Almas Gêmeos - Taekook

Capítulo 31 - SPINE BRAKER

Jung-kook

Eu esperava que, com meus amigos vendo o quão bom eu era lutando, e com a minha cara totalmente arrebentada, eles fossem me tratar pelo menos um pouquinho melhor, pelo menos essa semana.

Mas claro que foi ilusão. No dia seguinte a minha luta, acordo com alguém me batendo na bunda com um... colchão de yoga ?

— O que é isso ? — pergunto coçando os olhos, ainda me sentindo incapaz de acordar.

— É o seu único e melhor amigo, Worldwide Handsome, Seok-jin, claro — Jin sussurra como se ele estivesse me acordando me balançando suavemente, e não me dando uma surra com um colchonete novinho do Hobi. Ele me bate de novo, dessa vez com mais força — Acorda, já tá tarde pra caramba.

— Hã ? Que horas são ? — pergunto me levantando, pegando meu celular. É sábado, então podíamos dormir até tarde, mas... eu nunca dormia até tarde. Isso era esquisito. Quando olho as horas, eu sinto vontade de fazer Jin engolir meu celular — Seis da manhã, Seok-jin, pelo amor de deus. Vai dormir. Tá super cedo, até pra mim.

— Não, tá super tarde, porque eu ainda não dormi — ele me sacudindo como se eu fosse um frasco vazio de molho. Escondo minha cabeça debaixo do travesseiro tentando parar de ouvir ele me chamar. Infelizmente, não funciona. Ele continua resmungando — Anda JK, por favor. Eu tô com fome, quero companhia pra comer.

— Mas o refeitório nem abriu ainda há essa hora — respondo murmurando.

Ele faz manha igual uma criança — Não quero ir no refeitório, quero café lá da padaria da rua principal.

— Então vai sozinho, porque ninguém vai ser capaz de me tirar daqui, muito menos pra ir até lá embaixo — falo me cobrindo mais, e seguro no batente da cama, pro caso dele tentar me puxar pelos pés (coisa que ele fazia com bastante frequência).

Sem querer ser dramático, mas eu tava um caco. Depois que Tae-hyung praticamente me obrigou a falar que eu tava na merda, eu realmente comecei a prestar atenção em TUDO que doía, e olha, era coisa pra caramba. E além de todo dolorido, eu tava exausto, com o meu corpo mole. Se a vida fosse um videogame, eu com certeza ia estar com a minha barra de energia em cima da minha cabeça no zero.

Hoje, não havia santo que me tirasse da cama antes das dez da manhã.

...

Infelizmente, Jin não era um santo.

Ele era uma praga na minha vida.

Meu demônio pessoal.

— Eu te odeio, hyung — respondo voltando a subir a ladeira, com Jin na minha cola, comendo um saco inteiro de pães doces que ele comprou na padaria (graças a deus, na mais perto do dormitório, e não lá embaixo do morro). Olho pra ele de mal humor, ainda sentindo meus olhos pesados — Esse foi o jogo mais sujo que você já fez na vida.

— Eu só ameacei trocar de melhor amigo, não foi nada demais — Jin responde de boca cheia, rindo.

— Pra mim, foi — respondo torcendo a boca enquanto ele solta uma gargalhada.

É óbvio que eu não acreditei na ameaça dele, (afinal, quem além de mim aguentaria ele ?) mas levantei e vim com ele de qualquer jeito. Primeiro porque eu sei que ele não ia me deixar em paz até eu topar, e também porque ele ter me dito que tava acordado direto e sem comer me preocupou. Eu joguei videogame com ele até onde aguentei ontem, então se eu mesmo tava derrubado, cansado e com fome, imagina ele.