cinco

642 32 5
                                    

Sinto o vento frio atingir meu rosto quente, causando um leve choque. Fecho a porta do carro e me afasto. Eu precisava de um pouco de ar, precisava de um bom motivo para aguentar mais cinco horas de viagem dentro de um carro com Pablo Gavi.
Ele estava irritado, irritado o suficiente para que eu conseguisse ouvir ele reclamar de alguma coisa dentro do carro. Eu tinha deixado ele assim, com raiva. Por que eu não fiquei calada pelo menos por mais cinco horas.

Pego meu celular em busca de chamar um uber ou algo assim. Eu não aceitaria voltar para casa de meu pai. Isso só iria comprovar que eu realmente não consigo passar um tempo decente sem fazer merda.
Droga, Ana Luiza.
Sinto lágrimas brotarem em meus olhos. Chorar duas vezes no dia? É isso não estava em meus planos. Por que eu tive a brilhante ideia de contar a ele? Por que eu não esperei que chegássemos em Barcelona, assim ele não precisaria passar cinco horas me odiando cada vez mais.

Caminho para afastar os pensamentos, e óbviamente falho. Vejo os ubers que estão disponíveis, e avalio o preço. Todos tinham a mesma tabela de preço. Eu ainda tinha que arrumar meu carro, eu realmente não tinha esse dinheiro todo para gastar.
Olho para o carro de Gavi quando escuto um baque de uma porta. Era ele Pablo Gavi estava irritado e vindo em minha direção.

-Você me deu cinco minutos!.- digo recuando para trás a cada medida que ele se aproximava.

-E os seus cinco minutos acabaram no momento em que eu saí daquele carro!.- seu rosto estava vermelho de irritação. -Agora vamos. Temos mais cinco horas de viagem.- Gavi segura minha mão, o que me faz dar um pequeno pulo. Eu estava surpresa, em choque, apavorada, com um furacão dentro de minha barriga.
Ele estava me tocando.
Olho para nossas mãos agora coladas. Unidas. Juntas. Uma se chocando contra a outra.
Sinto o formigamento de minha mão subir para meus braços e se alastrando por meu corpo. E sem que eu perceba Gavi estava me arrastando para o seu carro.

-Acho que não é uma boa ideia Gavi.- paro de seguir ele. Ele ainda segurava minha mão.

-O que não é uma boa ideia?.- para junto a mim. Eu agora encarava suas costas, e estava imaginando quantas vezes já deixei minha marca nela.

-Isso tudo.- ele me encara. Me domina. -Eu e você num mesmo carro. Isso.- aponto com a cabeça para nossas mãos. Ele encara nossas mãos unidas, e analisa a situação.

-Bobagem! Entre no carro.- Gavi me puxa para que eu continue andando.

-Gavi!.

-Se você está pensando em pegar um táxi ou algum transporte que não seja aquele carro.- aponta para o seu carro, o que me faz revirar os olhos. -Você esta sonhando. Se realmente acha que vou deixar você entrar em um carro com um estranho?. - faz uma pausa. -Então por favor princesa entre dentro do carro.

-Por que está me chamando de princesa?.- continuo parada no mesmo lugar. E sinto que minha mão estava começando a suar ou era a dele. Uau que fofo ele estava nervoso. Ou talvez eu estava.

-Sério?.- solta uma risada abafada, e eu continuo o encarando esperando uma resposta. Tínhamos tido uma conversa séria a minutos atrás e ele estava me chamando de princesa?. Sério?. -É por que você age como uma. Dando ordens, e se nada sair como você quer você faz bira.- ele olha de baixo para cima para mim, como se o que eu estivesse fazendo agora fosse uma bira. Eu só estava apenas fazendo com o que nos dois não ficássemos constrangidos com a presença um do outro. -Agora vamos, prometi a seu pai que levaria você em segurança até a sua casa.

-Não me lembro de você ter prometido nada a ele.- continuo- E outra vocês nem são tão amigos assim. - fico tensa ao me lembrar da amizade dos dois, como meu pai pode fazer isso comigo?. Isso é traição!.

-Tanto faz, acho que seu pai prefere eu doque você.- arregalo os olhos. Aquilo era só uma suposição, meu pai preferia eu, né. -Eu pelo menos não deixo as pessoas.- Gavi me puxa para perto do carro.

-Já que eu deixo as pessoas aproveite
sua viagem de cinco horas so-zi-nho!.- Caminho para longe dele e daquele carro idiota. O que eu estava fazendo? Eu não tinha dinheiro para a droga do uber, e acho que não tinha como eu ir caminho para Barcelona. Sinto meu rosto aquecer e sabia o motivo. Ele .
Eu estava o deixando sozinho de novo. Eu estava fazendo aquilo de novo. Estava sendo egoísta e pensando só em mim. Gavi tinha razão eu estava dando ordens e fazendo bira. Eu era uma criança idiota de 20 anos.
Paro de andar, eu não iria deixá-lo, não mais.

Sinto braços envolverem minha cintura, e quando percebo já estava nos ombros de Pablo Gavi. Ele realmente estava me levando nos ombros para o seu carro?
Levanto um pouco a cabeça para ver o que realmente estava acontecendo e,  seus braços estavam ao redor de minhas pernas e o resto de meu corpo estava jogado sobre seu ombro. Encaro sua perfeita nuca, e nem tento impedi-lo de fazer o que está fazendo, só relaxo nos poucos segundos em que ele caminha até seu carro.
Gavi me coloca no assento, e me prende com o cinto de segurança.

-Sabe que isso pode ser considerado como sequestro né.- digo dando um riso. Ele não me responde e para a centímetros do meu rosto. Cinco centímetros da minha boca. Gavi não diz nada só me encara. Sinto nossas respirações se misturando como uma dança. Meu coração estava disparado, e eu estava temendo que ele pudesse ouvi-lo. Ouvir meu coração implorado por ele. Por Pablo Gavi.

-Espero que nessas cinco horas você se comporte.- seus doces lábios a cinco centímetros de mim, cinco centímetros, cinco centímetros, cinco centímetros, só cinco centímetros. -Princesa.

Oi meus queridos. Tudo bem? Espero que tenham gostado. Beijos até...

𝑴𝒆𝒖 𝑱𝒐𝒈𝒂𝒅𝒐𝒓 - 𝑃𝑎𝑏𝑙𝑜 𝐺𝑎𝑣𝑖 Onde histórias criam vida. Descubra agora