Tae-hyung
Eu não tenho uma relação muito boa com sonhos.
Na maioria das vezes, eu realmente não os tenho. Eu acho que nunca durmo o suficiente para tê-los, de qualquer maneira. Quando eu sonho, geralmente é bem breve, e sendo completamente honesto, bem estranho. Não do jeito estranho considerado normal, como sonhar que estava voando ou com animais falantes, mas de um jeito estranho meio chato, porque eu nunca me lembrava sobre o que eu sonhava quando acordava. Não importava o quanto eu tentasse, eu nunca conseguia me lembrar do que era.
Eu só sabia se ele era bom ou ruim, porque eu acordava ou com a sensação boa, ou acordava com meus próprios gritos. O de hoje foi ruim, porque embora eu tenha despertado em silêncio, acordei chorando.
Isso era normal pra mim. Quando éramos crianças, logo depois que eu me mudei, Ji-min chegou até a me fazer um filtro dos sonhos, com a intenção de deixar esses sonhos longe. Eu acreditava que ele funcionava, já que eu quase não tinha esses sonhos mais, e por um momento, me pergunto o que tem de errado com ele dessa vez.
Me sento repentinamente, e como não bato a testa no teto do quarto, como sempre acontecia no dormitório, eu me lembro imediatamente de onde eu estava. Era por isso que eu não estava conseguindo dormir. Meu filtro dos sonhos está amarrado na cabeceira da minha cama, em Seul, e agora, estou em Jeju, muito longe de casa.
Era só a terceira noite aqui, e por isso, me sinto ainda muito perdido. Meio estranho.
Eu coço meus olhos, enxugando as lágrimas, e esfrego meu rosto soltando um suspiro. Eu coloco minha mão sob o meu travesseiro, e pego meu celular para conferir as horas.
São três da manhã, um horário horrível. Tarde demais pra permanecer acordado, e cedo demais pra levantar.
Eu preciso voltar a dormir.
Desço do beliche devagar, totalmente em silêncio pra não acordar Nam-joon na cama de baixo, sem sequer pensar duas vezes se é uma boa ideia mudar de cama assim. Não há motivo para tentar voltar a dormir sozinho sendo que meu melhor amigo está dormindo do outro lado do quarto.
Eu me conheço, sei que não vou conseguir voltar a dormir a menos que eu me sinta mais calmo. Preciso da companhia do Ji-min o mais perto possível agora, mais do que a companhia que eu já tenho dos meus amigos nesse momento, o que por si só, já era bastante.
O fato de eu me sentir tão confortável com eles aqui parecia um bom sinal sobre as coisas que aconteceriam na viagem, isso é, até chover. Fazem cerca de cinco horas que está chovendo, e a chuva não parece perto de querer parar.
Eu levo um susto quando um raio clareia o céu, e por um momento, quase desisto de ir até Ji-min. O quarto é pequeno, possui dois beliches e uma cama de casal (que pertencia a Jung-kook) próxima a janela, que é onde Ji-min dorme, por ter ganhado no Pedra, Papel e Tesoura. Por sorte, ele estava na cama normal (que provavelmente era a única cama que comportaria duas pessoas, de tão pequenos que os beliches eram), porém, com as cortinas meio abertas em cima dela, e com todo o vento e relâmpagos que eu podia ver lá de fora, a ideia de deitar lá não parecia tão boa assim. Odeio chuva, e não sei se vou conseguir dormir vendo o céu clarear bem a minha frente assim.
Não era algo muito corajoso pra se dizer, mas sim, eu não conseguia dormir muito bem quando chovia. Não por medo, mas... eu não sei, talvez desconforto. Às vezes, me sinto um idiota por isso, porque é uma coisa irracional que tenho com a chuva, mas eu não conseguia evitar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Almas Gêmeos - Taekook
FanfictionAlmas gêmeas precisam mesmo serem exclusivamente românticas ? Algumas pessoas costumam se referir a elas como "irmãos de almas" em questão de amizade, ou "caras-metades", no quesito romântico, sabemos, mas isso tudo precisa ser tão preto no branco a...