Um beijo dado com amor, espanta a dor

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– Ai! Eu não sabia que simples rosas poderiam... Ai...! Machucar! – Resmungou o jovem anão, tirando rapidamente as mãos de um canteiro de rosas que estava ajudando a tosar. Ora, como ele poderia presumir que um trabalho que lhe parecia simples, se tornasse mais complicado e dolorido que uma aula com Balin ou mesmo um treino com Dwalin?

"Eu estou exagerando. Só são flores! Ou seja, plantas, o que significam que nem podem contra-atacar ou me assustar! Já enfrentei criaturas diversas da Terra Média, não posso temer simples espinhos..."

– AI! – Choramingou ao ser ferido novamente por mais um espinho, enquanto tentava pegar um galho podre para ser cortado.

– Oh... Bebê chorão. – Riu Drogo, se aproximando de Kili para "salvá-lo" – Eu te disse que tinha que usar luvas. – O jovem hobbit tinha na cabeça um chapéu de palha de abas largas para proteger-se do sol, mas o príncipe anão tinha se recusado a usar um chapéu do mesmo tipo; bem como tinha se negado a usar as luvas.

– Está tudo bem, só foi um arranhão. – Disse, chupando o dedo machucado.

– Eu estou ouvindo seus resmungos e gritinhos de dor há mais de 20 minutos, então creio que não se trata de só um arranhão. – Falou o Bolseiro, se ajoelhando ao lado do anão perto do arbusto de flores que o outro estava trabalhando.

– Nós anões somos resistentes e valentes o suficiente para aguentar o mais forte dos inimigos. Já lhe disse que posso carregar rochas bem pesadas e...

– Já disse sim! – Cortou Drogo, tentando evitar rolar os olhos. Nos quatro dias que tinham se passado desde a chegada dos príncipes anões ao Condado, estes se hospedaram no Bolsão e Kili, principalmente, se voluntariou para "cuidar" de Drogo, pois o jovem hobbit ainda estava muito debilitado devido a desnutrição e ainda se recuperava da doença. De acordo com a vovó Tûk, só precisava se expor mais ao sol e comer; necessidades básicas para um hobbit ser saudável. Em resumo, para Drogo aqueles dias foram maravilhosos, pois eram como a dissipação da tempestade que tinha adentrado em sua vida desde que recebera a noticia que era um breeder e da morte de Prímula. Kili o fazia rir e relaxar; sem falar que sempre sonhara com aquele momento, o de finalmente estar ao lado do príncipe anão que dominava seus pensamentos e coração.

Kili fez um bico. Iria demonstrar o quão forte era, mas parecia que Drogo não se importava muito com aquelas demonstração de virilidade anã. O Bolseiro sorriu ao ver a reação do seu companheiro, já que adorava provocá-lo.

– Sei que és um valoroso guerreiro, Kili, mas uma coisa é certa – Drogo retirou uma rosa do arbusto e a cheirou – Acho que minhas rosas estão ganhando esse combate. – Piscou maroto.

– N-não! Definitivamente não! Eu vou mostrar para elas quem é que está no comando. – Falou orgulhoso estufando o peito. O hobbit gargalhou com aquilo.

– Kili, não seja bobo! Irá se machucar mais se continuar a tosar sem os instrumentos necessários.

Novamente o príncipe fez biquinho e Drogo sorriu; era quase como estivesse tratando de uma criança teimosa... Uma criança bastante atraente de fato. Uma criança com músculos e...

"O que estou pensando?" Balançou a cabeça, tentando dissipar aquelas ideias atrevidas. Aquilo não era próprio de um hobbit educado e honrado, não é?

– Vem. - Pegou a mão do anão – Deixe-me olhar a sua mão. Você não pode simplesmente "chupar" os machucados e esperar que cure.

– Não posso? – Perguntou surpreso.

– Não! Já pensou se infecionar?

– Já lhe disse, nós anões somos resist...

– Vem logo! – Mandou o menor, puxando consigo o anão – O que estou aprendendo sobre a sua raça até agora é que vocês podem ser muito resistentes, de fato; pois acredito que vocês, de alguma forma, devem ter algum parentesco com as rochas... Pelo menos tem cabeças duras como uma!

Os dois reis sob a MontanhaOnde histórias criam vida. Descubra agora