Manhã seguinte...

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Bilbo abriu os olhos, já que uma certa luminosidade adentrava no quarto. Nem tinha reparado que havia janelas com vitrais; eram pequenas, contudo, os raios solares penetravam pelos seus vidros coloridos e formavam imagens de anões no ato de mineração. O hobbit parecia meio confuso aonde deveria estar, não reconhecendo o acampamento que estava acostumado a acordar ao longo daqueles meses de viagem. Estranhou não sentir o solo duro ou a relva por debaixo de si; ao invés disso tinha um colchão fofo e confortável.

"Onde estou?" Pensou, tentando assumir a posição sentada, mas uma forte dor na parte inferior do seu corpo o fez interromper o processo. "Por que estou dolorido?" Logo as imagens da noite anterior vieram a sua mente. O casamento, coroação, festa e principalmente a noite de núpcias.

– Por Yavanna!? O que eu fiz? – Falou baixinho, surpreso com suas próprias atitudes. Pensara que iria resistir mais! Contudo, acabou se entregando ao anão. Mesmo que agora eles fossem casados, tanto por meio do contrato quanto pelo o ritual anão, não significava que teria que entregar o seu corpo logo na primeira noite! Mesmo que aquilo fosse uma tradição.

"Não me lembro de você resistir a ele... Ou mesmo de não gostar do que ele estava fazendo!" Sua consciência falava em sua cabeça, o que resultou no corar do rosto do hobbit. Sim, de fato, não iria negar que tinha gostado. Sentia algo por Thorin, mas ainda não sabia dizer o que era. Seria atração meramente física ou algo mais?

– Falando em Thorin... – O jovem Bolseiro notou que o outro lado da cama estava vazio. Bilbo tocou as cobertas e travesseiros daquele lado e não sentiu o calor advindo do seu marido e isso indicava que a tempos ele teria levantando.

– Aquele anão estúpido! Que marido deixa o seu esposo sozinho na manhã seguinte a noite de núpcias?! – Bufou o jovem segundo rei, cruzando os braços diante do corpo, já imaginando a longa conversa que teria com o anão quando este retornasse.

Um leve toque foi ouvido da porta.

– Majestade? – Uma voz rouca advinda de fora do quarto falou – Está acordado?

Bilbo olhou para o seu corpo nu e corou, levantando as cobertas e se cobrindo.

– Q-quem é?

– Que bom que está acordado! – Disse a pessoa adentrando o recinto.

– E-eu disse "quem é" e não permiti a sua entrada! – Disse o hobbit aflito. Porém já era tarde; um anão de barbas e cabelos cinzentos e com uma estranha corneta de metal no ouvido tinha invadido o quarto.

– Não seja tímido! – Riu o anão, se aproximando da cama – Eu sou Óin, o curandeiro real. Vim aqui para te avaliar.

– Avaliar? E eu não estou sendo tímido! Além disso, não estou doente! – Bilbo não estava nada contente com aquele anão ali, principalmente levando-se em conta a sua nudez.

– Sim, deves estar dolorido, não? Depois da sua noite com o primeiro rei...

– Isso não é da sua conta! – Cortou o hobbit.

– Pelo o contrário, sou o curandeiro, e meu dever é cuidar da saúde dos membros da família real!

– Eu posso me cuidar sozinho, muito obrigado pela preocupação. Se o senhor puder me dar licença, gostaria de ficar sozinho.

– Como eu disse antes, não precisa ficar tímido! Sei que vocês hobbits são pequenos e não devem estar acostumados com o tamanho de nós anões. Principalmente com relação a Thorin que, aliás, é bem dotado!

Bilbo sentiu que até suas orelhas estavam vermelhas. Sinceramente, não queria discutir aquelas coisas com um desconhecido. Na verdade, não queria discutir aquele tipo de assunto muito íntimo com ninguém!

Os dois reis sob a MontanhaOnde histórias criam vida. Descubra agora