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Me junto a mesa de jantar, me sentando a frente de Pablo, cara a cara. Tinha algumas pessoas da festa de ontem que eu não tive o prazer de conhecer. Papai sentava-se ao meu lado, ele segurava a mão de Catharine.
Todos estavam tão bem arrumados, enquanto eu ainda vestia as mesmas roupas de hoje cedo. Não soltei uma palavra sequer desde que me sentei a essa mesa, talvez fosse pelo acidente mais cedo. Eu não tinha nem ousado olhar para Gavi depois daquilo, mas mesmo eu não o olhando eu sentia seus olhos em mim. E eu também estava vendo a mulher que chegou junto com ele, senta ao seu lado. Ela não parava de olhar para ele, talvez eles fossem namorados, mas o que me fazia pensar era que aquela mulher não era a mesma da noite em que aceitei sua carona.

-Eu estou tão feliz que todos nós estávamos juntos.- diz Catharine fazendo minha atenção toda ir para ela. -Nossa família finalmente está completa.- ela beija papai, e eu me sinto um pouco constrangida. Papai nunca teve uma namorada, noiva, eu nunca tinha visto essa cena dele com nenhuma uma mulher.

-Amo você.- papai diz em um susuro para Catharine. E sinto um quentinho dentro de mim. Meu pai estava feliz, ele não estava mais sofrendo com o abandono de minha mãe. Ele estava radiante. Como se Catharine fosse seu primeiro amor.
Ele estava feliz.

-Eu estou tão ansiosa pelo casamento.- diz a moça que chego junto com Pablo. -Está chegando!.- a moça estende a mão para Catharine, demonstrando a ansiedade.

-Quando vai ser o casamento?.- quebro o meu silêncio.

-Em menos de três meses.- papai se vira para mim. -Espero que em três meses você não volte para Nova York, querida.- eu não iria, talvez, talvez eu fosse, mas não em três meses. Talvez eu não ficasse para sempre aqui em Barcelona. O meu destino não era certo, eu poderia receber um convite para me apresentar no Brasil ou em qualquer lugar.
Olho para papai sem saber o que dizer.

-É claro que ela vai estar no nosso casamento, amor.- meus olhos encontram os de Pablo enquanto Catharine continuava. -E se não tiver por Barcelona daremos um jeito de trazer você aqui.- eu deixei toda a minha vida por Nova York, meu namorado, minha família, meus amigos. Nova York tinha sido incrível de fato. Mas agora aqui vejo que Nova York me tirou tudo. -Não é Ana?.

-E-eu-eu. -gaguejo, eu não sabia o que dizer, e se em uma semana eu tive que voltar para nova York, e nunca mais voltasse para casa?. -Eu...e-eu não se-sei. -me levanto da mesa, eu precisava pensar, precisava ficar um pouco sozinha. -Eu vou para o meu quarto, com licença. - saio do local, e vou em direção a área externa. Minha respiração estava ofegante, e em minha mente só vinha a minha solidão.
Fecho os olhos em busca de tranquilidade, inalo o ar fraco das árvores que ficavam ao redor da casa. Sinto a brisa fria e boa bater no meu rosto.

-Fique tranquila.- digo para mim mesma várias vezes. -Tranquila.- solto a respiração me acalmando.

-Você está nervosa?.- dou um pulo ao escutar alguém falar. -Ham-ha.- sinto minhas mãos tocarem algo macio e... musculoso?. Abro os olhos.

-Meu Deus.- deixo escapar de minha boca ao ver Pablo Gavi na minha frente.

-Não queria te assustar.- sinto suas mãos em meus cotovelos. Estávamos tão perto um do outro. Cara a cara.
Olho para minhas mãos que tocavam o seu peitoral. Arregalo os olhos com aquela situação.

-Não me assustou.- me afasto.

-Aham, então por que você gritou?.- eu tinha gritado? Acho que fiquei tão surpresa que acabei gritando.

-Por que saiu do jantar?.- pergunto.

