Dís, Princesa de Erebor

6.1K 662 106
                                    


O único som que se ouvia no quarto eram os choramingos do bebê e o leve roncar de Bilbo. Fora isso, parecia que todos tinham segurado o fôlego e esperavam pelo início da batalha. Drogo mordia o lábio inferior, fortemente. Não queria presenciar uma briga familiar, ainda mais quando fazia poucas horas que tinha chegado a Erebor. Ora, por que não deixavam essa discussão para daqui a alguns dias? Principalmente quando Bilbo estivesse bem e consciente, pois pelo o que parecia, o segundo rei era o único que empunha limites a Thorin.

– Eu vim o mais rápido que pude - Uma voz se fez ouvir quando as portas do quarto se abriram subitamente e uma mulher anã adentrou. Drogo ficou impressionado com a incrível semelhança entre ela e o primeiro rei; tinha os mesmos cabelos negros e olhos azuis profundos. O que os diferenciava era o nariz, que ela não apresentava tão alongado, e o fato dela ter um busto avantajado e a pouca barba que crescia nas laterais do rosto. Sim! As mulheres anãs têm barba. Isso meio que assustou o jovem hobbit. Apesar desta barba não ser excessiva e proeminente como seus equivalentes do sexo masculino, aquilo gerava um estranheza, afinal, hobbits não tem barbas, mas já tinha meio que se acostumado com os homens. E agora... Mulheres também? Abaixou os olhos rapidamente, pois não queria ser pego olhando a barba daquela que deveria ser princesa de Erebor.

– Aquele conselho... Sinceramente, às vezes penso que o título real de nada vale, já que somos obrigados a ouvir aqueles anões mesquinhos e... - O tagarelar da anã foi interrompido quando seus olhos passaram por todos os membros que ali estavam, se detendo em Legolas que ainda segurava o pequeno Frerin nos braços. - O que significa isso? – Agora a princesa voltou seu olhar inquisitivo para Thorin.

– Não sou eu que devo te explicar isso. Creio que seu filho, Fili, pode discorrer melhor sobre esse assunto.

– Fili? – Dis retornou sua atenção para o elfo. Parecia que tinha notado os broches, pois seus olhos se arregalaram e um rubor dominou o seu rosto. Drogo notou o desconforto e nervosismo de seus amigos. Kili, ao seu lado, roía as unhas e Gandalf massageava a testa, talvez tendo uma dor de cabeça – compreensível, tendo em vista a confusão que iria ocorrer.

"Não. Bilbo não gostaria que isso ocorresse!" Pensou o menor, afinal, o seu primo tinha afirmado diversas vezes que não desejava que o primeiro dia de vida de seu filho fosse rodeado por desavenças e rancores.

– Er... Com licença – Falou Drogo. Sua voz estava trêmula e fraca, mas se fez ouvir, já que ninguém parecia querer emitir nenhuma palavra.

Dis deixou que seus olhos se voltassem ao hobbit e pode-se parecer surpresa; talvez a princesa não o tivesse notado.

– Você seria...? Oh! O pequeno hobbit, primo de Bilbo! – A voz dela pelo menos pareceu mais cordial e amável do que a momentos atrás – Que indelicadeza a minha, nem me apresentei... E meu adorável irmão não teve nem a decência de nos apresentar. Esqueceu os seus modos?

Thorin fez uma careta.

– Você entrou no meu quarto feito um tufão tagarela, não tive nem tempo de fazer as formalidades! – Resmungou o rei anão.

Tufão tagarela? Mas que desrespeito! – Bufou a anã – Pelo menos eu não tenho a cara de alguém que chupou limão!

– Dis, sempre somos comparados. Muitos dizem que somos muito parecidos, principalmente em aparência, deste modo, se criticas o meu rosto deve antes olhar a si mesma no espelho, minha adorável irmã.

"Oh, céus! Será que eu piorei a situação?" Drogo olhou aflito para Kili, que exibia um sorriso no rosto.

– Não se preocupe. - Sussurrou – Eles são sempre assim.

Os dois reis sob a MontanhaOnde histórias criam vida. Descubra agora