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REBECCA MARQUÊS

Los Angeles
2017

As conversas ecoavam em meu ouvido, relembrando determinados episódios da extensa série que foi nossa adolescência. Aos quatro cantos, estavam aqueles que fizeram parte dela, e claro, alguns complementos que cumpriram suas participações em minha jornada adulta. O que não matutava, por fim, era a conduta da minha história.

- Aquilo não foi culpa minha, vocês me disseram que foi o Gustav. Não tenho culpa se vocês mentiram para mim. - Contestava o moreno, cruzando seus braços de maneira chateada. Fazendo posteriormente, os pequenos caírem nas risadas. - Podem me falar o motivo das risadas?

Tom foi com certeza, a melhor escolha sobre meus filhos que juntos, eu e Bill fomos capazes de fazer. O mais velho, junto a eles, parecia tão infantil quanto eles. Inclusive, já encontrei o moreno falando mal do seu irmão para os pequenos, e os guiando a falar negativamente do próprio pai. Não nego que achei engraçado.

- Pai, o tio falou que você parecia um ouriço quando era mais novo. É verdade? - Perguntou a menor, agarrada ao pescoço do homem.

- Seu tio só fala idiotice, já que ele é um idiota. - Bill, sem interrupções, mostrou seu dedo para o irmão, que logo iria retribuir com um belo palavrão. Mas, logo foi calado por Gustav. - Vem cá, Thomas. - Assim, colocou cada criança a cada lado do seu corpo.

- Saibam que eles dois eram feios. Fui o mais bonito da banda, sempre. - Pomposo, Georg exaltava a si mesmo, debochando dos outros.

- O que eu tenho certeza é que vocês eram insuportáveis. - Continuou Gustav, com suas sobrancelhas franzidas.

Meu casório com Kaulitz ocorreu crucialmente veloz. Literalmente aos quarenta e cinco do segundo tempo. Estávamos bêbados, inundados de amor, com vinte e um anos, e com a decisão do começo de uma nova etapa de nossas vidas. Casamos em exato, uma semana depois.

- Já está tarde. Acho melhor irmos para casa, querida. - Falou ele, mesclando seu olhar ao celular. - E não estou a vontade para brigar com Tom, ou com Gustav e Georg, então quero ir embora. 

- Pode ir, mas deixe meus sobrinhos. Eles que são importantes para mim. - Sorri com o comentário, assisto meu marido revirar os olhos para o irmão.

Aos vinte e quatro anos, eu descobri que estava grávida. O que foi bastante surpreendente, pois já havíamos tentado antes, aos vinte anos, mas não terminou acontecendo. Sim, a loucura de nossas cabeças nos fizeram pensar em ter filhos nessa idade, na época, nem mesmo éramos casados. Enfim, a genética não foi delicada e tivemos gêmeos, Mackenzie e Thomas. Ambos nomes escolhidos pelo mais velho, Tom Kaulitz.

Logo, os três se despediram dos menores que eufóricos, insistiam em ficar no lugar. A maioria das viagens tornavam-se um espetáculo, assim como essa. Bill sempre cantava para os garotos ou tirava de sua cabeça melodias que acabara de inventar. Na verdade, ambos adoravam expor que seu pai cantava, e que sua mãe era atriz.

- Segure nos ombros do seu irmão, não podem sair pela rua sem estarmos olhando vocês. - Falei a pequena, que logo se prendeu ao irmão.

- Eu não preciso da proteção de uma garota. Sou sou grande mãe. - Retrucou ele, na tentativa de soltar-se da irmã.

- Não fale isso. - Reclamou o rapaz. - Sua mãe é uma garota, e preciso dos cuidados dela. - Sorri meiga para o que desta vez, estava moreno, agradecendo pela fala.

𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐄𝐗𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍 | 𝘉𝘪𝘭𝘭 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻.Onde histórias criam vida. Descubra agora