-Eu...- ele se aproxima me fazendo encolher as pernas. -Precisei pegar uma coisa no carro e te vi aqui... parada e sozinha.

-Eu precisava ficar sozinha.- continuo. -Já que é isso que eu faço de melhor.- falo quase em um susuro.

-Ana...- ele segura em meu braço como uma forma de consolo. Talvez eu quisesse consolo, mas não queria que ele tivesse dó de mim. -Talvez isso seja o karma.- espera o que? Karma?.

-Karma? Eu não estou entendendo.- nossos olhares estavam conectados.

-Você me deixou Ana.- ótimo esse assunto. -Eu fui até você e você me mandou embora. Você não me escolheu. Durante todo esse tempo eu tentei... eu juro que tentei... esquecer você.- me esquecer? Sinto Gavi se aproximar. -Você é como uma bactéria na mente que nunca sai.

-Bactéria? Você tá me chamando de bactéria?.- estávamos nariz com nariz. Bactéria? Como ele tinha coragem de me chamar de bactéria.

-Sim uma bactéria que não vai embora. - dou um passo para trás tentando me afastar um pouco, mas Gavi da um passo para frente conforme eu me movimentava. -E olha que engraçado você foi embora.

-Você sabe que eu tive que fazer uma escolha. E outra você esta bem, está até com uma mulher.- aponto para dentro de casa.

-Além de arrancar coração e louca.- Pablo faz uma careta, e juro que naquele instante eu só queria socar a sua cara.

-Não vem com esse papo de louca não, você chegou com uma mulher eu vi.- ela tinha sentado ao lado dele, com toda certeza a namorada dele.

-A filha de Catharine.- filha... filha de quem?. -Eu encontrei com ela na entrada sua louca.- mais um passo... -Eu não estou com ela.

-Na entrada...- meu Deus eu era realmente louca.

-Sim. Eu não estou com ela.- mais um passo. -E outra eu não te devo explicações. Eu não tenho culpa se você está com ciúmes.- ciúmes?

-Eu não estou com ci...- dou mais um passo para trás, mas sem querer piso errado, sinto minhas pernas perdendo o equilíbrio e sedento para cair, tento me segurar em Gavi, mas falho e ele cai junto comigo.
Aqueda não tinha cito grave, foi até boba. Minha cabeça doía um pouco talvez pela aqueda ou pelo estresse. Abro os olhos e vejo Pablo Gavi em cima de mim, sinto meu corpo entrar em chamas, como se eu fosso um incêndio. Sinto Gavi enterrado entre minhas pernas. Ele levanta um pouco a cabeça, e sinto seus olhos sobre mim.

-O que você ia dizer mesmo?.- diz quase em minha boca. Sua respiração estava ofegante como a minha, uma de suas mãos estava em minha cintura enquanto a outra em meu braço.
Algo dentro de mim pedia por ele, pela sua boca, seu toque... solto um leve gemido.
Nossas bocas quase encostando uma na outra, estavamos pedindo um pelo outro.
-Você ia admitir que está com ciúmes.- sinto sua boca encostar de leve no meu lábio inferior e deixo outro gemido escapar de minha boca. Seu quadriu estava encaixado perfeitamente entre minhas pernas. E sinto algo em mim enchargar. -Admita.- diz quase me beijando. -Admita Ana, e eu farei isso.- eu queria agarrar seus lábios, e enfiar minha língua em sua boca. -Admita.

-Nunca.- tento me mover para beijá-lo, mas ele sai de cima de mim, olho para ele confusa. Ele queria que eu admite-se  que fiquei com ciúmes? E isso eu nunca faria, pois não fiquei.

Oi meus amores, tudo bem? Espero que tenham gostado desse capítulo, muito obrigada, beijos💕 até..


𝑴𝒆𝒖 𝑱𝒐𝒈𝒂𝒅𝒐𝒓 - 𝑃𝑎𝑏𝑙𝑜 𝐺𝑎𝑣𝑖 Onde histórias criam vida. Descubra agora