.

-Eae sogrão, é um presente para Ana.- ele pisca, estava acontecendo algo que eu não sabia.

-Não vai colocar fogo na minha casa. Eu tenho que ir querida, fiquem bem.- meu pai me dá um beijo em minha bochecha e sai. Entro em meu quarto, minhas malas estavam encima da cama, Gavi as olhava triste.

-Eu não acredito que vai embora amanhã.- senta em minha cama, colocando uma caixa em cima de minha mala. -Isso é uma caixa de saudades.- abro, estava cheia de coisas, tinha cartas, roupas dele, fotos nossas, corações feitos a mão, remédios.

-Remédios?.- rio ao ver várias caixinhas de dipirona.

-São para sua dor de cabeça.- pelo fato de eu chorar muito essa semana, eu estava com dor de cabeça frequentemente. Gavi sabia cuidar de mim, dou um sorriso como forma de agradecimento. -As cartas são para ler quando quiser me sentir.- como ele conseguia me fazer o amar cada vez mais, meus olhos brilhavam e era por tudo que estava naquela caixa, todo que Gavi tinha feito.

-A por favor me deixe ler apenas uma.- subo em seu colo, e pego uma das milhares de cartas.

-Você quer me sentir agora?.- eu queria o sentir de todas as maneiras, minha expressão estava de puro tesão. -Para de ser pervertida, eu não estava falando desse tipo de sentir.- rio alto. -Mas para esse caso.- Gavi coloca suas mãos na caixa retirando um pacote de camisinha, que avia um bilhete escrito: para mais tarde.

-Para mais tarde?.- pergunto confusa, o que iríamos fazer agora.

-Depois do jantar.- jantar? Gavi me retira de seu colo delicadamente e se levanta. -Vamos eu vou preparar o melhor jantar de sua vida.- ele me tirando uma risada, Gavi mau sabia picar uma batata direito. -Depois do jantar eu vou tirar esse sorrizinho da sua cara.- fingo que nem ouvi e caminho até a cozinha rindo, o provocando.

-Tá bom grande chefe, qual é o prato que você quer servi hoje?.- lavo as mãos, Gavi me olhava como se eu fosse o prato, ainda tinha me chamado de pervertida.

-Vamos fazer um prato muito chique.- ele se aproxima. -Uma macarronada.- era simplesmente tão fofo.

-Otimo! Eu vou colocar a água para ferver.- pego a panela. -O que o chefe quer fazer, o molho ou o molho?.

-Eu acho que eu vou ficar com o molho.- ele revela seu sorriso encantador. Gavi ficou responsável pelo molho enquanto eu fiquei responsável pelas provocações, eu o provocava de todas as maneiras, era engraçado ver ele enlouquecer com cada toque, cada olhar, cada provocação.

Eu sentia o cheiro de queimado mas relevava, ele era tão charmoso cozinhando, por mas que ele não sabia. Quando o jantar ficou pronto fomos para a sala de jantar, ela estava toda arrumando cheia de flores e velas, a luz da noite entra pelas janelas, era um jantar a luz de velas.

Quando ele teve tempo para isso?.

-Por favor madame.- ele puxa a cadeira para mim sentar. -Deixe que eu te sirvo.- coloca o macarrão em nossos pratos, eu estava faminta, e aquilo parecia ser bom. Gavi se senta ao meu, aquilo era tão romântico, eu viveria aquilo por todos os dias de minha vida para sempre. -Me diga esta bom?.- Gavi leva uma garfada de macarrão até minha boca.

-Hum.- não era ruim, se não tivesse o pequeno gosto de queimado iria ser o melhor macarrão que já comi. -Hum, esta muito bom, experimenta.- enrolo o macarrão no garfo, e coloco em sua boca, Gavi fazia uma cara engraçada ao comer.

-Tá é queimado.- rimos. -Por favor não come isso.

-Está muito bom vai por mim.- Gavi encarava fixamente minha boca. -Esta sujo?.

-Um pouquinho aqui.- ele limpa com o polegar, e logo me puxo para um beijo intenso, esse era o mais tarde.

Continuação...

Oi amores tudo bem? Gostaram desse capítulo?
Obrigado por lerem beijos até amanhã 💞

𝑴𝒆𝒖 𝑱𝒐𝒈𝒂𝒅𝒐𝒓 - 𝑃𝑎𝑏𝑙𝑜 𝐺𝑎𝑣𝑖 Onde histórias criam vida. Descubra agora