Capítulo 17 - MAGIC SHOP

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Jung-kook

Exatamente às oito da manhã (o que era uma ótima notícia, porque geralmente acordava às sete), meu relógio biológico, como toda vez, me acorda igualzinho o despertador do Pica-Pau: com uma martelada na cabeça. Quase que literalmente, porque eu acordo no mesmo momento em que o Jin se mexe, e ele dá com o pé dele bem na minha cara.

Mesmo com o nariz dolorido, eu solto uma risada enquanto tiro o pé dele de cima de mim. Mesmo depois de duas horas de sono, eu ainda assim acordo sem problema nenhum. Na real, eu acho que nunca dormi tão bem. Em toda a minha vida.

Esfrego meus olhos, ainda muito sonolento, e tento olhar em volta enquanto meus olhos de acostumam com a escuridão. O quarto tá meio escuro, as janelas ainda estão fechadas, mas com a luz que entra por debaixo da cortina, dá pra enxergar se você se esforçar. Eu foco meus olhos no canto do quarto primeiro, onde duas sombras muito estranhas se instalaram.

Hobi e Yoon estavam dormindo quase em cima do outro no puff gigante do Ji-min. É super engraçado ver como são diferentes, e em como dá certo eles dois. Quer dizer, eles até dormem o mais diferente um do outro possível.

Hobi dorme todo torto, literalmente de cabeça pra baixo, com cada perna jogada pra um lado, e com a boca aberta e o cabelo bagunçado, enquanto Yoon-gi dormia todo encolhido do lado, de braços cruzados, com os olhinhos fechados e a boca fazendo um sorrisinho suave, como se ele fosse um anjo. Eles dormiam cada um do seu jeito e no seu espaço, bem diferente dos casais normais que dormiam de conchinha, mas permaneciam de mãos dadas durante o sono, o que pra mim, era mil vezes mais bonitinho que qualquer abraço.

Escuto um ronco do tipo britadeira, que faz até os hyungs se mexerem, e estico meu pescoço pra baixo, pra fora da cama, pra onde Jin e Nam compartilhavam um colchão no chão. Jin dorme como uma estrela, todo espalhado, com um dos pés aqui em cima da cama do Ji-min (o pé que me acertou) e com um braço na cara de Nam, que dormia de bruços com o rosto enfiado no travesseiro, que mesmo assim, não era o bastante pra abafar seus roncos.

A cena deles dormindo ficava mais caótica ainda depois de perceber que os dois estavam com os pés pra fora da cama, porque o colchão era pequeno demais pra eles. Devem ter chutado a noite toda tentando achar uma posição confortável.

Eu solto uma risada vendo eles (e claro, aproveito pra tirar uma foto dessa cena linda), e aí bocejo, voltando a ajeitar minha cabeça no travesseiro, morto de preguiça. Deitado de novo, eu finalmente presto atenção na posição horrorosa que eu tô, e antes de reclamar pra alguém tirar as pernas de cima de mim, eu olho em volta. Quando reparo em como dormimos, sinceramente, não sei como meu coração não para.

Eu queria dizer que foi totalmente sem querer, que foi destino, mas a real é que tudo foi Tae-hyung, tudo.

Quando cansamos de quase destruir a casa dos Park (que graça a deus estavam acordados quando chegamos, assando umas coisas pra adiantar o trabalho do café, e só riram da gente quando chegamos aos tropeços) e finalmente tomamos vergonha na cara pra dormir, Hobi e Yoon reclamaram o puff como deles na mesma hora, e já foram deitar, esgotados. Tae-hyung pegou um colchão de dormir no armário de Ji-min, no lugar que ele disse estar há quase vinte anos, e quando o estendeu no chão, Nam se ofereceu pra dormir nele na hora, provavelmente achando que teria paz sozinho. Ele obviamente se enganou e acabou se lascando, por Jin disse que preferia dormir com quinze Nam's a dividir uma cama de solteiro com três pessoas, então eles foram deitar juntos. Não fiquei muito surpreso quando ficou claro que ficaríamos eu, Tae-hyung e Ji-min na cama do quarto, pelo menos não até Tae-hyung anunciar que ia dormir na cadeira da escrivaninha do Ji-min com um sorriso super satisfeito.

Almas Gêmeos - TaekookOnde histórias criam vida. Descubra agora