Destino

544 22 3
                                    

Meu coração batia forte, como uma bateria. Eu poderia jura que a qualquer momento ele poderia sair pela minha boca. Meu corpo estava tenso, e quente. Quente o bastante para acender um fósforo encostado a gasolina, queimando as minhas veias...
Minhas mãos estavam suadas, e em minha barriga parecia que tinha milhões de fogos de artifícios. E eu não sabia se o motivo disso era a velocidade em que estava o carro ou... Pablo Gavi.
Talvez traçar aquele destino seja uma tortura para ambos. Talvez ele esteja odiando o fato de ter que me levar de volta para Barcelona.
Por que?
Por que justamente hoje meu carro tinha que quebrar? Eu até entendo ele ter quebrado, tipo eu não entendia muito sobre carros e não gostava de dirigir, só dirigia pois era obrigada. Mas ele tinha que falhar hoje? Sério destino?.

Desvio o meu olhar da bela vista da janela. A chuva batia fraca contra o para-brisa. Minha atenção estava totalmente focada na estrada, Gavi dirigia em alta velocidade, o que me fazia me agarrar ao meu assento. Acho que ele estava tentando me matar, ou algo do tipo...

Observo sua mão colada ao volante enquanto a outra descansava sobre sua perna. Ele não tinha medo de bater ou perder o controle, ele dirigia como se aquilo causasse diversão a ele. Já eu se passasse do 80km/h já entrava em desespero.

  Subo o meu olhar para o seus braços, que estavam cobertos pela blusa de manga longa cinza escuro, que estava destacando cada encantador músculo. Isso que dá ser um atleta tem que lidar com maravilhos músculos sendo despostos até por de baixo de suas roupas.
Meu olhar desliza para o seu pescoço descoberto, observo suas perfeitas pintas formarem uma constelação, talvez eu estivesse delirando, ou eu quisesse beij... tocar cada estrela... cada pinta de seu corpo.

Meus lábios estavam secos, desesperados pelo destino de cada pinta. Passo a língua em meus lábios.
Lentamente levo meu olhar para seus olhos. Aqueles lindos olhos que me faziam o meus efeito do café, o famoso hormônio da felicidade.
E só depois de um segundo percebo que Gavi me observa, com seus olhos cor de café, me observa intensamente. Seus maravilhosos olhos estavam totalmente focados em mim e não na estrada. Solto o ar que percebo só agora que estava segurando.

-A estrada.- digo, aquela foi a primeira palavra que digo desde que entrei nesse carro. Não trocamos sequer uma única palavra.

-Desculpa.- ele se vira. Agora olhos focados na estrada. Ele era tão educado a ponto de se desculpar por algo bobo.

-Não precisa se desculpar.- olho para minhas mãos, que estavam no assento. -Eu que deveria me desculpar. - Gavi olha para mim, e eu levando o meu olhar encarando, ele desviava o olhar para prestar atenção na estrada, mas ainda dava rápidas olhas para mim. Eu estava com vergonha, eu só conseguia sentir vergonha de mim mesma. Eu o magoei, magoei a pessoa que eu mais amava. -Eu deixei você ir. Deixei você ir Gavi.- sinto lágrimas brotarem em meus olhos, e me esforço para não deixá-las derramar. -Eu...

-Pare!.- abaixo meu olhar. -Só pare, Ana.

-Não posso.- eu tinha que pedir desculpas e me explicar. Tinha que explicar o motivo de ter terminado com ele. Eu o deixei ir embora e nem dei uma explicação, eu só disse que não daríamos certo e o deixei. -Eu...- tento encontrar palavras certas. -Eu...

-Você me largou.- olho para o seu rosto, ele não estava olham para mim. -Você não me queria mais e terminou comigo. Você não me amava mais, não sentia mais nada por mim.

-Não!.

-Eu me lembro das palavras que você disse a mim naquela noite Ana Luiza.- sinto vergonha me percorrer, ele não consiguia olhar para mim. -Eu tinha ido de visitar em Nova York, eu estava tão feliz que ia poder ver você depois de longas semanas longe de você.- meu coração aberta só de lembrar. -Aquela era para ser umas das melhores noites da minha vida. Quem ia imaginar que você iria terminar comigo, né.

-Gavi...

-Eu já deveria ter sacado. Você estava me evitando a dias, não respondia as minhas mensagens, não se importava mais.

-Pare, por favor.- sinto uma lágrima escorer. -Eu me importava com você. - seus olhos estavam atentos a estrada. -Eu nunca... nunca quis terminar com você Gavi. - ele dá uma rápida olhada para mim. -Eu... tive que tomar uma decisão, tive que escolher duas coisas que eu amava. Eu te amava mais que tudo mas tive que deixar você, eu nunca quis isso. Nunca. Aquela noite foi a pior noite de minha vida, ver você ir. Deixa você ir. Eu sinto vergonha até hoje. - Gavi encara minhas lágrimas escorrerem. -E hoje eu só sinto falta de gritar, amar, beijar você. Depois daquela noite minha vida se tornou tão... escura. Por Deus Gavi, eu nunca queria ter  feito aquilo. Nunca quis escolher entre você é o ballet.

-Ballet?.- concordo com a cabeça. -Você teve que escolher entre eu e o ballet?.

-Eu sinto muito Gavi.

-Como o ballet te fez me largar Ana Luiza?.

-Angelina me fez tomar uma decisão, ela disse que eu não me dedicava ao máximo, e se eu queria estar na Broadway eu precisava me dedicar, precisava ter minha atenção só para o ballet. Precisava só amar ao ballet. -seco minhas lágrimas com a palma das mãos, talvez eu estivesse tentando esconder me rosto. Talvez naquela época eu não tenha pensado direito. Talvez hoje eu escolheria ele... -Ela me disse que não duraria, que relacionamento a distancia nunca funcionava que a única coisa que ia funcionar era o ballet se eu me dedicasse. - Gavi estava paralisado, processando tudo. - E eu tive que tomar uma decisão, e...

-Nos dois sabemos a decisão que você tomou.- olho para ele, parecia que estava com raiva. Por que foi contar a ele, tinha mais cinco horas de viagem, e eu decidi deixá-lo zangado justamente quando tínhamos um enorme destino a ser traçado.

-Pare o carro.- digo limpando minhas mãos molhadas de lágrimas em minha calça. Eu precisava estar sozinha agora, ele precisava disso também.

-Você esta louca.- Gavi balança a cabeça várias vezes em negativo.

-Pare o carro!.- grito.

-Não! Se você pensa que vou deixar você na estrada sozinha, você esta bem enganada, princesa.

-Pare o carro agora!.- ele faz uma careta e encosta no acostamento.

-Cinco minutos para você tomar um ar.- me desprendo e abro a porta do carro. Cinco minutos, eu iria ir embora, iria pedir um uber ou algo do tipo.

-Sabe de uma coisa.- digo antes de sair. - Naquela noite em minha mente eu estava imporando para você: por favor, por favor não vá.

Oi meus queridos, tudo bem? Espero que tenham gostado desse capítulo.
Beijos até...

𝑴𝒆𝒖 𝑱𝒐𝒈𝒂𝒅𝒐𝒓 - 𝑃𝑎𝑏𝑙𝑜 𝐺𝑎𝑣𝑖 Onde histórias criam vida. Descubra agora