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E lá estava eu, no aeroporto preste a voltar para Barcelona. Estava eu e as poucas pessoas que tinham passado no teste. Esperando o voo.
Como eu iria voltar para Barcelona?
Essa era a frase que eu dizia a mim mesma. Eu não estava acreditando no que estava fazendo, eu tinha assinado um contrato que ficaria dois anos com essa companhia de ballet em Barcelona. Não que o contrato fosse ruim, ele era maravilhoso, muito maravilhoso para ser verdade.
Como isso foi acontecer?
Não que eu não quisesse voltar. Eu queria. Mas estava tão complicado, tudo tinha mudado, eu tinha mudado. Eu mau falava com a minha antiga companhia, papai tinha se mudado para Madrid, eu não tinha ninguém lá.

-Um gato?.- viro a cabeça para trás para ver quem estava falando. Era o rapaz do teste, o que tinha dado às melhores piruetas. Ele estava sentado atrás de mim, esperando o voo. Olho para ele sem entender. -O gato é seu?.- ele aponta para o Batata, que estava numa bolsa transportadora ao meu lado.

-A esse gato.- dou uma leve risada ao entender. - É, esse é o meu Batata.- ele solta uma risada, e eu o encaro sem entender.

-Desculpa.- tenta conter a risada. -Batata?.

-Doce. Batata Doce.- me viro voltando a esperar meu voo em paz.

-Eu sinto muito pela grosseira Batata.- nem sequer olho para ele. -Doce.- escuto sua leve risada. -Trevor.- ele insiste em conversar. -Meu nome é Trevor.- não digo nada, e finalmente silêncio. -E o seu?.- meu Deus... -Não vai me dizer que é Batata?.

-É.- digo, e escuto o aviso que meu voo já estava saindo. -Finalmente!.- me levanto e vou até o avião.  Entrego o Batata a eromoça, e vejo o rapaz me seguir, o Trevor. Ele agora era da mesma companhia de ballet que eu, então eu veria ele diversas vezes. Entro no avião, e vou procurar o meu assento. Eu estava com um pouco de dificuldade para achar.

-B118?.- alguém me pergunta.- Oi.- uma mulher um pouco mais baixa que eu se levanta e pergunta. - B118?.- ela me dá um sorriso. Ela era linda, seu cabelo loiro, seus olhos azuis, suas bochechas e lábios rosados, a pele claro e um sorriso encantador.

-B118.- retribuo o sorriso e me sento ao lado dela. Ela estava sentada para a janela, e eu para o corredor.

-Prazer Erika.- ela estende a mão em um comprimento.

-Ana Luiza.- a perto sua mão macia.

-Bom saber que seu nome não é Batata, Ana Luiza.- Trevor.

(...)

Ao chegar em Barcelona, pedi um táxi até meu antigo apartamento. Eu iria ter que ficar sozinha aqui. O apartamento estava organizando, estava exatamente como um tinha visto da última vez.
Aquele lugar me trazia uma paz, como eu tinha sentido saudades daqui, de casa. Tiro o Batata da bolsa, o deixando livre pelo apartamento. O apartamento era enorme só para mim e para Batata.
Caminho pelo o apartamento revivendo as memórias. Como eu sentia saudades de papai. Vou até o meu quarto, estava tudo no lugar, exatamente como deixei. As fotos penduradas na parede, a cama enorme, o meu espelho cor de rosa. Tudo me fazendo lembrar de como tudo era bom.
Em um pulo me jogo em minha cama macia. E Deus como aquilo era bom. Acaricio o edredom, e sinto o Batata deitar em minha barriga. Fecho os olhos por um momento, e solto um leve suspiro. Talvez fosse bom estar de volta.
Sento na cama, fazendo o Batata sair de cima de mim. Olho para a parede cheia de fotos penduradas, me levanto e caminho até a parede, vendo todas aquelas lembranças. Samantha, meu pai e a vó Teresa, Léo, minha professora Marisa. Dou uma risada ao lembrar daqueles momentos, não que eu tivesse esquecido, mas ver aquelas fotos me fez sentir saudades daqui...
Continuo olhando as fotos, era como se eu tivesse ocultado esses momentos, esses momentos tão bons. Por que eu tinha feito isso?. Até que fixo meu olhar em uma foto, e lembranças vem em minha mente, meu coração aperta. Eu sabia que Barcelona me traria essa sensação, essas lembranças de volta, sabia que era um risco voltar. E foi ao ver aquela foto de Gavi e eu na praia, que eu me lembrei do motivo que tinha ocultado tudo isso.

Oi meus queridos, tudo bem? Espero que tenham gostado desse capítulo, beijos até mais 💕

𝑴𝒆𝒖 𝑱𝒐𝒈𝒂𝒅𝒐𝒓 - 𝑃𝑎𝑏𝑙𝑜 𝐺𝑎𝑣𝑖 Onde histórias criam vida. Descubra agora