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BILL KAULITZ

O público inteiro, gritando e pulando ao simplesmente presenciar um movimento, ou até mesmo um gesto meu. A noite, deixava tudo isso mais intenso, nos presenteando com as estrelas, que faziam contraste com todo o equipamento técnico decorativo do palco.


Assim como em todos os outros shows, cada um de nós tínhamos a função de proporcionar acolhimento para todos os fãs. Bom, Tom; Gustav e Georg não pareciam enfrentar uma prova dificílima para cumprir isso. Mas, desta vez, cada som emitido por minhas cordas vocais, me trazia a sensação de um ferimento sendo cada vez mais, profundo.

Não é minha primeira experiência com isso, e provavelmente não é para ninguém que utiliza a voz como fonte de trabalho. No entanto, estava mais incontrolável desta vez.

Os garotos foram aos poucos desestabilizando as melodias de seus instrumentos, nada era cantado por mim, além de murmuros que provavelmente ninguém entenderia. O que doía tanto quanto isso, era o sentimento de descompromisso e aflição que senti no momento.

Novamente, fui insuficiente.

Minha atenção foi finalizada, assim que Tom apertou um dos meus ombros. Seus olhos levemente arregalados, terminaram acompanhando com clareza a ansiedade que o causei.

- O que aconteceu? - Tantos flash desconfortáveis foram armazenando o momento em seus rolos de fotos, que causaram a obrigação de nossa fuga do lugar visto por todos.

Tom pediu para que os outros dessem suporte informativo aos fãs, para que não imaginassem situações estremas e fora do comum. Um dos malefícios de uma vida dessa maneira, era a obrigação de sempre falar sobre tudo que acontece com você. E no final, ainda interpretam de forma errônea.

Minha respiração estava desregulada, qualquer mínimo movimento que eu fazia, sentia formigamentos doloridos na garganta. Minha cabeça latejava, como se estivesse a batendo na parede diversas vezes. Como requisitos, necessitamos de uma equipe médica de suporte, acompanhando nossos atos no show. Os que cito, analisavam com cautela a região dolorida, que foi afetada.

- Isso pode ser mais que uma falha. - Disse a mulher loira, guardando o aparelho que usou em mim a segundos atrás. - Você precisa ir ao hospital, tudo bem? Eles averiguaram isso de forma mais completa. - Se minha fala estivesse compreensível, eu mentiria sobre meu estado atual só para não estar lá. Não me sinto bem, e tenho medo.

- Onde é o mais próximo? - Nosso motorista, já estava a frente da porta. Esperando resolução de ida. Agora sim, isso é um benefício da fama.

A cada trinta segundos, meu gêmeo perguntava sobre o que eu sentia, como eu não disse isso a ele, e o porquê da minha inquietação frequente. Se tudo não estivesse doendo tanto, eu tiraria sarro da sua preocupação expressiva por bons minutos. Tanto Georg, quanto Gustav, não vieram. Tom pediu para que eles resolvessem as pendências que ficam quando finalizamos um show, principalmente esse, que eu não não permiti seu fim.

Olhos curiosos colocados foram colocados a mim, assim que entrei apressado no estabelecimento esbranquiçado. Em poucos minutos, alguns médicos atenciosos já estavam me atendendo. Por sermos menores de idade, não duvido que Tom tenha conseguido isso flertando com a recepcionista.

A sensação agoniante se estabilizou assim que os mesmos colocaram uma máscara de tratamento em meu rosto. Porém, Tom ainda não havia relaxado, se estressava cada vez mais enquanto atendia seu telefone. Com certeza, o guitarrista deixava seu lado carinhoso escapar. Enquanto murmurava coisas como "Como eu vou deixá-lo aqui?" Ou até mesmo, "Ele não pode cuidar de si, não dessa maneira".

- Bill, a porra daquela empresa. Está exigindo pelo menos a minha presença para assinar um negócio lá, não vou poder fixar contigo agora. - Guardando o aparelho, o de dreads aproxima-se de mim.

- Relaxa, eu me cuido. - Tropecei algumas vezes em minhas palavras, e percebi como soltei elas fracamente. Mas, no entanto, falei algo.

- Não mesmo Bill. Rebecca está vindo para cá. - Relaxei meus ombros tensiosos, revirando meus olhos diante a afirmação em não me deixar sozinho. - Nem reclama, vai ser bom ficar com Rebecca. Só não deixe os médicos flagrarem vocês, nem quebrem a cadeira. - Mostrei meu dedo do meio a ele, que sorria malicioso, enquanto fantasiava coisas entre mim e becca... No hospital.

- Desculpa Tom. Queria pedir aos outros também, mas... - De verdade, eu ainda me sinto péssimo por ter saído dessa forma. Sem avisos ou algo assim.

- Não pede desculpa porra. Você não deve fazer isso, é algo que poderia acontecer com qualquer um. - Balbuciava Tom. - Só não faz mais isso, me conta quando estiver mal... Te amo meu porco espinho. - Não, ele não seria carinhoso, sem acompanhar um cinísmo.

Vieram mais médicos, avaliando e reavaliando a situação que eu estava. Não parecia algo bom, era o que eu entendia sobre suas expressões minuciosas. Que muita das vezes, me assustava.

- Que fiscal chato do caralho. - A solidão se foi com a entrada da ondulada, que hoje estava mais lisa, na sala particular. - Eu estava dormindo, e cai da cama quando Tom me ligou. Vamos fingir que a minha bunda não está doendo. - Disse ela. Involuntariamente, ri de seu relato. Enquanto a acompanhei sentar um uma das poltronas na minha frente. 

- Queria ter visto. - Digo manhoso, enquanto a vejo resgatar algumas coisas da bolsa.

- O que foi que você teve? - Nesse momento, sua voz estava suave, na mesma intensidade de nuvens que presenciamos no voo, mas a garota não me permitiu responder. - Por que estava sentindo sem falar nada porra? - O timbre, já soava de forma diferente, mais agressiva e ameaçadora. Como ela costuma fazer.

- Você se preocupa por acaso Darling? - Pergunto, a ela. A garota me encarava, mas quem esperava a resposta, era eu.

- Eu estaria dormindo nesse momento, normalmente. E odeio ser acordada. - Respondeu ela. - Leve isso como consideração, e interprete. - Sorri ladino para a latina, que tirou seu foco de mim, e o guiou até a porta. Já que, uma enfermeira entrou.

- Billy Kaulitz não é? - Perguntou a senhora, que tinha por volta dos cinquenta anos, ou mais. - Vamos aplicar uma tratamento no seu inalador, ficará sem falar durante o tempo de funcionamento da substância. - Sem alternativas, não pude questionar. E sim, aceitar o que vem a frente. - O que ela é sua? Dependendo do nível de parentesco? Ela não pode te acompanhar. - Disse ela, mexendo e remexendo nos aparelhos.

- Ela é... Minha, minha esposa. Isso, ela é minha esposa. - Digo.

- Esposa? - A maneira que becca se surpreendeu com a resposta, foi extremamente involuntário, a fazendo cumprir uma feição engraçada. Dei tudo de mim para não rir naquele momento.

- Assim? Tão jovens? - Questionou a velha.

- Sim... Aventuras da vida. - Com um sorriso falso, pude ver a garota ainda duvidosa. Acho que iremos lembrar disso depois.

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Voltei. :)

𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐄𝐗𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍 | 𝘉𝘪𝘭𝘭 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻.Onde histórias criam vida. Descubra agora