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BILL KAULITZ

A brisa quase congelante fazia questão de invadir o espaço que costumo estar, desalinhados meus cabelos que dificilmente estavam no lugar. Passaram-se setenta e oito horas, quarenta e quatro minutos, e segundos que desconheço, desde que eu não troco nenhuma palavra com a única garota que reside nesse espaço.


Não que houvesse um motivo fiel para ela não beijar Tom. Se a mesma me perguntar qual o porquê da minha saciável intervenção no momento, certamente as palavras fugiriam do meu vocabulário. Confesso que eu não esperava isso dela, se rotulou de um título que não convém com sua última atitude. Não vivo em seu corpo, e depois disso, sei que não domino seus pensamentos. Mas, tenho pura convicção que beijar Tom, não é algo que ela normalmente faria. Porém, me obrigo a desmitificar esse pensamento, ela o beijou a final.

Minha relação com Tom? Isso simplesmente não mudou nada, eu me sinto levemente angustiado quando analiso seu rosto e lembro da repetitiva cena. Mas, um sentimento gritante me aguça mais ainda, quando eu lembro da garota no momento.

- Para onde você vai? - Georg, que estava a minutos procurando algo que não me recordo o nome, enquanto podia me presenciar arrumando os cabelos.

- Vou em um restaurante, com Verena. - Minha resposta, saiu mais ríspida do que eu estava planejando, porém o garoto pareceu não se importar tanto.

- Posso te falar algo? Mesmo que eu seja um dos piores exemplos do mundo? - Usando o secador, me vi dando um ato de rendição ao baixista. - Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades. - Revirei os olhos, ao escutar a notória frase dos filmes do homem aranha.

- Sério Georg? - Apontando para mim, ele ainda continuava zombando da situação.

- Eu estou brincando. - Dando risadas quase imperceptíveis, a mudança facial do longo foi me fazendo prestar atenção em suas falas. - Enfim, não troque o que sabe que te faz bem, só por que é complicado de resolver.

- Por que está dizendo isso? - Dentre todos, Georg era o mais velho, no entanto, estava longe de ser nomeado como o mais responsável ou politicamente correto. Isso costumava ser o papel de Gustav, e muita das vezes, meu. Por isso, minha dúvida.

- Vai fingindo que não sabe. - Encontrando o objeto perdido, o via se distanciar da área. - Bom encontro Bill. Juízo, bigbill. - Vi o mesmo sair acompanhado de Gustav, mais cedo informaram que iriam sair para descontrair um pouco.

O toque final das peças que planejei para hoje, estavam nada mais, nada menos, que no quarto de Rebecca. Quando estive lá, nos últimos dias, terminei posicionando a jaqueta em um dos seus cabideiros do closet. Estive frustrado ao ponderar a veracidade de falar com ela, prefiro que ela esteja quieta, sem brigas ou algo assim. Mas não, eu teria que falar com ela.

- Posso entrar? - Estímulo algumas batidas repetivas na porta, já que ela nem estava fechada, ou aberta, encontrava-se no meio termo. Escutei uma interjeição breve ser dita, algo como: Uhrun!

- O que houve? - Baralhando sorrisos sem mostrar os dentes, e seu rosto relaxado. Percebi que provavelmente, ela estava escutando músicas, como faz as vezes.

- Rebecca, eu deixei minha jaqueta aqui. Preciso dela, posso pegar? - Tive a insuspeicão sobre a garota estar ouvindo músicas, já que a vi retirar o aparelho sonoro.

𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐄𝐗𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍 | 𝘉𝘪𝘭𝘭 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻.Onde histórias criam vida. Descubra agora