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REBECCA MARQUÊS

Henry tinha mais que a habilidade, ele tinha a prática de me irritar todas as vezes que queria algo de mim. Eu aprendi a conviver com isso, e ignorar a ação persistente que fazia. Mas hoje, pelos céus, ele estava insuportável.


- Não vai mesmo deixar conhecer eles? - Insistia o garoto, choramingando para mim.

- Eu não sei se eu posso, eles são imprevisíveis. - Explico ao garoto, que me chacoalhava algumas vezes. - Se eles me demitirem, você vai me sustentar ou algo assim? - Ele carregava olhos desesperados, como se necessitasse de uma resposta positiva.

- Se for necessário. Sim, eu te sustento. - O garoto impossibilitou minha entrada, segurado levemente meus pulsos. O que certamente, já estava me cansando.

- Eu sei que recebeu poucos "Nãos" em sua vida. Mas, dessa vez é sério. - Meu olhar sério, se ligava ao garoto que não parecia mais se intimidar com ele. Talvez seja pela prática recorrente que faço. - Eu te amo, mas não. Você não vai ficar comigo.

- Claro que ele pode ficar conosco. - Bill mesclava seu olhar determinado, entre eu e Henry. Confesso que foi uma presença que eu não esperava naquele momento. - Não seja tão dura com ele, Rebecca. - O rosto do mais velho, sempre teve sua mandíbula extremamente marcada, porém hoje, ela não parecia descansar nem por um minuto.

Eu o encarei estranha, não que eu fizesse questão que ele me observasse com a maior feição de felicidade, mas era diferente. Ele estava... Porra, eu não sei definir.

- Eu insisto. - Carregava em seus lábios, um sorriso irônico. Que para mim, soou como desconforto. Mas, para Henry, foi uma intensa recepção.

- Isso é inacreditável, eu estou dividindo um mesmo ambiente que o Tokio Hotel. - O moreno estava ansioso com o que vivia, era um real fã do trabalho dos garotos. - Caralho, eles são tão bonitos quanto na TV. - Admito que ele conseguia tirar algumas risadas de mim. O que muita das vezes, foi o suficiente para trazer os olhos de alguns deles a nós dois.

- Bill Kaulitz, vem cá. - Havia um e-mail em específico, que perguntava algumas coisas técnicas sobre o show. Que eu obviamente, não poderia concluir sozinha. - Eu acho que por esses leds, ficaria interessante. - Suponho ao garoto, que ainda tinha a mesma feição.

- Eu gosto da proposta. - O de cabelos escuros, tinha um tom de voz firme, e acredito que estava forçando para parecer mais grosso. Porra, ele acordou desnorteado hoje. - Mas, é ele? Não quer a opinião dele Rebecca? - Bill direcionou seu rosto para Henry, quase me torturando com o olhar.

- Por que eu deveria? - Eu estou tão perdida quanto um objeto sem valor. Não havia um motivo que eu encontrasse para Bill estar daquela forma... Não que eu me lembre.

- Sei lá, gosta tanto de ficar ao lado dele não é? Ótimo, leve ele ao show. Pelo menos assim não ficaram nem um segundo separados. - Afirma ele

- Ah sim, a companhia dele é ótima. - Os olhos de Bill nem sequer, por um segundo. Desfocavam-se de mim. - Não se preocupe Kaulitz, ele estará lá.

- Meus pais me mandaram uma mensagem becca. - Tirei minha concentração de Bill, confesso que sua estranheza estava me irritando. - Precisam de mim. Deve ser algo cansativo da empresa, que eu sou obrigado a participar. - O garoto levantou-se, segurando algumas coisas que havia trazido com si.

- Por favor, não faça nada que possa atrapalhar os seus pais. - Suplico ao moreno, que ri diante a isso. - Sei sua capacidade, e até onde vai quando não gosta de algo.

- Até amanhã becca. - O rosto do acastanhado foi enfiado no meu pescoço. O fazendo elogiar o cheiro bom que sentiu. - Eu ainda não digeri isso totalmente. Foi um prazer conhecer vocês garotos, estou chateado por ter que ir embora. Sinceramente, melhor banda que eu já escutei. - Henry estava sendo realmente sincero, conseguia ver em seus olhos. Além dos seus visíveis sinais ansiosos, que ele costuma fazer.

O americano, foi cumprimentando cada um dos membros presentes da sala. Pareciam ter gostado do rapaz, já que Gustav e Georg o chamavam para uma programação tardia, e até Tom elogiou seu estilo. Porém, Bill foi peculiar. Diferente do que já presenciei, ele estava tão frio quanto os polos do mundo.

O fim do meu expediente foi normal... Normal mesmo, e isso que me deixa confusa. Estar na presença dele, nunca era normal. Eu sempre sentia tudo intensamente, principalmente raiva ou cansaço. Mas, era um algo que estranhamente me fez sentir falta disso, mesmo que eu estivesse estressada na maioria dos momentos. Porra de emo desgraçado.

...

- Vai tentar fazer? - Clarissa retirava brutalmente um dos anúncios de testes de atuação que foram expostas no teatro.

- Não sei. Talvez termine me causando prejuízo no fim. - Explico a garota, que concordava. - Isso vai ser pessoalmente, e em outra cidade. - Leio o trecho para ela, que desanima ao notar.

- Acho que a vida não quer que sejamos atrizes! - Exclamou ela, jogando o papel em um canto insignificante.

- A vida não quer que eu seja nada. - Brinco com a garota, que finge chorar com a notícia. Senti meu celular vibrar alguns vezes, fazendo com que minha curiosidade, me obrigasse a conferir.

" Eae? Desculpa fui um babaca. Terminei descontando algo meu em você, sendo que não tem culpa de nada. Está certa, homens são idiotas e vocês fazem tudo melhor. Acabei concluindo isso essas últimas horas...

Não fica com raiva de mim, não muita. Não ao ponto que não fale comigo, ou decaia o que eu estou tentando construir. Mas, se pensar ao contrário tudo bem. Não serei babaca de novo. Henry é legal e te faz bem. Realmente quero vê-lo no show agora. Até amanhã Rebecca. "

Foi uma bela desculpa, pelo menos para se ler. Acredito que realmente foi sincero, mas ainda não tenho um pensamento completo sobre isso. Como disse, não estou consciente do motivo da reação dele, e nem sequer penso em algo possível. Por hora, não vai ser algo que vai me fazer perder o sono, que já não é bom.

" Tudo bem Kaulitz, tomei um remédio para relaxamento antes de ir trabalhar. Na verdade, eu nem estou pensando nisso. Henry é um cara e tanto. Vai ter oportunidade de conhecê-lo melhor, e arrisco que gostará dele. Eu sei que vocês são babacas, mas se eu te odiasse, não teria falado com você. Até amanhã Kaulitz. "

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𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐄𝐗𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍 | 𝘉𝘪𝘭𝘭 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻.Onde histórias criam vida. Descubra agora