Segredo élfico

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Mirkwood ficava linda no inverno. As árvores mantinham suas folhas, mesmo com a queda da temperatura, e essas folhas de coloração castanho-dourada conviviam com a cor esbranquiçada da neve, criando um contraste harmonioso. A luz suave do sol filtrava-se entre os galhos, pintando um cenário mágico de sombras e reflexos.

Legolas tinha uma preferência por aquela estação do ano, pois, além das cores únicas, havia o silêncio. Tudo parecia adormecido, com uma quietude reconfortante. Era como se a própria floresta estivesse em meditação, mergulhada em uma serenidade cativante. O príncipe elfo sabia que ali encontraria paz e tranquilidade para compartilhar com Fili, a quem convidara para passar uma temporada em suas terras.

O aniversário de Frerin havia ocorrido a algumas semanas atrás e Legolas tinha um plano em mente.

— E eu que pensei que debaixo da montanha era frio. — comentou Fili, observando a paisagem da floresta dourada e branca da sacada do quarto do príncipe elfo.

— Não sabia que anões eram assim tão sensíveis ao frio. E eu aqui pensando que vocês eram fortes e resistentes a todas as intempéries ambientais. — provocou Legolas, trazendo consigo um manto grosso esverdeado, cobrindo a si mesmo e seu amado anão.

— Dizem que os anões originaram das rochas. Que Mahal nos produziu nos entalhando das pedras, usando o seu martelo. Mas acho que até a mais grossa das rochas sente frio! — resmungou Fili, deixando-se afundar no manto quente.

— Não acho que rochas sentem frio, porque elas são tipo... rochas. — disse Legolas com um leve sorriso nos lábios.

— Legolas, você entendeu o que eu quis dizer. — resmungou o anão.

O elfo gargalhou de forma sedutora e, com um olhar intenso, abaixou-se para dar um beijo provocante na bochecha do seu amado.

— Vou compartilhar um segredo élfico para que possamos nos aquecer. — sussurrou no ouvido de Fili, provocando um arrepio em sua pele.

O anão se virou levemente para fitar Legolas, intrigado e curioso com o que estava por vir.

— Humm... Um segredo élfico? E você o revelaria a um anão?

— Oh, meu querido Fili, você é especial. — Legolas respondeu, com um sorriso malicioso. — Mas para esse "segredo" funcionar, você terá que participar ativamente no processo.

Com um olhar sedutor, Legolas se afastou lentamente de Fili, caminhando para o interior do quarto. Com movimentos graciosos, ele começou a despir cada peça de roupa, revelando sua escultural nudez perante os olhos fascinados do anão.

O coração de Fili acelerou, seu corpo reagindo à visão cativante do príncipe elfo. Ele sentia-se atraído por Legolas como nunca antes, deixando-se levar pela atmosfera carregada de desejo e mistério.

Apesar do frio que sentia, Fili abandonou o manto que usava e avançou para o interior do quarto, seguindo Legolas com passos decididos. O quarto era espaçoso e acolhedor, moldado no próprio caule de uma das imensas árvores da floresta de Mirkwood. A fusão perfeita entre a natureza e a habilidade élfica criava uma atmosfera mágica. Fili notou com encantamento que a passagem que dava para a sacada foi habilmente fechada por uma cortina de folhas entrelaçadas, com um véu tecido em prata.

Aos poucos, o interior do quarto começou a se iluminar suavemente. Flores alvas e delicadas desabrochavam em canteiros ao redor, espalhando seu doce perfume pelo ar. Grandes cogumelos, estrategicamente posicionados, emitiam uma luz bruxuleante dourada, criando uma atmosfera íntima e acolhedora.

As raízes da árvore se misturavam às paredes, criando formas orgânicas e belas, enquanto os sons suaves da floresta se mesclavam à melodia sutil que flutuava no ar.

Os dois reis sob a MontanhaOnde histórias criam vida. Descubra agora