Tae-hyung
Não dormi a noite toda.
Eu acho que nunca, em toda a minha vida, tive tanto medo do futuro. Sempre sofri por antecipação, sempre fui neurótico, mas sempre tentei ficar calmo em situações como essa. Quando criança, com tudo que acontecia na minha casa, mesmo com a vida que eu sempre levei, eu sempre tentei ser um ponto de paz, porque Tae-oh nunca foi, e eu sentia que devia ser por ele. Para acalmá-lo caso algo explodisse e atingisse ele.
Mas eu não sabia o que fazer quando ele era a bomba.
— Isso é tudo ? TaeTae ? — ouço uma voz, e volto a raciocinar. Pisco os olhos, praticamente acordando, e vejo Jung-kook na minha frente. Ele me olha preocupado — Tudo bem ? Você ta branco igual papel.
— Eu acho que vou vomitar — respondo honestamente, colocando uma das mãos na minha garganta, sentindo a bile subir. Olho pra ele — Dá tempo de desistir de ir ?
— Para com isso — ele diz pegando minha mão, a afastando do meu pescoço. Jung-kook coloca as duas mãos nos meus ombros e me faz olhar pra ele — Ei, eu já disse, vai ficar tudo bem. Ninguém ficou bravo com você por ter chamado ele.
— É, porque ele ainda não chegou — digo olhando pros lados, verificando se Tae-oh estava à vista.
Não foi minha ideia mais inteligente. Na verdade, acho que foi a ideia mais estupida que já tive na vida, chamar Tae-oh pra viajar conosco. Eu gostaria de dizer que chamei porque não pensei direito, que foi um impulso, mas honestamente, o chamei porque pensei muito. Quando ele disse que ficaria no dormitório durante as férias, e pensei nele sozinho aqui, eu sabia que precisaria chamá-lo. Simplesmente não parecia certo. Ninguém deveria ficar sozinho na faculdade em plenas férias.
O que me surpreendeu mais foi ele ter aceitado, sinceramente. De início, ele me olhou como se estivesse tentando descobrir se eu estava brincando ou não, mas depois de perceber que eu estava falando sério, ele apenas respondeu que sim, e voltou a ler. Ele não perguntou quantos dias ficaríamos, nem que horas sairíamos, nem como iríamos. Ele simplesmente aceitou, simples assim, e isso foi tudo.
Eu sentia que Tae-oh e eu estávamos caminhando pra algum lugar, embora sempre parecesse um passo pra frente e dois pra trás. Mas tudo bem, eu não tinha pressa. Depois de cinco anos praticamente o odiando, eu ficava aliviado em pensar que eu conseguia conversar com ele, e ficar perto dele, sem me sentir mal. Isso, do meu ponto de vista, era muito mais do que eu podia pedir.
Foi muito mais difícil perguntar à Jung-kook se Tae-oh de fato poderia vir conosco, já que era pra casa da avó dele que estávamos indo. Quando sai do meu quarto, fui correndo desesperado até o dele, onde o encontrei sozinho, tentando enfiar seu armário inteiro dentro da própria mala. Ele sorriu pra mim e me perguntou o que eu tinha enquanto ele parava pra tomar seu café de máquina, e eu cuspi as palavras super nervoso, fazendo ele se engasgar com o próprio café e perguntar se eu tinha ficado maluco.
Abaixei os olhos, envergonhado, e antes que eu pudesse dizer que desconvidaria Tae-oh, Jung-kook disse que sim, que ele podia ir. Como Tae-oh, ele não disse muita coisa. Jung-kook não disse o porquê de ter mudado tão rápido de ideia, nem perguntou porque eu convidei, só me disse que eu deveria me divertir na viagem, e não me preocupar com Tae-oh. Eu prometi pra ele que tentaria meu melhor.
Contar aos resto dos meninos, graças a deus, foi fácil. Eles todos sorriram, e disseram que não havia problema nenhum, já que já estavam acostumados com Tae-oh por perto, e Jin, Hobi e Nam gostavam dele de verdade. Ji-min foi o único que fez cara feia, mas ele não questionou. Ele disse que realmente não era justo alguém passar as férias sozinho aqui. Que deveria ser deprimente.
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Almas Gêmeos - Taekook
FanfictionAlmas gêmeas precisam mesmo serem exclusivamente românticas ? Algumas pessoas costumam se referir a elas como "irmãos de almas" em questão de amizade, ou "caras-metades", no quesito romântico, sabemos, mas isso tudo precisa ser tão preto no branco a...