BILL KAULITZ
As novas músicas, em versões inglesas, são espetaculares. Mas, pelos céus, poder cantar em alemão é mágico. Escutar o público esbanjar o nome de sua banda alto o bastante para doer os ouvidos é com certeza, uma das melhores sensações que eu pude sentir.
Desde que eu crie um compromisso com a música, vim me doando ao máximo. E a alguns anos, vim me beneficiando desse esforço. Todas as vezes que meus pés se colidem com o palco, sempre sinto a comum sensação de nervosismo, e apreensão. No fim, é mais um show, mais uma oportunidade de reformular uma história, não só para mim ou para a banda. Mas, para nossos fãs.
- Tocar guitarra é tão prazeroso, mas por que precisa doer tanto? - O magia musicista acabou, agora, estaríamos presos com as consequências do evento.
- Tudo que é bom dói. - Rebecca terminou sendo obrigada a nos acompanhar durante esse evento, já que, a garota estava cheia de seus afazeres profissionais. Necessitando, da minha presença.
- Oh... Isso é verdade. - Afirmou ele, com seu típico sorriso ladino. - Se é que vocês me entendem. - Não houve exceção, todos nós reviramos os olhos com seu comentário sexual. Alguns olhares carregavam surpresa, já outros, costume.
- Entendemos Tom, mas fingimos não entender. - Gustav o chacoalhou levemente por trás, repreendendo seu pensamento impróprio. - Assim, não enlouquecemos. - Com a aba de seu boné para baixo, Tom soltava um perceptível, riso forçado.
- Onde está o resto da sua roupa? - Pergunto ao gêmeo, que curiosamente tinha um rasgo em suas larga vestimenta, capaz de deixar seu abdômen exposto.
- Não sei, talvez as fãs que estavam lá na frente saibam. - Um conjunto de risos foram formados por nós, já que Tom, deixava cada vez mais, sua chateação aparente.
Todos nós nos mobilizamos para irmos para casa, durante esses dias, essas semanas em geral. Sinto-me mais frágil, e facilmente atingido por intensas interpretações nos palcos, e vocais que me exigam muito. Canto desde que permiti o verdadeiro Bill ser livre, sem barreiras ou limitações, só eu. Mas enfim, talvez eu esteja acumulado de obrigações, repleto de tarefas, e cheio de repressão. E sim, isso preenche a maioria dos meus pensamentos.
- Caralho Tom, sobe logo na Van. - Gustav, impulsionava o garoto em sua frente, que exibia a parte exposta do corpo, o guitarrista fazia questão de preencher com falsas expectativas, as garotas que rodeavam o automóvel.
A discussão que aos poucos crescia, foi finalizada com um olhar desaprovado de nosso empresário, que com toda certeza, preservava a nossa imagem. Para evitar especulações desnecessárias, Rebecca já estava dentro da Van, que com cautela, tinha seu lado coberto pelas cortinas das janelas quase visíveis para todos.
- Ainda falta muitos? - Aos poucos os lugares foram preenchidos por todos. E ao lado de Rebecca, era meu lugar.
- Não tantos que eu posso responder sozinha, com você, tem bastante. - Com a tela exposta para mim, comprovei a tese defendida pela imigrante.
- Vamos parar aqui. - Mesmo com o tempo irregular, o velho utilizava ternos e camisetas sociais charmosas, tudo pela boa impressão. - Será rápido garotos, não façam besteira pelo amor dos deuses. - Suplicava ele, nos encarando.
Para ter consciência da atual localização em que estávamos, me coloquei uma posição um pouco sobre Rebecca, que logo esteve tão curiosa quanto eu. Era um lugar movimentado, por isso a privação das janelas fechadas. Havia alguns bancos e pontos de luz que enfeitavam a região, trazendo conforto e harmonia para quem vê.
Em um dos lugares de conforto, sucedia um possível conjunto de pai e filha. Já que, a leitura labial, nos contou isso secretamente. As risadas sinceras, e gestos animados, permitiam a compreensão do respeito e carinho que eles tinham um pelo outro.
Eu não tive as melhores relações do mundo com o meu pai, o biológico. No entanto, foi premiado com o apoio completo do meu padrasto, que se colocou nesse papel para mim. Terminei me prendendo a cena, e a admirando. Mas, Rebecca também.
Com o olhar pesado, a garota os marejava levemente. Acredito que, até de forma involuntária. Fechei breve o que possibilitava a visão, percebendo sua percepção de como se encontrava.
- Desculpa Rebecca. Eu tipo, eu não sabia. Eu não teria aberto para você ver. - Me encontrei procurando as palavras que perdi pela pressão do momento, e dificilmente as encontrava. - Eu sou um idiota mesm...
- Não é sua culpa Kaulitz. - Dizia ela. - Esquece isso. - O membro que a garota fazia questão de enfeitar com belos anéis, acariciou, mesmo que de forma medrosa, a minha mão. Achei engraçado, a maneira que ela fazia os movimentos, deixavam claro sua falta de costume.
...
Dessa fez, sorteados para estar indo para casa pelo elevador. Tom cantarolava, de maneira desafinada, suas músicas prediletas. Rebecca, que discretamente, revirava seus olhos castanhos algumas vezes. Arrancava risadas sinceras minhas, compreendo que aquilo não se passou de uma brincadeira, já que, ela sorria também. Caso contrário, eu estaria bastante incomodado. Tom pode ser insuportável, mas só eu posso afirmar isso.
-What is love? Oh baby, don't hurt me. - Se fossemos definir uma música facilmente decorável desses últimos anos, essa com certeza, ganharia. - Don't hurt me, no more... - Disparado em nossa frente, Tom parecia ignorar nossa existência.
- O que aconteceu em Tom? Quem te traiu? - Pausando seu show particular, meu gêmeo encarava a garota ao meu lado. - Não me olhe assim, não é culpa minha. É a tradução.
- Acha que alguém iria trair essa beldade aqui? - Deixando evidente todo seu ego, Tom apontava para si mesmo, destacando sua beleza.
- Acho. - Mostrando seu dedo do meio para Rebecca, Tom zombava de seu comentário.
- Olá Tokio Hotel! - Me assustei ao ver o surgimento de Kira e Verena, que estavam prestes a entrar em seu apartamento luxuoso. - Vindo de um show? - Perguntava Kira.
- Sempre não é? Não foi tão longe, por isso estamos em casa. - Iniciando nossa fala, Georg se aproximava das musicistas ao nosso lado.
- Vai ter uma festa amanhã, em uma boate perto daqui. Se quiserem ir... Estão todos convidados é claro. - Explicava Verena, enquanto seus olhos azuis, competiam com o céu matutino em dias ensolarados.
- Festas eu não perco por nada. - Voltando apressado, Tom elevava seu espírito festeiro. - Se eles não forem, eu vou. - Afirmava ele.
- Ficamos felizes. Mas, enfim. Até outro dia galera. - Com formalidade, ambas tiraram suas presenças de nossos olhos.
Elas são garotas interresantes.
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𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐄𝐗𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍 | 𝘉𝘪𝘭𝘭 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻.
FanfictionA carioca não foi presenteada com a sorte da família perfeita. Perguntava-se se ao menos poderia chamar aquilo de família. Explorando seu mar de azar, a garota é despedida do seu serviço, e se encontra obrigada, a encontrar outro. Só não imaginava q...