Fadado ao fracasso

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Vários corpos. Foi isso Bilbo presenciou quando foi forçado a seguir seus capturadores pelos corredores da ala real, os mercenários eram habilidosos, isso ele concluiu, mas percebeu que grande maioria dos guardas não estava morto, graças a Yavanna, mas sim desacordados, talvez quem tivesse os contratado não desejava uma carnificina. Aqueles que faleceram deveriam ser fruto da própria falta de disciplinas daqueles anões sem-rei ou nação, andarilhos do ermo, que deviam ficar muito animados em uma luta para esquecer as ordens lhe foram dadas. Drogo o seguia, segurando o Frerin II que choramingava em seu colo, talvez o infante sentia o clima pesado que os envolvia, o pior é que os mercenários ainda forçaram Gimlin a unir a eles, com o argumento que mais uma criança anã surtiria um efeito maior nas negociações. Bilbo se sentia culpado, ainda mais ao ver o pequeno Gimlin segurando fortemente a aba de sua túnica, enquanto a sua outra mão segurava o cabo de sua espada de madeira, como se pudesse defende-los com aquilo.

"Um garoto corajoso...Sem dúvida, no futuro dará um bom guarda-costas, como ele assim ambiciona." Pensou acariciando os cabelos castanhos claros do menor, tentando tranquiliza-lo.

— Vamos! Vamos! — Mandava um dos fétidos anões, cutucando os hobbits com a lâmina de sua espada — Não temos muito tempo!

Sim, de fato não deveriam ter, pelo que estava observando havia menos guardas na Ala Real do que o costume, o que poderia indicar que deveria existir algum tipo de distração providenciada pelos mercenários que fez com que parte dos guardas fosse direcionada para outra seção da Montanha. A resposta para suas divagações fora respondia com um som alto e abafado de explosão advindo dos níveis mais inferiores, seguido de um leve tremor no chão. Bombas, anões eram exímios artesões, criando gerigonças novas e também perigosas... Um exemplo claro disso seria a especialização que alguns anões tinham para com os explosivos, muitos desses utilizados para auxiliar na mineração, mas outro também tinham sua função para o combate.

— Essa foi a terceira bomba, não? Ralguc disse que só teria três! — Analisou um dos sequestradores.

— Ya, só três... Vamos! Temos que ir para o esconderijo! — Disse o outro, que devia ser o líder, com evidente nervosismo na fala. O grupo avançou pelos corredores praticamente desertos. Só havia quatro mercenários no total, não eram um exército... Contudo, Bilbo não pode negar que aquele golpe foi meticulosamente organizado.

" Quanto tempo você estava planejando isso, Glorin? Quanto tempo almejaste o trono? " Pensou o segundo rei em fúria. Anões podiam ser seres gananciosos, mas eles também davam um grande valor a honra e sua palavra valia mais que potes de ouros. Ainda mais, outra característica do povo anão era a sua lealdade, quando se conquistava a amizade de um anão, pode ter certeza que essa iria durar, até mesmo por várias gerações. Glorin extrapolou todos esses conceitos, sendo extremamente egocêntrico, orgulhoso e um pérfido!

— Entrem! — O pequeno grupo adentrou em um dos elevadores, enquanto outro mercenário mexia na polia, girando-a, o que ocasionar no abaixar da estrutura rumo a escuridão da montanha.

~**~

— Maldito seja! — Gritou Kili, socando a parede ocasionando uma leve rachadura no local, além de provocar a queda de alguns quadros que ali próximo estavam pendurados — Devíamos ter feito alguma coisa! Qualquer coisa!

— Acalma-se. — Pediu Dwalin, que surpreendentemente estava bastante tranquilo apesar da crítica situação em que se encontravam, ainda mais por ele ser o guarda-costas de Bilbo, logo, ele deveria se sentir ainda mais frustrado, não é mesmo?

— Bilbo estava certo em se entregar. — Continuou falando o Fudin.

— Como assim? Certo?! Se tivéssemos lutado...

Os dois reis sob a MontanhaOnde histórias criam vida. Descubra agora