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  Sento em minha cama, e tento abrir os olhos. Era cedo, cedo o suficiente para que o sol ainda não tivesse nascido. Bocejo tentando conter o sono.
Levanto de minha cama e caminho até o banheiro, pronta para tomar um banho. Ligo a ducha, e retiro meu pijama, deixo a ducha quente percorrer meu corpo, e relaxo, sentindo aos poucos a falta de sono ir embora.
  Termino o meu banho e coloco uma roupa confortável já que iria passar horas entro do carro. Por essa manhã eu estava voltando para Barcelona. Minha mala já estavam pronta, eu só tinha que levá-las até o carro.

Abro a porta do quarto com a mala na mão. Tento não fazer nem um barulho para não acordar ninguém. Eu sabia que papai iria acordar para se despedir de mim, mas eu não queria acordar o resto da casa.
  Fecho a porta delicadamente, e vou caminhando nas pontas dos pés pelo corredor. Eu era uma bailarina sabia ser delicada e não fazer barulho.

-Acordada já tão cedo?.- quase dou um grito, e me viro lentamente para ver o ser que quase tinha me assustado. -Bom dia, bactéria.- respiro fundo ao ver Pablo Gavi parado em minha frente. O que ele estava fazerem aqui? E tão cedo?.

-O que faz aqui?.- falo baixinho.

-Eu fiquei até tarde jogando com seu pai.- continua. -E ele ofereceu para que eu dormisse aqui.- e claro que ele tinha dormindo aqui.

-Aham, sei.- me viro e sigo pelo corredor.

-Onde vai tão cedo?.- paro e me viro para ele de novo, encarando seus encantadores olhos, que me prendiam, e me torturavam. -Minha vez de fazer perguntas.- me aproximo um pouco.

-Sua vez?.- Gavi se aproxima.

-Minha.- seus olhos estavam em mim, e eu só conseguia pensar em ontem, em como quase tive seus lábios aos mesmo. Eu só conseguia pensar em todas as vezes que tive seus lábios nos mesmos, em toda vez que o senti, em toda vez que o amei.

-Eu...- tento me concentrar. Eu só conseguia sintir saudades. -Eu estava levando essas malas para o carro.- desvio meu olhar do dele. -Eu vou voltar para Barcelona hoje, agora.- sinto seus olhos sobre mim e coloco uma mexa de cabelo atrás da orelha. -Tenho que ir.- olho em seus olhos. Eu queria agarrar ele bem ali naquele exato momento, eu não estava nem aí se a casa toda acordasse. Eu queria ficar com ele, queria levá-lo para o meu quarto e beijá-lo até que a adrenalina fosse tanta que não pudéssemos mais suportar. E depois disso eu iria contar tudo a ele, como foi viver em Nova York longe dele. Eu queria tudo com ele. -A gente se vê por aí.- digo na vontade de estar em cima dele. Ele me olhava como se eu fosse nele, e eu já sabia a verdade sobre isso.

-A gente se vê.- mordo o lábio inferior tentando aliviar a vontade de tê-lo entre eles. -Boa viagem.- desvio meu olhar, eu precisava sair dali antes que eu o agarrar-se. Eu não podia passar mais um segundo sequer perto dele.

-Obrigado.- me viro, e vou as presas para o carro, sem me incomodar com o barulho. Ao passar pela cozinha vi que papai já estava acordado.
Aperto o botão que abria o porta-mala e coloco a minha mala dentro. Entro no carro e tento ligar, eu não aí nem ficar para o café da manhã, ia ligar o carro para ele dar uma esquentada e depois iria me despedir de meu pai, e tchau Madrid.

  Tento ligar o carro novamente, mas minha tentativa foi inútil. O que estava acontecendo? Por que o carro não ligava? Me desespero um pouco. Eu precisava voltar para casa ainda hoje. Tiro a chave e a coloco de novo, e tento ligar de novo, foi inútil.
Meu Deus.
Não.
Não
Não.
Aquilo não poderia estar acontecendo. Saio do carro e abro o capo para ver se tinha algum problema. Eu não entendia nada de carros mas tentei dar uma olhada. Olho para a janela enorme que era da sala, e vejo Gavi. Sem pensar duas vezes balanço os braços o chamando.

-Pablo!.- nem uma atenção. -Pablo Gavi!.- grito mais alto, e dois para o carro e zero para mim.- Pablo Gavira!.- a atenção dele foi toda para mim, graças a Deus. Ele me olhava confuso. -Vem cá.- chamo ele com os braços. Ele faz um joia com a mão. E em alguns minutos ele estava lá me ajudando com o carro.
Eu não fazia ideia se ele sabia alguma coisa sobre carros, ele era jogador isso não tem nada a ver com carros.

-Acho que quebrou.- ele diz analisando mais uma vez.

-Quebrou? Como assim quebrou?.- entro em choque, como o meu carro tinga quebrado do nada?.

-Quebrou, fim do carro, morreu, não funciona mais.- meu Deus como eu iria ir embora?. -Você depois leva no mecânico. Deve funcionar em dois dias.- dois dias? Eu precisava voltar hoje.

-Eu não posso esperar por dois dias, eu preciso ir hoje.- eu estava tensa. Eu tinha ensaio amanhã, precisava chegar em casa hoje para descansar para amanhã.

-Tudo bem, vamos dar um jeito.- ele percebeu o quão eu estava nervosa.

-Como? Papai provavelmente está muito ocupado, um uber ou um táxi, sei lá, e muito caro.- o desespero toma conta de mim. Eu era nova nessa companhia não podia faltar, tinha que ser boa. Sinto as lágrimas em meus olhos mas seguro para não derramar nem uma.

-Ana, tudo bem.- Gavi toca em meu braços, me fazendo carinho. Respiro fundo e encaro o tom castanho de seus olhos. Sinto um quentinho dentro de mim, e me sinto confortável e calma. -Eu te levo de volta para Barcelona.

Oi meus amores, tudo bem? Espero que tenham gostado desse capítulo, obrigado, beijos💕 até...

𝑴𝒆𝒖 𝑱𝒐𝒈𝒂𝒅𝒐𝒓 - 𝑃𝑎𝑏𝑙𝑜 𝐺𝑎𝑣𝑖 Onde histórias criam vida. Descubra agora