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REBECCA MARQUÊS

Fui acordada com um som estrondante de conversas, nas quais poderiam ser definidas como gritos. Minha cabeça latejava, como seu alguém fizesse impacto nela a todo o momento. Porém, meu momento de compreensão que acordei acabou assim que notei que ainda  estava na cama de Bill.


Eu vestia um dos moletons que eu já o vi usando, e uma calça confortável, que obviamente não me fez ficar com frio durante a noite. O cheiro do garoto, estava grudado em mim... Porra, eu estava cheirando a Bill. O que eu fiz? Será que... Não, eu não faria isso! A quem eu quero enganar? Eu lembro de poucas coisas sobre ontem.

Levantei-me sonolenta, e um pouco tonta. Eu sei que isso é por causa da bebida, não sou burra a esse nível. Sinceramente, no momento eu estou me sentindo um lixo, e não só corporalmente, mas sim dentre meus ideias. Acabei de cometer o maior erro da minha vida, fiz o que me assombra todos os dias. Me assemelhei com meu pai.

Notei que em cima da escrivaninha do cantor, havia uma peça de roupa. Na verdade, algumas opções. E, algo mais. Traste de Bill.

" Bom dia Rebecca. Sei que deve estar confusa, raivosa, diferente... Não sei, deve estar se sentindo esquisita. Todos se sentem assim depois que bebem pela primeira vez, eu deixei isso ontem de madrugada. Você começou a bater insistidamente no quarto de Tom, onde eu estava dormindo, e disse que não estava bem. Fiquei com você por muito tempo, e imaginei que precisaria disso quando acordasse. Não se preocupe, ninguém irá te julgar.

E por fim, as únicas coisas que aconteceram foi que você bebeu; e não tive para onde te levar então te trouxe para cá. Até bêbada você é durona. "

Adentrei o banheiro que também estava preparado para minha chegada. A água parecia diminuir os horríveis sintomas de uma ressaca. Coisa que provavelmente, eu não irei fazer nunca mais.

Quando entrei na cozinha, consegui ver Bill e Georg. Eles conversavam, e muita das vezes, Bill repreendia o outro garoto. Que argumentava na mesma intensidade.

- Se ela está viva, Tom e Gustav também estão. - Revirei os olhos para Gustav, que olhava para mim. Fazendo com que Bill fizesse o mesmo. - Como está Rebecca? - Pergunta ele.

- Horrivelmente mal. - Levei minha cabeça até o balcão, comprovando a característica dita por mim. - Eu estou péssima, como nunca fiquei.

- O Bill fez com café da manhã. - Ainda na posição, levei meus olhos ao garoto que apontava para o cantor. - Assim, eu não confio muito. Até uma criança cozinha melhor que ele. Mas, é o que temos. - O de cabelos longos saiu do lugar rapidamente, se retirando da cozinha. Talvez seja pelas ameaças que Bill formou depois de sua última frase.

- Kaulitz. - Antes concentrado no que fazia, o mais velho me cedeu toda sua atenção. Seus gestos, deixavam claro sua curiosidade. - Obrigada por tipo... Tipo me ajudar ontem a noite entende? Eu tinha brigado com você e da mesma forma. Digo, da mesma maneira, você cedeu seu tempo para me ajudar. E eu sei que deveria ter tomado cuidado, eu não sabia que aquilo era praticamente feito só por coisas alcoólicas, e eu sei que eu me fudi para o limite e...

- Está tudo bem Rebecca. - Ele mantia um sorriso nos seus lábios, e parecia concentrado em meu desabafo. Mesmo impedindo que ele continuasse. - Isso é normal, acontece. - Para ele parecia tão fácil. Que resolver aquilo foi somente algo que acontecia com ele, que quase me convenso. Porém, sua feição cansada, contradiz com esse fato. - Inclusive, você continua a mesma pessoa bêbada. Só que fala as coisas com mais facilidade. Mas, sua personalidade não muda nada.

- Que porra eu falei? Quer merda eu fiz? - Meu coração errou as batidas naquele momento. Tenho medo das coisas que eu guardo para mim, e como as pessoas reagem quando eu falo delas.

- Nada de muito importante. Dormiu na festa, não queria entrar no carro. Pelos céus, você não queria tomar banho sozinha e por fim disse que estava vendo mini pessoas te perseguirem. - Uma coisa que dificilmente acontecia comigo, era ficar com vergonha. Mas, dessa vez. Aposto que me assemelho a cor de sangue em minhas bochechas.

- Que ridícula. Só faço merda.

- Até parece. - Disse ele, enquanto procurava algo nos armários. - Sabe o que disse? Que não estava com raiva de mim de verdade, só não estava acostumada em ter alguém cuidando de você. - Levei meus olhos a cantos aleatórios, já que faltava coragem para encarar o rosto do artista. 

- Qual a próxima coisa? Eu matei alguém? - Para mim, era somente isso que faltava para ter o pacote completo de vergonha alheia. - Não vou omitir o que a Rebecca bêbada disse. E inclusive, fui intensa demais ontem. Sinto muito pelo que eu disse. - Digo, enquanto ele entrega-me uma xícara de algo que desconfio ser café.

- Não precisa vir trabalhar hoje, darei um jeito. - Aos poucos, finalizando seu trabalho na cozinha. Ele afastavasse do local. - Ah, me lembrei agora. Disse que não me acha tão insuportável. - Mostrei o dedo do meio a ele, que ria ao me ver assim.

Tinha meu celular no bolso, e uma dúvida é preocupação em mente. Onde caralhos, estava Henry? Já que o garoto não me disse nada desde ontem. Várias chamadas, barulho insistente da caixa postal. Ótimo, perdi meu melhor amigo.

- Amanhã estarei aqui tudo bem? - Eu estava meio que sem rumo, não sabia ao certo para onde ir. Mas, alimentava alguns pensamentos. - E eu devolvo suas roupas. - Certamente eu esqueceria, se não tivesse visto meu reflexo em um espelho próximo de nós dois.

- Pode ficar. Fica melhor em você, sem sombra de dúvida. - Não que o comentário tenha sido relevado e deixado de ladopor mim, nunca. Mas, eu não iria brigar com ele as nove da manhã. Não depois de tudo.

- Até amanhã Bill Kaulitz. - Virei-me completamente, não era possível ver mais o delicado rosto do alemão. Mas, fui impedida. Não fisicamente, mas por sua voz inconfundível.

- Eu te dei também porque ontem a noite, disse que era melhor que todos seus pijamas. - Fiz uma expressão que nem ao menos sei definir. Mas, tenho certeza que não era uma boa.

- Vai tomar no seu cu Kaulitz.

O caminho para casa foi intenso, a bebida deve ainda alterar meu equilíbrio. Já que senti fraqueza algumas vezes. Eu, uma brasileira que não aguenta beber. Trágico para o contexto cultural esteriotipado.

Vi algumas mensagens chegarem em meu aparelho. Logo, cogitei ser Henry. Mas, não... Era curiosamente, mensagens da clínica que minha mãe foi dada como morta. As mensagens, retratavam o relatório do seu estado terminal.

Que porra é essa?

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𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐄𝐗𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍 | 𝘉𝘪𝘭𝘭 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻.Onde histórias criam vida. Descubra agora