A comemoração em Mikwood (Parte 1)

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Pôneis e cavalos, a diferença de tamanho era deveras evidente, principalmente quando uma comitiva de cavaleiros elfos e anões se postavam lado a lado, cavalgando na pradaria erma que interligava os dois reinos: Mirkwood e Erebor. Ao longe, se podia ver, as copas densas das árvores, mesmo com o início do inverno, a também conhecida floresta das trevas continuava a reter a maioria de suas folhas, mesmo que essas agora adquiriram uma tonalidade cinzenta e negra, tornando todo o bosque ainda mais sinistro que antes.

Bilbo estava ansioso por alcançar o reino elfo, ainda mais por saber que o plano dera certo! Menos um problema a ocupar a sua mente! Lógico que haveria outros pormenores a se levar em conta, como, por exemplo, seria a recepção dos outros anões com relação a esse romance, todavia o que lhe preocupava mesmo era o conselho, ocupado por anões ricos, mesquinhos e repletos de preconceitos, era bem provável que eles criassem problemas. O hobbit sacudiu a cabeça tentando dissipar as preocupações por enquanto. Um som, que parecia uma mescla de borbulhar e linguagem inteligível, o fez abaixar os olhos para fitar com afeto o seu filho em seu colo. Frerin estava se desenvolvendo rápido, mas bebês Hobbits tinham essa tendência, com menos de um ano de vida era comum já estarem andando por aí e tagarelando, contudo, a herança dos anões era totalmente o oposto, pelo visto, segundo os informes de Oín, a ração de Mahal era lenta, era necessário uns 3 a 4 anos para uma criança anã começar a dar seus primeiros passos, e demora ainda mais a aprendizagem da fala. Frerin podia ter um desenvolvimento intermediário... Oín estava muito surpreso com o progresso do pequeno príncipe que tinha um doce habito de puxar barbas e colocar todo o tipo de objeto na boca.

— Ele está bem mesmo? Talvez devêssemos cobri-lo mais! — comentou Thorin que calvava perto da charrete a qual puxava o segundo rei, apesar de que o mesmo tivesse insistido que podia muito bem cavalgar um pônei e segurar o seu filho, que não se tratava de uma tarefa assim tão dificil contudo, desta vez o primeiro rei ganhou a discussão (algo que era raro!)

Bilbo rolou os olhos, sabia que era a primeira viagem do seu filho, mas aquilo já era um exagero!

— Thorin, querido, ele está ótimo! Veja você mesmo! — nisso levantou o ativo bebê para que o primeiro rei visse, como para demonstrar o quão bem estava, Frerin começou a balançar os pés e braços em uma estranha dança alegre arrancado a risada de alguns guardas anões e um sorriso discreto dos elfos.

—Ele esta bem agora...Mas ele pode se resfriar! — insistiu o papai coruja já começando a retirar o seu manto, como se as várias camadas de tecido que envolviam o seu bebê não fossem o suficiente...

— Thorin! Nem pense em fazer isso! Frerin está ótimo, bem aquecido e animado para a sua primeira grande aventura. Agora, se você ficar resfriado, meu rei, por sua teimosia, farei que sua irmã fique no encargo de assisti-lo na doença! — advertiu Bilbo.

Aquela ameaça foi o suficiente para fazer que o Durin repensar suas atitudes. Pode sentir um calafrio descendo sua espinha só de imaginar Dís ao lado de seu leito... Tagarelando sobre como Thorin era idiota, criticar suas atitudes, roupas ou mesmo como cuidava de sua barba! Seria a pior tortura que teria enfrentado. Logo, quem sabe fosse mesmo melhor manter o seu grosso manto...

— A primeira aventura do meu filho é visitar Mirkwood? Ainda bem que ele é muito pequeno e nem irá se lembrar desse evento... — disse cheio de sarcasmo — Ainda mais, não acho sensato... Saímos assim.

— Thorin, olhe em volta... Estamos cercados pelos melhores guarda-costas de ambos os reinos.

Um pigarro fez com que o casal lançasse um olhar para quem condizia a charrete: Dwalin.

Os dois reis sob a MontanhaOnde histórias criam vida. Descubra agora