REBECCA MARQUÊS
A manhã luminosa invadiu a sonolência que estive contento a mais ou menos meia hora. Me agarrei aqueles lençóis macios, cor de gelo, que tanto trazem um ar saudoso a meu quarto. Suspirei fundo, na tentativa de expelir para fora a preguiça que sinto.
Arrumei a temperatura aquecida da banheira, já que ontem, fui quase congelada pela sensação térmica que a caixa de aço, mais conhecida como elevador. Retirei as roupas de seda que guardavam as partes principais do meu corpo, as atirando pelo chão. Coloquei meu pé levemente na água, concluindo a ideia da temperatura ideia.
Enquanto meu corpo aproveitava as sensações proporcionadas pelo elemento, capturei meu celular com as mãos, atualizando mais um dia da minha carreira. Haviam mais de cem chamadas e cinquenta mensagens de texto de Elis. Algumas de Georg, outras de Gustav e Tom, principalmente do vocalista da banda. Algumas mensagens desconhecidas, que não sou eu quem as respondo. Confesso que preferi deixar o que seja isso para depois, se fosse algo amargo, que me atrapalhasse em algum outro momento.
Enrolei meu corpo, permitindo que não houvesse uma mudança de temperatura tão brusca. O celular vibrava novamente, e sem surpresa, era Elis. As gravações haviam sido suspensas por hoje, por uma mudança no roteiro. Irei atender, mas não agora.
Procurei roupas que mais seriam confortáveis para uma quinta feira indisposta. Me direcionei até a cozinha, mesmo que não soubesse nem dez receitas, hoje eu tentaria. Separei alguns ingredientes, os mesmo que vi ontem pela internet. Me empolguei ao ver as coisas funcionarem, levando em conta que eu nunca havia feito antes. Despejei a massa na frigideira, comemorando a sua aparência apetitosa. Meu celular notificou Elis novamente, revirei meus olhos insatisfeita com a falta de harmonia naquilo.
Dessa vez, eu atendi.
- Bom dia Elis! - Iniciei nosso diálogo, queria que a onda que traria a notícia, viesse rápido. - Aconteceu algo? - Questiono a mulher, enquanto movia a panqueca assim como nos comerciais da TV.
- Bom dia senhorita. Estou te ligando desde ontem a noite. - A mais velha estava ríspida, seu tom de voz a entregava. Que porra eu fiz? - Lembra quando eu te aconselhei a tomar cuidado no que fala? Principalmente aonde fala? Por que até as paredes tem ouvidos? - Não haviam dúvidas, eu tinha feito alguma merda.
- Claro que lembro, mas o que isso tem haver com suas milhões de mensagens? - Revirei a receita mais uma vez, acertando em cheio o centro da panela.
- O Tokio Hotel foi em sua casa ontem, não foi? - Minha respiração tornou-se preocupada, alta o suficiente para se ouvir de alguns cantos, inclusive na outra linha de telefone.
- Sim, mas não há nenhum problema nisso. - A mulher riu, como se tentasse aliviar sua tensão também. Não falou nada por alguns segundos, enquanto eu esperava o finalizar de seu enigma.
- Oh, com certeza não. - Meu peito diminui sua velocidade, como se poupasse minha mente de possíveis situações. - Mas sua conversa com Billy Kaulitz ter vazado por toda internet, tem muito, mas muitos problemas Rebecca. - Minhas pernas fraquejaram no mesmo milésimo, a respiração afobada veio a tona novamente, meu corpo de arrepiou, e meu cérebro relembrou nossa conversa compromedora. Por fim, a panqueca caiu no chão.
- Como porra fizeram isso? Eu não entendo, só haviam eu e ele dentro do elevador. Meu celular estava descarregado, e vi Billy deixar o dele no carro. Não havia luz, nem sei direito onde Kaulitz estava. Como isso foi divulgado? Como caralho esses filhos da puta, conseguem descobrir coisas minhas? - Descontei minha inquietação na bancada, mas diferente dela, que saiu ilesa, toda a minha mão estava dolorida. - Quem só tem acesso a esses tipos de conteúdo não é o pessoal da portaria? Talvez tenha sido eles.
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𝐎𝐍𝐋𝐘 𝐄𝐗𝐂𝐄𝐏𝐓𝐈𝐎𝐍 | 𝘉𝘪𝘭𝘭 𝘒𝘢𝘶𝘭𝘪𝘵𝘻.
FanfictionA carioca não foi presenteada com a sorte da família perfeita. Perguntava-se se ao menos poderia chamar aquilo de família. Explorando seu mar de azar, a garota é despedida do seu serviço, e se encontra obrigada, a encontrar outro. Só não imaginava q...