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BILL KAULITZ

Não que a banda realmente tivesse um tempo de descanso. Mas, tínhamos um pequeno espaço de intervalo entre as turnês. Nossa acessoria havia marcado um show daqui a alguns dias, e nós não tínhamos muito o que reclamar ou sugerir, somente cumprir o que disseram.

- Cadê a minha guitarra triângular? - Tom procurava o instrumento apressado. Já havia passado da hora, e nós não tínhamos começado a ensaiar. - Eu gosto de usá-la nos shows. - Disse ele.

- Nós sabemos como gosta de usá-la. E é bem traumatizante. - Ressaltava Gustav, ele estava correto. Tom colocava sua carência na guitarra as vezes.

- Vem Tom, eu preciso sair daqui a pouco. - Explicava Georg.

Começamos a fazer alguns aquecimentos juntos, e alguns solos para analisar os erros e acertos. Eu chegava ao ápice da minha voz, treinando a última música do nosso álbum. Porém, meu celular insistia em vibrar em meu bolso.

- Depois sou eu que sempre nos desconcentra no ensaio. - Tom sabia ser insuportável quando queria. - Lembre-se disso quando forem reclamar de mim, e me julgarem de "Gêmeo mais displicente". - Levantei o dedo do meio para o garoto, que retribuiu da mesma forma.

Eu atenderia de qualquer forma, notei que a pessoa que me ligava era Rebecca. A morena estava um pouco alterada, mas respirava fundo durante as palavras. Levando em conta sua explicação, nos havíamos ido treinar em outro lugar, que ela não tinha a chave. Então o som emitido pelos instrumentos impossibilitaram que ouvissemos suss ligações para entrar no lugar.

Posicionei meu microfone em algum lugar aleatório, enquanto desci sem ao menos dar explicações aos garotos. A encontrei questionando o porteiro, que não a deixou entrar. Porra, ela estava indignada.

- Pode deixar ela subir. - Dou leve batidas no ombro do rapaz, que assustou-se ao me ver. Pensei que eu estava bonito essa manhã. - Toda vez que encontrar uma projeção de pincher aqui na porta, pode permitir a entrada. - Hoje eu estava disposto a me arriscar, até por que a garota me encarou com seu olhar sanguinário quando eu disse isso.

- Ganha tanto dinheiro, para ter uma portaria tão péssima assim? - Comentava ela, enquanto entrávamos no elevador. - Porra, será que meu rosto é tão comum ao ponto de que ele não me reconheça mesmo trabalhando junto com vocês, a um mês e meio? - Eu queria dizer que ela tinha um dos rostos mais marcantes que eu já vi, porém fiquei apreensivo. Não sei se ela interpretaria da forma correta, e estamos em um elevador. Fechado. Um murro dela, me divide em três.

- Ah galera, ele foi buscar a intocável dele. - Acredito, que a sorte de Tom seja o costume que Rebecca está criando diante a suas brincadeiras. Caso contrário, ele já estaria sem nenhum dread na cabeça.

- Preocupa não Tomtom, eu não quero seu gêmeo. - Disse ela, ligando o computador. - Ele ainda tem inteiramente sua atenção. - Finalizou ela.

Tudo bem... O que ela falou, foi estranho. Não para ela, mas para mim. Talvez eu tenha sentido que essa dedicação que eu tenho sobre ela, tenha sido meio que sem importância. Mas isso é coisa da minha cabeça. Tom me diz as vezes que eu sou paranoico, e preocupado demais. Deve ser isso.

...

- Sei lá, eu acho que essa melodia se encaixa melhor. - Estávamos preparando uma música que não tínhamos lançado. Nossa ideia sempre se tornava prevalente, então tínhamos liberdade para mudá-la.

- Sim, essa é interessante. - Mostrava Gustav. - Mas aquela que eu havia tocado, é mais intensa. Eu não sei explicar.

- Eu estou indeciso. Os dois fluem na minha opinião. - Digo, enquanto noto todos eles concordarem.

