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REBECCA MARQUÊS

Isso foi surpreendente. Dentre tudo que eu penso enquanto passeio pela rua, encontrar Henry não era nem sequer, uma possibilidade.

- O que aconteceu? Seus pais te expulsaram de casa ou algo desse tipo? - Pergunto ao moreno em minha frente, enquanto devoravamos um sorvete extremamente saboroso.

- Isso é uma possibilidade. Mas, eles não aguentam viver sem mim. - O garoto ria levemente. Enquanto eu, sentia um pouco de inveja. Nem pais direito eu tenho. - Eles vieram fazer alguma coisa da empresa, e eu pedi para vim. - Me explica ele, sem exitar.

- Viria de qualquer forma, não consegue ficar longe de mim. - Debochei do garoto que revirou os olhos cansativos.

- Mas, enfim. O que estava fazendo na Vital Sound? - Me engasguei com o alimento pastoso que saboreava. Nunca havia contado a Henry que trabalhava com um dos membros do Tokio Hotel. - Está bem? Eu volto e você quer morrer engasgada? Aí não dá becca. - Ri das piadas ridículas do garoto, enquanto me realocava na cadeira.

- Eu estou trabalhando lá, já tem um tempo até. - Explico a ele, que ainda não parece saciado com o que falei. - Que foi porra? - Pergunto, já estressada.

- Você que está me passando a resposta incompleta. - Responde ele irônico.

- Eu estou trabalhando na parte técnica, nada de interessante. - Eu não estou mentindo, estou omitindo. - Inclusive, as vezes é insuportável. - Explico ao garoto, que continua com a mesma feição.

- Não precisa mentir para mim.

- Não estou mentindo. - O refuto.

- Nem tenta Rebecca, eu lhe conheço a anos. - Henry me observou de cima para baixo com extremo desdém. Mais um pouco, e eu daria um soco ali mesmo. - Quando está mentindo, começa a coçar sua perna esquerda, como se milhões de formigas estivessem no local. - Notei a ação insistente, e parei imediatamente.

- Eu estou trabalhando com o Tokio Hotel, mas especificamente com o Bill Kaulitz. O gêmeo do cabelo espetado. - Eu não esperava menos de sua reação, Henry era um admirador do grupo.

- Você não ia me contar sua mal amada? - Henry me olhava tão indignado pela minha demora, que eu segurava meus risos.

- Mal amada eu sou, só me ama você e... Você. - Dou de ombros, enquanto o sorriso do garoto se desmanchava. - Não fica sem jeito, eu não né importo você sabe. Fazer piada com os meus problemas, é uma terapia que não preciso pagar.

- Tudo bem né... - O clima ficou estranho, mas logo foi reatado quando o assunto o cutucou novamente. - Não ia mesmo me contar? Poxa, eu esperava mais em becca. - Comente ele, enquanto jogava o guardanapo que acompanhava o sorvete.

- Claro que eu ia bocó. Só tive medo da sua reação. - Isso era verdade, parcialmente. - E eu não sabia se podia. Na verdade, eu nem sei ainda. Espero que eles não se importem. - Digo. - Mas espera, a algumas semanas teve uma repercussão entre ele e eu, você não viu? - Lembro-me do dia da entrevista, na qual eu apareci na TV e saíram algumas notícias com o meu rosto. Agradeço pelo fato que meu nome não foi descoberto.

- Fiquei sem meu computador naquele período. - Nesse momento, eu já estava convivente que ele havia feito algo.

- Falou comigo por onde? - Estava realmente curiosa.

- Pelo celular do rapaz que ajuda lá em casa. - Eu o olhava cansada, conhecia muito bem o moreno. - Não me julga becca, foi derrepente. - Ouvi a explicação do garoto por bons minutos, enquanto tentava a digerir.
...

- Você fala de mim, mas te conhecendo. Quem deveria estar com dúvidas era eu. - Henry me deixou confusa, o que eu fiz? - Do jeito normal que fala deles. Na verdade, dele, sendo que você ignora a maior parte dos homens... Meio suspeito becca. - Era só o que me faltava.

- Tem o que na sua cabeça? Seu cérebro é gelatina? - Pergunto, enquanto dou algumas batidas fortes no lugar. - Não viaja Henry, muito menos nessa área. Ele é tão insuportável quanto os outros. - Explico, enquanto ele ainda tinha um sorriso malicioso nos lábios.

- Desculpa linda. Só é estranho isso vir de você. Tipo, você trabalha com quatro garotos. QUATRO GAROTOS, e não espancou nenhum deles ainda. - Henry chacoalhava meus ombros, de forma que minha risada era desregulada. - Na última escola, você fez um moleque beber água do vaso sanitário, só porque ele disse que você era uma "Latina falsa" por não falar espanhol. - Nem lembrava mais disso, foi engraçado na hora. O que não foi tão legal foi o problema de estômago que ele teve depois.

- Talvez eu esteja amadurecendo ou sei lá o que. - Eu não sabia a resposta, só aturava a presença deles.

- Amadurecendo? Se toca Rebecca, a dez minutos você humilhou toda a história do sorveteiro por que ele disse que você tinha um belo par de pernas. - Olhei para trás, onde consegui ver o rapaz choramingando pelos cantos do trailer.

- Primeiramente, eu estou correta. E segundo, ele deveria agradecer, pois eu estava pensando em enfiar a ponta da casquinha no olho daquele desgraçado. - Explico raivosa, sem mesmo a culpa ser do garoto. - Esquece isso, eu convivo com eles por que eu preciso de dinheiro. - Isso era óbvio, e o maior motivo na verdade.

- Ainda está naquele teatro? - Pergunta.

- Sim, é inclusive. Você sabe bem que ele é caríssimo. - Eu havia contado isso para ele antes. - E não sei se sabe. Mas, nem todos são filhinhos de papai que nem você Henry. Eu sou pobre. - Dou um peteleco na testa do mais alto, que acaricia o lugar.

- Vamos mudar de assunto? Não gosto de saber que tenho dinheiro, isso me deixa meio sem jeito. - O olhei debochada, ressaltando que todos nós podemos ter algo que é desconfortável de se falar. - Você vai para a aula amanhã? Pensei que podíamos fazer algo nesse período. - Sugeri ele.

- Não vou a escola. Estou suspensa. - Digo rápida, mas a reação dele foi bem lenta.

- Está se aventurando intensamente desde que nos separamos. Acho que sou seu para raios, e você é o raio. - As vezes eu o odeio, e o amo também. Merda de amizade sincera. - O que fez?

- Defendi o Bill, e tomei no cu. - Aquele mesmo sorriso malicioso de antes, surgia em seus rosados lábios.

- Depois quer que eu seja racional e não pense em nada. - Novamente, ele trazia aquela situação.

- Quando eu te matar brutalmente, você pega esse pensamento e enterre junto a você. - Digo, enquanto pego um objeto pontiagudo na minha bolsa.

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𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐄𝐗𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍 | 𝘉𝘪𝘭𝘭 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻.Onde histórias criam vida. Descubra agora