REBECCA MARQUÊS
Isso é um tanto quanto humilhante. Não seria suficiente tomar banho com minha mão coberta por uma sacola qualquer, impedindo que a água alcançasse a tala, ou até mesmo as dificuldades contínuas durante a alimentação, a tornando cada vez mais estressante e cansativa.
Não vitorio o vício em automóveis, inclusive, não tenho grande conhecimento nem pelos seus modelos ou nomes fictícios. No entanto, tenho um extenso afetivo em dirigir. Para mim, é terapêutico.
O levantamento, não é minhas dificuldades na convivência, ou meu escasso conhecimento sobre carros, mas sim, a tentativa insistente em dirigir da maneira que eu estou; impossibilitada.
- Jesus, por que eu aceitei vir? - Perguntas receosas pareciam ser a única coisa que passava pelo cabeça do garoto, que a cada segundo, expressava algo. - Becca, você vai bater na lata de lixo.
- Não quer dirigir para mim? É o que está parecendo Billy. - A invalidez já estava substuindo meu sobrenome. E a cada dia, parecia me dominar cada vez mais. - Eu sei dirigir. - O jeito que dominou sua respiração, clarientou sua falta de credibilidade no comentário, que posso admitir que carregou um pouco mais do que esse sentimento de inutilidade.
Hoje mais cedo, um pouco depois que o sol bateu seu ponto, fui acordada por brutais ligações de meu genitor, que recebeu o atendimento com frases simples como, "Você é uma vagabunda", "Puta! Só foi ganhar dinheiro com essa sua profissão de merda, que me esqueceu", "Vadia do caralho". Entre tantas outras que a sonolência não me fez administrar inteiramente.
Pela maneira que o garoto está lidando comigo, que não é ruim, porém, também não é melosa, ele obviamente não sabe disso. Mas, esteve me perguntando a cada segundo, o que houve.
Estávamos em uma via de mão única, quando cogitei entrar na outra via, minha mão magoada pelo impacto, me entregou a sensação de dor extrema, me forçando a retirar ambas as mãos do volante. Junto a isso, um impacto considerável foi formado. Era uma rua desértica, haviam pouquíssimos carros, caso contrário, não teria sido só um impacto.
Olhei para o lado, pescando sua feição preocupada, junto a meu ego, que me atingiu ao me ver revirar os olhos.
- Não vamos falar sobre isso. - Digo, aceitando seu pedido silencioso para dirigir. Não sou idiota o suficiente para excluir a ideia de descontar minha frustração no rapaz, mas é tão difícil. O que parece ser ainda mais aquivocado quando eu sei que isso é imaturo da minha parte.
- O que aconteceu contigo? Não está tão feliz quanto ontem. - O arrepio veio presente, minhas pernas tornaram-se trêmulas, causando um choque capaz de levantar cada um dos meus pelos, inteiramente pela carícia que Bill perpetuou em minha coxa.
- Nada. Não foi nada relevante, só meus problemas idiotas. - O garoto é repleto de outros problemas, sei que se compartilhar o problema, irá se preencher com ele também. - Se quer saber de mais coisas, é algo que me deixa puta da vida, então só estou ficando mais estressada em falar. - Acatando o que eu disse, Bill deixou um silêncio mortal se alastrar no carro, mas, em nenhum segundo se quer, tirou a mão de onde estava, na verdade, começou a fazer desenhos incompreensíveis com seus dedos.
Lá estava ela, com sua expressão direta, de extremo comum, irritante para outras pessoas que fogem do seu costume, mas recorrente ao meu ver.
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𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐄𝐗𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍 | 𝘉𝘪𝘭𝘭 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻.
FanfictionA carioca não foi presenteada com a sorte da família perfeita. Perguntava-se se ao menos poderia chamar aquilo de família. Explorando seu mar de azar, a garota é despedida do seu serviço, e se encontra obrigada, a encontrar outro. Só não imaginava q...