60

8.6K 881 250
                                    

❤️‍🔥Manuela Camilo❤️‍🔥

Estranhamente a minha mãe nem precisou olhar de cada feia para o meu pai, ele nem reclamou muito sobre Nate jantar aqui.

Com certeza tem algum motivo por trás disso, só não sei o que é.

— Cadê o Noah? - meu pai pergunta.

— Mandou mensagem que já está chegando, sabe que ele estava na faculdade.

Minha mãe está toda orgulhosa do filhinho dela. Sim, Noah é o famoso filhinho da mamãe.

— Você faz faculdade, Nathanael? - minha mãe pergunta.

— Não, meu amor. O seu queridinho aí está ocupado tentando ser meu concorrente. Pergunte sobre drogas que ele saberá responder.

—Victor...- ela repreende ele.

— Bom, - Nate começa a falar- Eu tranquei o curso.

— O que você fazia?

— Direito, mas Blake começou a me sufocar e eu resolvi largar. E eu não quero ser um concorrente, - ele olha para o meu pai a nunca quis, só tive umas ideias loucas.

— É, mas as drogas não foi a sua ideia mais estúpida.

Por que eu acho que a ideia mais estúpida sou eu.

— Bom, seria muito legal ter um jantar calmo depois de toda a confusão que a gente viveu nos últimos dias. Não vamos deixar ninguém desconfortável - minha mãe tenta amenizar a situação.

— Tudo que você quiser, meu amor. Nathanael, por acaso você está desconfortável?

Meu pai, como explicar esse homem?

— Não, senhor.

— Ótimo! Vamos esperar o Noah para jantar então.

—Como ele está quase chegando eu vou ir arrumando a mesa.- minha mãe diz.

— Pode deixar que eu arrumo, mãe.- fico de pé.

— Eu ajudo  você - Nate se levanta.

— Não precisa, você ê visita.- dona Babi segue sendo uma boa anfitriã.

— Bom, - ele olha para o meu pai- prefiro ajudar a por a mesa.

Medroso...

Fui para a cozinha e Nate me seguiu em silêncio. Separei os pratos e talheres que ele levou para a sala de jantar enquanto eu levei os copos.

— Estou aqui realmente pelo Noah ou se pai planejava me empurrar da escada depois do jantar. Ou pior ainda, vai por veneno no meu copo.

—Você estava mofando naquele quarto, admitiu que precisava de adrenalina. O que é melhor que jantar com o meu pai?

Ele ri e continua me ajudando a organizar a mesa.

— Você fugiu de mim...- ele acusa.

— Não, eu não fugi. - encaro ele - Já estava de saída quando aquilo aconteceu.

— "Aquilo"? Nossa, machucou o meu ego.

— Não quero ferir o ego de ninguém, só que você está dando importância demais a um acontecimento.

— Você gostou?

— Não vou responder essa merda.

— Gostou sim.- ele se aproxima de mim - Gostou da minha boca na sua e das minhas mãos no seu corpo, não nega que fica feio.

— Vai a merda seu convencido. Foi só um beijo, pessoas se beijam e não a necessidade de dar tanta importância.

— Por que você se porta assim? Admitir que você gostou é tão ruim assim? Admitir que queria?

— Eu nunca disse que queria...

— Se não quisesse não teria enfiado a língua na minha boca e eu com certeza estaria sem os dentes da frente, estando falando justo de você.

— O beijo foi ótimo, Nate. Mas não é tão fácil quanto você imagina, tem toda uma história por trás.

— Miguel? Você está nessa ainda? - ele ri - Inacreditável, vai continuar cultivando esse relacionamento sem graça?

— Não quero você falando mal do Miguel.- minha postura muda.

Nate mantém o olhar fixo no meu antes de acabar.

— Tudo bem.- observo ele terminar de por os copos no lugar. Ele termina de organizar sem nem olhar para mim.

— Nate...

— Não, não mesmo Manuela. Não vou ficar aqui ouvindo você defender aquele cara, não dá para mim. Foi mal pelo beijo.

Ele tenta passar por mim mas eu seguro a mão dele.

— Eu não me arrependo, Nate. Não me arrependo nem um pouco. Mas... Miguel não foi o único garoto que eu beijei, mas as outras pessoas sempre foram estranhos que eu não teria que reencontrar, já você é o melhor amigo do meu irmão.....

—.... Minha história com o Miguel é complicada e no momento não estamos juntos, mas isso não muda tudo que tivemos e o quanto é difícil simplesmente deixar tudo para trás. Histórias não podem ser apagadas, mas novos livros podem ser escritos. Não dá para simplesmente ignorar tudo e sair beijando você por aí.

— Eu estranhamente gosto muito de você, mimadinha. Não sei porquê ...

— Eu sei, sou incrível- ele revira os olhos e da um meio sorriso.

— E o meu ego que é enorme.

— A gente pode....

— A gente pode? - ele coloca uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha- O que a gente pode fazer mimadinha?

Por que caralhos o rosto dele já está tão perto do meu e eu nem percebi?

Está certo isso ?

— Então...? — ele pergunta.

A voz alterada da minha mãe chama a minha atenção, posso ouvi-la mesmo estando na sala.

— Filho? O que aconteceu?- me afasto do toque do Nathanael.

Ando na direção da sala e Nate me segue.

Assim que tenho a visão da sala vejo o meu irmão com um corte no supercílio e outro na maçã do rosto.

— O que aconteceu com você? - minha mãe segura o rosto dele extremamente preocupada.- Aí meu Deus!

— Onde estava a porra do seu segurança? Vou matar aquele cara.- Meu pai também se aproxima.

— Não foi culpa deles, pai. Eu estava no banheiro da faculdade e três caras entraram.

— O que eles queriam?

— A primeira exigência é que você mande o Nathanael de volta, quer que ele volte para a casa. Blake ameaçou a mãe dele.

Olho para trás e vejo o Nate encarar tudo completamente perdido.

— Minha mãe ? - só quando o Nate fala que meus pais e meu irmão botam nossa presença.

- Calma, Nate. Vamos dar um jeito nisso.- digo.

— Não, nos mesmo. Bateram no seu irmão e estão com a minha mãe, eu vou voltar.

— De jeito nenhum - digo - Blake vai se livrar de você. - ele me encara - Você não vai Nathanael .

— Não é uma escolha sua, Manuela. Se fosse seus pais você iria sem pensa duas vezes.

— Dá um tempinho que a gente resolve isso- encaro o meu pai? - Né? Diz que ele tem que ficar, pai.

Nate não é como eu, não é capaz de jogar baixo.

Caos Onde histórias criam vida. Descubra agora