Travessuras e Castigos

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– Shh! Kili, fique quieto! – Mandou o jovem príncipe anão, olhando de forma reprovativa ao seu irmão que continha a risada – Se ele acordar agora...

– Eu sei! Eu sei! – Sussurrou de volta o moreno, enquanto espremia o caule verde de uma planta rasteira. Um líquido amarelado e meio transparente começou a escorrer da erva para a mão de Dwalin; o anão dormia tranquilamente, totalmente alheio ao que os irmãos faziam.

– Achas que é o suficiente? – Perguntou Kili, ao ver o monte de gosma por sobre a mão.

– Temos que ser rápidos, senão vai endurecer antes mesmo da brincadeira começar! – Alertou o loiro, pegando um ramo de uma planta. Kili cobria a boca tentando suprimir os risos. Fili, com cuidado, fez com que um das folhas roçassem no grande nariz do anão guerreiro. Esse começou a resmungar em seu sono.

– É agora... – Anunciou o príncipe mais velho, olhando para irmão, que fez uma confirmação com a cabeça, tentando abafar os risos com as duas mãos por sobre a boca.

Mais alguns roçares das folhas foi o suficiente para Dwalin levantar a mão e coçar o seu avantajado nariz. Contudo, um líquido viscoso logo se propagou por seu rosto e barba. Abriu os olhos, assustado; a mão ainda sobre o seu nariz e barba.

– Mas o que... – Nem precisou perguntar, pois a risada dos dois jovens anões já os denunciava; bem como fez o anão guerreiro concluir que aquilo não passava de outra travessura infantil dos príncipes – Malditos! Quando é que vão crescer?!

Iria dar uma lição de moral aos dois anões que rolavam no chão rindo. Entretanto, notou algo estranho... Não conseguia tirar a mão de sua cara. O líquido amarelado, antes viscoso, agora tinha endurecido e colado a sua mão no rosto e na barba; tentava forçar a sua libertação, inutilmente. Isso só fez que os jovens rissem ainda mais.

– KILI, FILI! – Urrou Dwalin.

– Agora nós temos que ir! – Anunciou o loiro, puxando o irmão mais novo que praticamente chorava de tanto rir. O anão mais velho os perseguia ainda com a mão grudada no rosto.

– Eu vou pegar vocês... E quando pegar... VÃO SE ARREPENDER DE TER NASCIDO! – Gritava - Eu não me importo se são príncipes ou não! Eu vou dar uma surra tão grande, que nem o tio de vocês será capaz de reconhecê-los!

Bilbo estava se preparando para dormir quando viu os dois príncipes correndo no meio do acampamento, perseguidos por um furioso Dwalin. Esse já estava ofegante, e era difícil correr com uma das mãos grudadas em seu nariz e barba, atrapalhando a visão.

– Oh, céus... O que aqueles dois aprontaram desta vez? – Se perguntou, levantando se sua "cama"; que nada mais era que simples cobertas postas sob a grama. Se aproximou de Dwalin, que estava sendo aparado por Balin.

– Acho que... Teremos que cortar... Para te libertar! – Analisou o anão de barbas brancas, tentando puxar a mão grudada do irmão – Os príncipes desta vez foram longe demais!

– Cortar? Você quer dizer... A minha barba?! – O anão guerreiro parecia horrorizado com tal opção. Bilbo estranhava a devoção que os anões tinham por seus cabelos. Tal povo era contra o corte de cabelo; algo que era bastante normal por entre os Hobbits. Além disso, as barbas eram algo quase sagrado, cortá-la realmente seria uma total desonra.

"Não acho que aqueles dois iriam levar uma brincadeira a tamanho extremo!" Pensou Bilbo, se aproximando mais e observando o liquido amarelo endurecido.

– Oh... Por Yavanna. - Disse admirado e contendo o riso.

– Majestade! Isso é muito sério! – Disse reprovativo Balin - Uma barba para um anão significa...

Os dois reis sob a MontanhaOnde histórias criam vida. Descubra agora