- Vamos pedir a opinião dela. - Sugeri Georg, apontando para Rebecca. Que não tirava os olhos do computador. - Acredito que ela não entenda profundamente sobre música, e vai dizer qual agradou internamente, e não em questão de técnica. - Todos começamos a chamar Rebecca, que demorou para ouvir. Já que estávamos dentro de um vidro, quase totalmente aprova de som.

- O que foi? - Disse simplória. A ondulada fazia movimentos repetitivos com os próprios dedos, provavelmente cansados de digitar.

- Pode escolher qual é a melhor melodia para nós? - Pergunta Georg.

- O Bill vai me pagar a mais no final do mês?  - Todos levaram seus olhos a mim, provavelmente na expectativa de que eu dissesse um "Sim". - Eu estou brincando. Vocês podem tirar sarro de qualquer coisa existente da terra né? Mais eu não? - A garota abriu a porta da área de gravação, e ficou ao lado das caixas de som.

As melodias tocaram, e ela não teve muita reação. Mas no fim, pareceu ter uma conclusão.

- Fala logo Rebecca. - Disse Tom, buscando sua guitarra.

- Eu não vou falar se você me precionar. - Disse ela, impurrando levemente Tom. - Eu curti mais esse. Parece dar mais essência ao tipo de música geral da banda. - Depois que Rebecca disse isso, tudo parecia fazer mais sentido. Aquela era realmente, a melhor melodia.

- Vamos tocá-la no próximo show. - Comenta Georg, enquanto adaptava os sons a letra já gravada. - Topa nos acompanhar no próximo show? - Eu ia sugerir aquilo, mas o de cabelos longos foi mais rápido.

- Se eu puder, claro que vou. - Rebecca sorria sincera para Georg, que ficou envergonhado. Por que porra ele ficou envergonhado? - Pena que eu vou ver o Tom macetando a guitarra triângular dele. Que sofrimento. - Seu comentário debochado, nos tirou um sorriso brincalhão.

- Bom, o ensaio acabou por hoje. - Largando seu instrumento, George se retirou da sala.

O celular de Rebecca tocou, e a garota nem exitou em dispensar a ligação. Pelo que falou no momento em que atendeu, conversava com um tal de "Henry". Ela tinha um tratamento diferente com ele, vendo que provavelmente era um garoto como nós. Penso que confirmou o local que ela estava, Rebecca talvez já havia dito antes.

- Galera, já deu meu horário. - Assim que terminou a ligação, a garota mesclava seu olhar entre o relógio e sua mochila. - Até amanhã.

- Espere, eu vou te acompanhar. - Eu não pensei muito, aquilo foi uma ação sem análise.

- Certo... Mas, eu sei o caminho até lá. - Tinha dúvida em sua face, até eu estaria assim.

- Não. Mas é que tipo, tem o porteiro. Ele pode... Sei lá, te impedir de sair como mais cedo. - Eu fiquei nervoso, mesmo que a situação não me desse oportunidade de fazer isso. A garota deu de ombros, enquanto carregava a própria bolsa.

- Mais uma profissão, musicista. - Digo, enquanto o elevador descia.

- Rebecca multifunções. - Diz ela rindo, enquanto saímos do elevador. - Até amanhã Kaulitz. - Me limitei ao espaço de dentro, enquanto ela aos poucos, se tornava quase invisível.

Ela não olhou para trás em nenhum momento, mas eu não tirei meus olhos dela até quando ela era visível para mim. Em um certo ponto, um moreno a chamou. Certo, eu nunca esperei ver ela fazendo aquilo, não vendo suas atitudes anteriores. O alto garoto a abraçou tão intensamente, que teve a oportunidade e liberdade de acariciar sua cintura. Ela estava animada, como eu nunca tinha visto.

Merda, ela tem namorado... Por que caralho eu estou pensando nisso? Foda-se ela ter namorado ou não, eu não ligo.

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𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐄𝐗𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍 | 𝘉𝘪𝘭𝘭 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻.Onde histórias criam vida. Descubra agora