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REBECCA MARQUÊS

Eu compreendi que mesmo que eu tentasse, minha vida sempre estaria com várias coisas acumuladas em um momento só. Por isso, em dias como hoje, eu costumo gritar de felicidade por dentro.

Por motivos que eu não fiz questão de realmente entender, hoje as aulas estariam suspensas. Ou seja, manhã livre. No entanto, a assistência do Tokio Hotel, pediu para que eu fosse durante a noite, por segundos tentei evitar o pedido, mas eles negaram meus pedidos. Tive que modificar meu dia no teatro para o período da tarde, então eu só tinha mais alguns minutos de tempo livre, já que eram quase uma duas da tarde.

O tempo estava belo, ao meu ponto de vista. Eu gostava de como as nuvens se organizavam quando o céu estava nublado. Algumas pessoas tinham guarda-chuvas, outras preferiam sentir o tempo frio, como eu.

As pessoas me olhavam algumas vezes, mais do que o costume. Me olhei tantas vezes no espelho, para ter algo de errado que chama tanta atenção? Passei por uma loja conhecida que tinha espelhos na entrada, mas não havia nada de diferente em mim. Notei que os funcionários me olhavam, então parei com a minha ação, andando rapidamente.

Assim que estive dentro do teatro, pude ver alguém registrar o momento. Respirei fundo, estava apta a surtar se continuasse naquela extrema estranheza. Mas, ao me virar, pude perceber que meus colegas de profissão, me olhavam impressionados da mesma maneira.

- Por que porra, vocês estão me olhando assim? - Mesmo que a ação não viesse exatamente somente deles naquele momento, eu estava farta de olhares que carregavam a mesma dúvida.

Cada um deles fingia pessimamente fazer alguma coisa relacionada ao teatro, já que eu percebia novamente seus olhares a mim, e algumas conversas baixas. O professor ajudava alguns novatos, tirando sua atenção de todos. Sentei-me em um lugar qualquer, enquanto concentrava em meu subconsciente, que estava repleto de informações. Era bom fazer isso, era um dos únicos momentos que só havia o silêncio interno, e eu.

- Eae, tudo bem? - Era um voz reconhecida, mas não íntima. Clarissa era uma das garotas que eu já havia dividido o palco, eu fui em sua casa algumas vezes, mas nossa conversa não se passava de coisas relacionadas a isso. - Está me ouvindo? Ou vendo? - Sim, eu estava a vendo e ouvindo, mesmo sem querer que involuntariamente estivesse fazendo isso.

- Não faça isso, eu sei que está ao meu lado. - Durante sua pergunta, ela me cutucava algumas vezes. - Precisa de algo clarissa? - Olhando para ruiva, pude notar que como os outros, ela tinha aquele olhar que tanto estava me irritando. - Por que todos vocês estão assim? Você já é o centésimo ser humano que me questiona com os olhos. - Eu estava indignada, e meus gestos comprovavam.

- Ontem simplesmente apareceu ao lado do Tokio Hotel e quer que a Alemanha te trate normalmente? Impossível né! - Eu sou burra ou algo nesse nível, por que diabos eu não pensei nisso antes?

- Essa algazarra toda é por que eu apareci rapidamente? Desnecessário. - Rindo irônica, voltei a me concertar em mim. Mas a garota não se retirava do meu lado.

- Acho que não entendeu Rebecca, saiu em todos os blogs e revistas jovens que Bill Kaulitz havia encontrado um amor, e esse "Amor" é simplesmente, você. - Simples e rápidas palavras me abalaram intensamente. Minha ansiedade especulou no mesmo momento diversas situações diferentes, nas quais essa notícia podia me levar.

- Por que caralhos estão dizendo isso? Eu só dei a porra de uma informação para aquele emo desgraçado. - Peguei a mochila na qual eu carregava meu notebook, acessando diversos sites que comprovariam aquilo dito por ela. E nada curiosamente era verdade.

- Pode me levar para conhecê-los? - A olhei perplexa, ela tinha o que? Merda na cabeça?

- Isso é hora Clarissa? - Levantando-me meus olhos encontraram a porta de saída, que seria sem sombra de dúvidas, meu próximo destino.

O caminho foi mais intenso que antes, pessoas literalmente rodaram o teatro para me ver, o que eu não imaginei que um dia aconteceria. Quer dizer, não por algo como isso. Alguns fãs da banda tiraram fotos e vieram questionar a ação. Nesse meio tempo, pude descobrir que tudo isso foi pelo sorriso maroto que Bill soltou ao escutar o que eu disse.

Peguei o meu crachá mostrando para o porteiro, que logo soube que eu era alguma funcionária dos Kaulitz. Eles moravam nos últimos prédios, o que me estressava, eram muitos andares para passar. Mas não importa, isso era a última coisa que realmente passava pela minha cabeça. Soltei uma batida na porta algumas vezes, depois de um curto tempo, ela foi aberta pelo guitarrista irritante. O mais alto me deu passagem, me dando a oportunidade de encontrar Bill sério enquanto estava no sofá.

- Pode fazer tudo com ele, só não o mate.- Indo para outro lugar, Tom quase susurrou em meu ouvido. Enquanto eu me sentei a frente de Bill, que levou seus olhos ao outro sofá.

- Olha eu juro que eu não sabia. Se eu soubesse que meu sorriso ia causar tudo isso... Eu também sei que foi a produção que a fez fazer isso, vou conversar com eles depois. Mas é que de certa forma, o que você fez me salvou, eu estava odiando aquela entrevista. Porra, só estou pensando em mim mesmo. Espere, vou reavaliar o que falei. Eu queria dizer que sinto muito pela sua fama nessas últimas horas por um motivo como esse. Desculpa, não sei pedir desculpa. Caralho, eu não sei desculpar minha desculpa. - Ele estava agoniado, seus olhos focavam em tudo, menos em mim.

- Primeiramente, olhe para mim. E segundo, eu desculpo seu pedido horrível de desculpas. - É, eu curiosamente não estava me descabelando pelo acontecimento. Mesmo que entendesse sua gravidade, e eu não estou falando de como ele é diante a fama do Tokio Hotel. Mas sim por que eu estou odiando a ideia de me conhecerem por algo que envolva um homem, e que de certa forma, eu seja a coadjuvante dessa história. - Só espero que isso se resolva Kaulitz. Eu sei que não é sua culpa, não totalmente. Posso não ser a mais simpática garota com aqueles que são garotos, mas sou justa. E não, eu não mudei meus conceitos. Sei que as vezes me observa e questiona alguma de minhas ações. Eu percebo seu jeito curioso. - Ele carregou um sorriso ladino em seus lábios, enquanto eu peguei meu notebook e mostrei algumas páginas digitais sobre o assunto.

- De onde eles tiraram isso? Porra, eu só sorri. - Ele ria expressivo, enquanto eu fitei seus olhos castanhos.

- É Kaulitz, tem um público tão louco quanto a banda. - Desligando meu aparelho pude notar a tranquilidade vindo de Bill, enquanto aconhegava-se no sofá. - Te dou vinte quatro horas para cada uma dessas páginas sumir. - O sorriso tranquilo, foi se desmanchando junto a minhas palavras.

- Vinte e quatro horas? São muitas páginas. É sério? - Ele me acompanhava apressado, enquanto eu carregava um sorriso malicioso.

- Eu sei que consegue Kaulitz. Até mais tarde. - Eu o desculpei, mas atos tem consequências.

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𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐄𝐗𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍 | 𝘉𝘪𝘭𝘭 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻.Onde histórias criam vida. Descubra agora