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                         ❤️‍🔥Manuela Camilo ❤️‍🔥

Como tinha tido mais cedo, Nate deixou a porta aberta depois de trazer o jantar.  Bom, posso chamar  aquele pedaço de pão seco de jantar?

A porta está apenas encostada, o plano é eu encontrar ele do lado de fora da casa.

Eu não tenho nada a perder mesmo, por que não tentar a sorte?

Para a minha surpresa não tem ninguém no corredor, não acreditei que o Nathanael poderia dar um jeito nisso tudo. Ele não me parece muito competente.

Esse lugar é pior do que eu imaginei, tem tanta teia  que me sinto invadindo a casa da dona aranha.

Ando de vagar pois o assoalho é velho e range.

Ao chegar no topo da escada meu coração acelera.

Isso aqui tá fácil demais, será que o Nate armou para mim?

Mas ele podia passar a localização sem pensa duas vezes, sem dúvidas ele esteve na minha casa.

Eu consigo ouvir vozes no primeiro andar, antes que eu possa descer o loiro que vive indo no  lugar que eu fico aparece na parte de baixo e me encara.

— Olha só, alguém esqueceu de trancar a princesa- ele sorri e começa a subir a escada- Pessoal, venham aqui ver uma coisa.

Droga, me ferrei.

Respiro fundo totalmente frustrada e tudo que posso fazer é voltar, só que no lugar de ir até o quartinho que estava eu me aproximo da janela no final do corredor.

Um braço quebrado a gente consegue consertar.

Olho por cima do ombro e dois deles já estão no segundo andar.

Olho pela janela e não vejo outra possibilidade, eu pulo.

Quando meu corpo se choca contra o chão eu sinto uma fisgada horrível no braço.

O barulho da queda não é nada sútil e eu só notei que cai na frente de uma porta quando ela é aberta.

— Eu disso para você sair pela porta, garota maluca. Meu Deus, doida da cabeça - ele se aproxima.

— Não deu muito certo - me forço a ficar de pé.

— Acho bom suas pernas estarem em boa condição, porque agora a gente tem que correr.

Droga, temos mesmo.

— Sabe a direção?

— Você espera muito de mim, Mimadinha. Só precisamos conseguir sinal.

Vivo no limbo entre só querer bater na cara dele e enforcar ele até não entrar mais ar, nesse corpinho ridículo.

— Ótimo, vamos correr sem rumo. O que pode dar de errado?

                                           [...]

A gente já se deu uma boa afastada da casa mas ainda não conseguimos sinal e muito menos sabemos para qual direção ir, só tem mato não importar para onde você olhar.

— Deu um pontinho- Nate murmura- Droga, sumiu.

— Isso tá estranho.

— O que? É o meio do nada, difícil ter sinal. Para mim não é estranho, é só falta de sorte.

— Não,  não conhecemos o território e isso faz de nós presas vulneráveis.

— Hmm?- ele me olha confuso.

— Isso é o território deles, sabem onde é  e como procurar, mesmo assim não escuto ninguém se aproximar.

— Hmm...- ele dá uma boa olhada ao redor.

— Nathanael, olha nos meus olhos e diz que não armou para mim.

Eu juro que acabo com ele aqui mesmo.

— Não, - ele me encara fixamente- não armei para você, quero te ajudar de verdade.

—Então lamento te dizer, estamos ferrados.

— O que?

— Acredito que ele sabia que você ia me ajudar a fugir...- me refiro ao Blake.

— Não....

— Estão de olho na gente mas não vão nos pegar, vão  esperar que a gente leve eles até o casarão.

— Se a gente conseguir ligar para o seu pai....

— Não tem como, não conseguimos sinal. Por que o Blake tinha tanta certeza que você ia me ajudar?

— Bom, você já foi assunto entre a gente.

— Como é?

— Ele achou que eu meio que tinha você na palma da mão e queria que eu  te usasse e conseguisse informações.

Nate me ter na palma da mão? Era só o que me faltava.

— Você se recusou a ajudar? - Ele concorda.

— Eu sou só uma estranha para você.

— Mas eu prefiro você do que ele, não tem nem comparação.

— Espero que saiba que isso que está fazendo agora não vai ser bonificado comigo sentindo por você o mesmo interesse que você sente por mim.

— Eu sei.- ele me olha de cima baixo - Precisamos ir logo, é óbvio que você tirou o ombro do lugar.

— Tenho a impressão que você sabe por de volta no lugar.

— Sei, mas dói para caralho e não vou fazer isso com você.

— Eu aguento.

— Mimadinha...

— Vai de uma vez, posso muito bem lidar com isso

— Odeio esse seu jeito mandão.- ele não parece ser sincero ao dar essa resposta.

— Problema seu, tem quem goste. Agora me ajuda aqui.

— Isso vai doer - ele se aproxima e coloca mão no meu ombro- Quer que eu conte até três?- ele me olha de um jeito estranho- pode ajudar.

— Pode ser.

— Tá bom, 1...- meu olhos se arregalam, as lágrimas brotam e o grito de dor fica preso na minha garganta quando ele força meu ombro para o lugar.— Você disse que ia contar até três .

— Vai por mim, assim é melhor - ele põe a mão atrás da minha cabeça e puxa contra o peito dele fazendo um tipo de carinho desajeitado- Tudo bem derrubar algumas lágrimas, sua vida tá um caos e sei que isso doeu.

Respiro fundo sentindo meu ombro latejar.

— Cala a boca.- me afasto dele- Vamos tentar achar sinal, preciso ir para casa.- ele concorda- Você sabe o que vai acontecer com o Blake, né?

— Sei, sua família não parece ser muito compreensiva e o seu pai parece ser mais doido que você.

— Meus pais são incríveis.- como a puxa saco que sou já vou logo defendendo eles.

— Sua mãe sim, já o seu pai tem um jeitinho de psicopata que me deixa nervoso- isso me tira um sorriso- Acho que sua mãe simpatiza comigo. Conquistei a Camilo errada.

— Minha mãe é completamente apaixonada pelo marido, não há ninguém além do meu pai para ela.

— Um relacionamento de anos, é normal esse sentimento. Mas em casos que nem foram assumidos como um namoro eu acho uma idiotice .

Começou....

— Em um momento desses, Nate ? Para de puxar o Miguel para o meio disso.

— O que eu quero é puxar você para perto de mim.

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