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REBECCA MARQUÊS

Em uma das muitas conversas diárias que consequentemente eu tenho, foi-me anunciado a presença de uma cafeteria brasileira, que havia sido aberta recentemente. Senti meu coração patriota bater mais rápido, e a saudade rasgava-me por dentro.

Não me recordo se realsei a importância e significado do país sul americano para mim. O Brasil mantém a cultura mais soberana que vi, e gracio ter minhas raízes ligadas a ele. Não inválido seus defeitos, que são cobertos pela culpa da sociedade. Mas, não posso negar que amo tudo aquilo.

Senti o gosto único que o café preto entregava indiscretamente aos que o tomavam, junto a um macio e saboroso pão francês que não lembro-me da última vez que comi. Trazendo a tona, tudo aquilo que passei nas ruas cariocas, na região sudeste do país, onde nasci. Mesmo com seu estereótipo estrangeiro, onde andamos o tempo inteiro com trajes de banho, jogamos futebol e dançamos samba. Alguns apreciam o local. Mas, de maneira previsível, nos marginalizam.

Escuto barulhos abafados sendo emitidos por algo desconhecido por mim. Confesso que acuso chamarem minha atenção, já que procurei o som com meus olhos curiosos. Por pouco tempo, convenci a mim mesma que perdi segundos da minha vida, ignorando a sensação anterior, até que assusto brevemente, ao ver o guitarrista cutucando o vidro do estabelecimento.

- Por que simplesmente não entrou? - Pergunto ao garoto em minha frente, que se colocava em uma das cadeiras da mesa.

- Fala como se não soubesse que não penso antes de fazer. Nesse caso, isso realmente foi burrice. - Tom não estava nada diferente. Mas me recordo de suas frases insistentes, que afirmavam gostar de manter sua aparência por um bom tempo.

- Que bom que sabe disso Kaulitz. - Seus olhos desaprovados me atacaram sem intenção de machucar, já que, fizeram cócegas em mim.

- Pensei que seguiria qualquer profissão, menos atriz. - Balbuciava o ele. - Não que você não faça isso bem, sua atuação é foda. - Tom roubava descaradamente algumas porções da minha refeição, sem ao menos, perguntar se podia. Nunca iria negar é claro. Mas questiono para mim, onde está sua vergonha, nunca a vi.

- A banda também está em uma fase boa, eu vi algumas notícias. - Digo. - Vocês trabalham para isso, merecem. - Vi não só uma, mas dezenas de notícias que envolviam o novo álbum da banda, que aparentemente, foi muito bem aceito pela mídia.

- Eu fiquei "Porra, isso deu muito certo", com o resultado do álbum. - Empolgado, Tom não parava quieto nem por um mínimo segundo. - Mas algo está uma merda, e acho que não vai acabar rápido. - Engoli um pouco do café que tomava, focando no assunto dito, que chamaria a atenção que qualquer um. - Agora tenho mais uma pessoa para compartilhar páginas nas revistas, pare de ser famosa Rebecca. - Ameacei o garoto com a faca em minhas mãos, o fazendo recuar, e dizer desesperado que não se passava de zombarias.

Eu obviamente não iria machucá-lo, ele sabe disso, você sabe disso.

O celular vibrou em meus bolsos, me arrancando da concentração que permiti que a conversa adquirisse para si. Meu rosto carregou negação, não somente pela parada da conversa que executava com Tom, mas o fim do proveito de meu café tardio.

- Preciso ir embora nessa porra. - Em segundos meu humor se desmanchou como o açúcar no café.

- Para onde vai? - Deixei o dinheiro na mesa, junto a alguns trocados a mais. Olhei com estranheza para Tom, diante a sua pergunta. Mesmo sabendo que isso é fruto da sua curiosidade.

𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐄𝐗𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍 | 𝘉𝘪𝘭𝘭 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻.Onde histórias criam vida. Descubra agora