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REBECCA MARQUÊS

Era a quarta ou quinta vez que aqueles talheres caiam de minhas mãos, somente nessa possível eterna refeição, já que nunca parecia chegar ao definitivo, fim. Estar frustrada é decadente, e com pitadas de inutilidade, as coisas pioram ainda mais.

Descobri que a mulher que está responsável por mim, está em outra cidade, e talvez não seja assim tão responsável quanto eu imaginava. Mas, esse não é o ponto. Tanto a mãe de Henry, quanto Elis, ou qualquer outra pessoa que eu conheço, que não é uma lista extensa, não estão disponíveis para me acompanhar nesses dias deploráveis.

Não há um motivo extremamente radical, que não me fizesse ter excluído Bill Kaulitz dessa lista. Mas, sei que a vida do rapaz é uma das mais agitadas que pude apreciar, o deixando a maioria das vezes, fadigado pela frequência. Não queria ocupá-lo comigo.

Os argumentos relevantes tornaram-se fúteis, quando ele tornou-se a única pessoa que aceitou, sem colocar se quer, nenhum contratempo. Dito isso, o garoto noticiou a alguns minutos passados, que já estava chegando.

O interfone ecoou seu som incômodo por toda a extensão do lugar, querendo deixar-me cada vez mais surda. Como imaginam, era o rapaz, que precisava da minha permissão para subir.

- Como você está? - Bill estava rodeado de algumas malas, claro, de seu tom predileto. Além de uma bolsa de ombro, como as que ele sempre costuma levar para sair. Nada de maquiagem, como vi algumas vezes. Nada de vestes extravagantes, mas sim, uma bela roupa confortável.

- Sofrendo a cada momento com isso. - Expos seu sorriso extremamente bem alinhado para mim, enquanto seus olhos castanhos, quase mel, se prensavam cada vez mais. - Foi a única pessoa que aceitou vir, então ajudou me muito. Está vendo toda aquela bagunça na cozinha? Eu não consigo ao menos, comer sozinha. - Mostrei toda a bagunça que eu fizera mais cedo para Bill, enquanto sentia sua presença cada vez mais próxima. - Estou ficando sufocada. - O afago teve uma carga involuntária, acredito. Seus braços rodeavam meu corpo, como se necessitasse daquilo, desse contato extremista.

- Foi mal! Estive pensando em você esses dias, e... Eu estava preocupado, não a vi desde o dia que fomos ao hospital. Isso faz o que? Uma semana? - Suas bochechas ruborizaram, sem motivo aparente. Juntei minhas sobrancelhas confusa, por justo, sua confusão.

- Não Bill, faz três dias. - Suas bochechas ruborizaram mais uma vez, tão vermelhas quanto maçãs. - Tudo bem, isso não é importante.  - Segurei o pulso do garoto confuso, que estava desnorteado em minha casa, justo por nunca ter a visitado antes.

É uma casa realmente grande, até mesmo desnecessária ao meu ponto de vista. Levando em conta que mora somente a mim, e minhas crises aqui, e por tempo limitado, Bill.

- Aqui, você fica com esse quarto. - Apresento a ele, que parecia interessado. - Tem suíte, um closet desse outro lado, tudo bem? O meu quarto é esse aqui do lado. - Isso não chega a ser uma inversão, mas é fantástico, porém, mais curioso, o acontecimento do dia em que eu me senti exatamente assim. - Não quero que se sinta coagido aqui, só tem eu, e você me conhece. Não me importo que ande, ou conheça as coisas da casa. Pode aguçar sua curiosidade. - O cantor aproveitou as palavras para conhecer seu dormitório, e por lá mesmo, o vi ficar umas duas horas.

...

Meu quarto estava um caos; roupas pelo chão; coisas aleatórias sobre a mobília; alguns quadros tortos e papéis rebeldes atoa. Eu precisava dar um jeito nisso, antes que eu me perdesse em minha própria confusão. Escutei três batidas leves, se colidirem com a porta. Bill abriu logo depois, adicionando seu corpo progressivo, vagarosamente.

𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐄𝐗𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍 | 𝘉𝘪𝘭𝘭 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻.Onde histórias criam vida. Descubra agora