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REBECCA MARQUÊS

O local latejava como se meu coração sem obstáculos, tivesse substituído de sistema. Me sinto uma tola por não ter me concientizado disso antes, como disse bill, ele realmente está torto. Minhas engrenagens realmente só administraram a dor sufocante, no momento que o garoto citou a situação. Que pelo que vejo, piorava a cada minuto.


O rapaz jovem em minha frente apalpava minha mão de maneira carinhosa, com a tentativa de me passar serenidade, ocultando sua principal função, colocar a situação no eixo, literalmente. Me forcei a descansar minhas pálpebras, mesmo em situação tensiosa.

- Preciso que não se espante agora. - Novamente, comunicava ele, enquanto o rapaz aplicava mais uma das substâncias que desconheço, com uma agulha tão fina quanto um fio de cabelo. - Vou fazer uma rápida redução, nesses dois dedos. - Senti os calafrios dominarem meu corpo já trêmulo. Tentei fortalecer minha valentia desde que cheguei, falhei nos primeiros minutos.

- Fazer o que? Reduçã... - Apalpando entre suas mãos, com sagacidade e nenhum resquício de lentidão, o loiro foi bruto ao realocar os tendões do meu dedo. - PORRA! Isso doeu para caralho cara. - A dor fina e breve, pareceu ser capaz de matar-me por segundos. Olhei as laterais, observando Bill gargalhar um pouco. Durante sua percepção, tentou me convencer de que não havia feito aquilo.

- Sinto muito senhorita, mas pelo que vi em sua radiografia, você teve luxações leves em dois dedos. Já um deles, você fraturou. - O sorriso já ausente em meu rosto, derreteu ainda mais em meus lábios, derramando o mesmo sentimento, em toda minha extensão corporal. - Vamos imobilizar sua mão. Normalmente, dura três semanas, mas em seu caso acredito que possa ser cinco ou até mesmo, seis. - Alertou ele.

- Elis vai me matar. - A mão sadia, cobriu meu rosto, que sem nenhuma dificuldade de administrar, estava decepcionado. - Ela está lá fora, não está? Porra isso pode atrapalhar as gravações, minhas mãos aparecem o tempo inteiro. - Como fiz recentemente, o alemão, com sua comum brandura, retirou minha mão inquieta.

- Não, ela não está. Houve algo em sua agenda. Elis vai entender. - Soltou ele. - Ela precisa entender, não foi de propósito afinal. Primeiramente, vamos concertar isso aqui. Depois pensamos nela, e em sua reação escandalosa. - O riso escapou dos meus lábios gélidos, devido ao ar-condicionado, e vi o garoto fazer exatamente a mesma coisa.

- Por isso falam de vocês o tempo inteiro. - Encarei o profissional por sua fala repentina, e um tanto quanto desconfortável. - Isso é um estágio da faculdade, sou tão novo quanto vocês. A única revista que leio, que não veio falando de vocês, foi a de culinária. - Além do nervosismo causado pelo seu anúncio, o rapaz, perambulava pela minha fratura, fazendo objeções que até mesmo com palavras informais, sei definir.

Depois de longos minutos cansativos, o rapaz, deixou a prévia do fim de seu procedimento, que iria pegar algumas coisas e logo voltaria. Agradeci aos seus céus pela passagem, já estava me revirando de agonia.

- Como eu vou viver dessa maneira? Isso é possível por acaso? - Fiz Bill tirar suas próprias conclusões olhando para a situação que eu estava. O mesmo fez aquela típica expressão perdida, junto a olhares que buscavam solução.

- Acho que não vai dar para você ficar sozinha, talvez possamo... - Entre seu momento de falatória motivadora, que dificilmente iriam me ajudar de verdade. O acompanhante da paciente que estava ao meu lado, se expressou raivoso, despistando Bill do que fazia.

𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐄𝐗𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍 | 𝘉𝘪𝘭𝘭 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻.Onde histórias criam vida. Descubra agora