Lições na viagem e novos companheiros

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Semanas tinham passado. Já tinham deixado a fronteira do condado e passado por Bree, contudo, Bilbo não pôde adentrar naquela cidade humana. Segundo Balin, a partir daquele momento a viagem ficaria perigosa; fora dos limites do Condado e longe dos domínios de Erebor. Agora eles estavam à mercê de bandidos, orcs, entre outros seres das trevas e de má índole, estariam sem a proteção dos anões que tinham ficado no reino do Condado. Desta forma, teriam que esconder o objetivo de tal pequena expedição, que envolvia escoltar o segundo rei de volta a Erebor. Dwalin ordenou os guardas anões para irem a Bree e comprassem provisões necessárias a longa viagem; o restante do grupo ficaria fora da cidade, esperando.

Bree era uma cidade cuja população era bastante diversa; hobbits, elfos, homens e anões adentravam e saiam de seus portões, constantemente. Era uma cidade que estava voltada para os viajantes, logo, não deveria ser muito segura. Rumores e boatos se espalhavam fácil por Bree, assassinos e caçadores de recompensa andavam por entre suas ruas enlameadas buscando trabalhos diversos. Sem dúvida, não era um ambiente seguro ao jovem segundo rei.

Bilbo suspirava, observando de longe a cidade; já estava anoitecendo e as lamparinas na rua estavam sendo acesas, as casas começavam ficar iluminadas, o cheiro de álcool e esterco vindo dos estábulos e tabernas dominava o ar. O pequeno hobbit estava curioso, nunca adentrara em alguma cidade do tipo; mas sabia que no momento não se podia dar ao luxo de saciar sua curiosidade.

– Então... Vamos continuar com seus estudos? – Perguntou Balin sentando ao lado de Bilbo – Enquanto os guardas retornam da sua pequena missão... Temos bastante tempo!

O Bolseiro assentiu. As aulas estavam se tornando rotinas constantes naquela viagem.

– Aqui está! – O velho anão abriu vários mapas, que trazia debaixo do seu braço, no colo do hobbit.

– O que é isso? – Perguntou Bilbo, analisando com curiosidade o material.

– Trata-se dos mapas de Erebor – Explicou – Estão mais para plantas, mostrando como é o nosso reino, por dentro da Montanha Solitária.

Bilbo ficou impressionado. Afinal, cada mapa mostrava incontáveis túneis, salas, quartos, corredores... Isso tudo estava debaixo da terra? Ele iria se perder, com certeza. O Bolsão podia ser construído debaixo de uma colina, mas não tinha tamanha proporção!

– Bem, esse mapa aqui é mais didático – Balin indicou um mapa de perfil da montanha, mostrando com se esta tivesse sido cortada ao meio.

– No topo da montanha, onde se encontram os níveis mais altos, é onde irás morar... Nesse nível é onde a família real reside! Devo explicar que Erebor é subdividido em níveis: que trata-se de andares a qual o interior da montanha foi lapidado e construído a nosso grande reino!

O hobbit notou que tal nível era o menor, se comparado aos outros, por se encontrar logo no topo da montanha. Pelo menos, parecia que iria residir em um local mais aconchegante e com menos túneis.

– Logo abaixo dele está o nível onde fica a sala do trono, salas de reunião, a biblioteca real e escritórios. Nesse andar é onde o rei mais fica. Afinal, é nele que se concentra as reuniões com o conselho dos lordes anões, onde o trabalho burocrático reside...

– Uma biblioteca! Vocês tem uma biblioteca? – Bilbo precipitou a felicidade, afinal adorava ler.

– Sim, mas temo que a maioria de nossos livros esteja em Khuzdûl. Mas... Ori é responsável pela a biblioteca e é um ótimo tradutor! Poderia traduzir alguns livros nossos para você... Se quiseres!

Os dois reis sob a MontanhaOnde histórias criam vida. Descubra agora