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BILL KAULITZ

Em todos os shows, eu sempre sinto uma agonia insistente dentro do meu estômago. Como se uma grande quantidade de pessoas estivessem andando rapidamente no local. Me explicaram a vida inteira que isso era normal, e acontecia com a maioria das pessoas. Mas porra, isso incomoda para um caralho.

Ontem foi turbulento, tudo foi esquisito e inevitável. Eu tive a obrigação de me desculpar com a garota, fui um idiota em agir daquela maneira. O que estava passando pela minha cabeça? Isso nunca fez parte da minha personalidade, e eu nem quero cogitar que faça.

- Para de viajar, e me ajuda com os instrumentos. - O meu gêmeo, brutalmente puxou uma das mechas do meu cabelo, na qual já estavam arrumadas em seu penteado comum.

- Você me odeia não é? - Perguntei ao garoto, que não esteve preso para responder.

- Odeio, odeio muito. - O mais velho, jogou uma das almofadas que sempre fazíamos questão de carregar durante a viagem em mim. Tenham irmãos, é ótimo. - Odeio tanto que não vivo sem. - Um sorriso ladino foi posto em seus lábios, e um parecido nos meus. Os únicos momentos que Tom demostrava afeto por mim, era quando estávamos sozinhos. Quer dizer, na maioria das vezes.

- Tom carinhoso, raridade senhoras e senhores. - Sentei-me ao lado do garoto, fazendo com que o sofá afundasse levemente. Bati com uma almofada em sua cabeça, descontando a ação anterior.

- Raridade foi te ver agir daquela forma ontem. - Aparentemente minhas caras e bocas se tornaram mais evidentes do que eu havia imaginado. - A garota está pouco se fudendo para sua presença, e você fica com ciúmes dela? Eu te ensinei algumas coisas, não aprendeu nada? - Infelizmente, o Tom comum havia retornado, e ainda veio para questionar minha atitude.

- Eu não tava com ciúme. - Explico seriamente, enquanto confiro a duração das minhas unhas que eu havia pintado recentemente. - É sério eu não estava. Você não vai entender o motivo, então acho melhor que esqueçamos esse assunto. - Me retirei do lado do garoto que ainda me perseguia, mas com o olhar.

- Vamos ver se não. - O guitarrista sorriu malicioso para mim, enquanto segurava sua guitarra triângular.

- Por que você tá falando isso? O que vai fazer Tom? - Meu coração batia mais rapidamente que o normal. Eu tinha receio do que Tom poderia fazer, não algo de ruim. Mas, usar sua atraencia para provar algo para mim.

- Não viaja Bill. - Dando alguns tapas em meu ombro, ele tinha a tentativa de me acalmar. Falhou, é muito. - Três, dois... - Sua fala me deixou nervoso, bem mais que antes. Tom havia feito o que? Colocado uma bomba aqui? E de que forma isso prova algo do que ele afirma?

- Porra Bill, eu pedi para que trocasse a portaria. - Ok, ela estava linda. Mas, essa era uma palavra supérflua para definir sua aparência. A ondulada estava, sem sombra de dúvida, próxima da perfeição. - Eu tive que dizer em que maternidade eu nasci. Espero que eles não procurem saber, eu disse o nome de uma loja de roupas do Brasil. - A bandana detalhada que exercia a função de blusa, se encaixava belamente com calça jeans branca. A mesma era folgada, não como as de Tom. Mas, o suficiente para fazer com que ela utilizasse um cinto. Já em seus pés, carregava um All Star, quebrando a seriedade de sua roupa.

- Ótima brincadeira becca, agora eu estou suado. - Acho que estou sendo corrompido por Tom, ou isso realmente teve um duplo sentido.

𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐄𝐗𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍 | 𝘉𝘪𝘭𝘭 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻.Onde histórias criam vida. Descubra agora