O casamento

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– Se acalme, Bilbo. – Disse Dori, tentando dar os últimos retoques na roupa do hobbit, só que este estava tão nervoso que ficava andando de um lado para o outro do quarto, pensativo.

– Eu estou calmo. Quem disse que não estou? – Falou o menor, evitando olhar para os anãos que, por sua vez, se entreolhavam e trocaram suspiros.

– Bilbo... – Dori pega a mão do jovem rei e o leva para frente do espelho – Por favor, te peço que me ajude. Essa cerimônia é muito importante; os nobres e as pessoas mais importante de Erebor estarão te observando! Tens que estar impecável!

Bilbo engoliu em seco com aquela informação. Tinha aprendido a lidar com o seu título como rei na viagem, contudo, comparar os poucos anões de sua jornada com centenas de outros que residem em Erebor seria muita tolice. Tinha estudado com Balin ao longo da viagem, entretanto, a realidade era muito diferente da teoria.

"Eu tenho que me acalmar... Não é como se eu não soubesse que tal cerimônia fosse ocorrer. Eu sabia! Desde que assinei o contrato eu sabia que estava já casado, tal ritual não irá mudar esse fato!" Pensou tentando focar a sua imagem no espelho. Vestia um longo manto azul escuro - que deveria ser o tal azul-do-rei - e tinha uma túnica cinzenta por baixo, com um ideograma bordado pelo o que parecia ser em fios de prata; era algo semelhante a uma coroa sobre um par de marretas cruzadas. Abaixo deles estava um bigorna e ao redor da coroa existiam estrelas bordadas em fios de ouro. Bilbo tocou o seu peito, sentido o alto-relevo do símbolo... Tinha estudado sobre ele, trava-se do emblema da linhagem de Durin.

– Esse é o símbolo de Durin... Contudo, não é o símbolo que representa Thorin! – Disse Nori, como se tivesse notado a curiosidade do jovem hobbit.

– Thorin tem seu próprio símbolo? – Ficou surpreso com aquilo.

– Sim, cada membro da linhagem real de Durin recebe um símbolo que o representa. Você irá vê-lo na cerimônia.

– Hum... - Bilbo concordou com a cabeça, imaginando como seria o casamento segundo os anões. Se fosse no Condado teria uma grande festa, com um grande banquete, música, uma colina enfeitada com arranjos de flores diversas. A festa perdurava, às vezes, mais de uma semana... Lógico que Bilbo não vivenciou nada disso, só ouviu histórias dos mais velhos sobre tais eventos. Sobre domínio dos orcs, os hobbits não tinham muito tempo para festejar, e sim, para lamentar.

– Agora só falta... Fazer as tranças nos cabelos... - A voz de Dori parecia nervosa.

– Já sei. Não podem tocar no meu cabelo, ao não ser que sejam meus parentes próximos ou sobre as ordens de Thorin, não é? – Suspirou longamente o hobbit.

"Anões e suas tradições malucas..." Pensou.

– Se Thorin soubesse que tocamos seus cabelos... Teríamos as mãos decepadas! – Falou Nori com alarde.

– Nossa, quanto drama. - Resmungou Bilbo – Então o que devo fazer? Pedir a Thorin?

Realmente não queria ter que encontrar com aquele anão metido, orgulhoso, pervertido e cabeça dura. Deveria haver outro jeito.

– Tia! – A porta foi aberta, revelando Fili e Kili, já arrumados em seus trajes de gala. Bilbo sorriu para os seus sobrinhos.

– Já disse que não sou a "tia" de vocês... - Reclamou, porém não tinha irritação na sua voz. Já estava começando a se acostumar a ser chamado desta forma pelos mais novos – O que vieram fazer aqui? Dwalin disse que tinham escapado. Ele estava buscando vocês feito um louco!

– Hehe... - Riu Kili – Nós sabemos...

– ...Por isso, resolvemos voltar para nossos aposentos... - Começou a explicar Fili.

Os dois reis sob a MontanhaOnde histórias criam vida. Descubra agora