Irene não se cansava de repetir:
_ Fica no ninho, sua galinha desnaturada! Teus pintinhos tão na chuva! Eles tão com frio, e molhados!
Porém, a galinha continuava a ciscar na chuva fria, sem se importar com a chuva, tampouco com o frio. Os dois últimos pintos ainda vivos piavam incessantemente.
_ Mas que bicho burro, sua galinha choca! Tu não quer ficar no ninho com os pintinhos, onde tem comida e palha sequinha pra esquentar eles! Assim, eles ficam doentes e vão acabar morrendo! Pára, bicho burro!
Como se fosse realmente escutar a ordem de Irene, a galinha parou. Porém, não voltou ao ninho. Seus pintinhos, desprotegidos, silenciaram de repente, pois foram rapidamente engolidos por um enorme lagarto que os espreitava a algum tempo.
_ Eu te falei que tu não merece ter filhotes! Não cuidou deles como devia! Agora, esse monstro daí comeu eles. Agora estão mortos!
Enraivecida com o réptil, tentou acertar-lhe a cabeça com uma pedra. Porém, a pedra se partia em minúsculas partículas antes de chegar à cabeça do lagarto.
_ Seu monstro!!! Acabou com a vida de dois seres indefesos!
O lagarto, com sua língua bifurcada, olhou-a, e dele saiu uma voz:
_ Mulher... Mãe que abandona seus filhos...
*
_ Essa é a fórmula que devem usar pra chegar à resposta certa!
Diana, a professora, notou que Lenir estava inquieta,e não estava prestando atenção em sua explicação. Inclinou-se ao lado da menina, e com a voz doce, perguntou:
_ Algum problema?
Lenir limitou-se a baixar os olhos, sem responder. Seu semblante fechado denunciava que algo estava errado, pois sempre era uma aluna participativa e ativa em aula. Diana pôs a mão no braço da aluna e piscou.
_ Tudo bem, amada... Quando quiser conversar, estarei aí! E não se esqueça... Quando eu tô triste, eu conto silenciosamente até dez, respiro fundo e confio em Deus. Dá certo, sabia?
Lenir olhou timidamente para a professora.
_ Obrigada, profe. Vou tentar fazer isso.
A professora voltou às atividades docentes, feliz por ter conseguido chegar ao coração da aluna de uma maneira branda, que não a assustasse. Porém, notou que a inquietação não estava somente em Lenir. Reparou que Lenice, apesar de estar fazendo as atividades propostas, também mostrava um semblante triste. Assim que bateu o sinal do intervalo...
_ Eu peço que as alunas Lenice e Lenir fiquem um pouquinho mais na sala. O resto pode sair.
Os colegas entreolharam-se.
_ Bahhhh! Vão levar castigo!
_ O que será que elas fizeram?
Os colegas das manas saíram para o intervalo, exceto Miguel, que ficou sentado em sua classe. Diana estranhou:
_ Ué, Miguel... Não quer sair pro recreio?
A resposta de Miguel estava na ponta da língua:
_ Professora... Se as manas vão levar castigo, pode me castigar também, e eu vou chamar o Chico também! Nós quatro fazemos tudo juntos. Elas são como se fossem irmãs pra nós!
Com os olhos marejados, Diana explicou:
_ Não é isso, Miguel... Eu quero conversar com elas pra saber o motivo dessas carinhas tristes e desanimadas.
As meninas entreolharam-se em silêncio, baixando os olhos em silêncio. Miguel, que sentiu-se na obrigação de ajudar as manas, meteu-se no assunto.
_ Eu sei o motivo, professora! Se elas não quiserem contar, eu conto!
Lenir parecia querer fuzilar o amigo com os olhos. Miguel baixou o tom de voz, olhando para as meninas.
_ Se vocês deixarem, claro... Eu só quero que vocês não fiquem mais tristes...
Diante da situação constrangedora, Diana resolveu:
_ Farei assim: pra ninguém ficar de mal, vou levar vocês quatro pra casa depois da aula... As meninas, o Chico e você, Miguel. Sei que moram pertinho um do outro. Assim fica mais fácil pra ti com as muletas, não?
_ Claro!
_ E aí conversarei com a mãe das manas, certo? E resolveremos esse problema de tristeza logo, logo...
Diante dos olhos tristes das meninas, Miguel repetiu:
_ Eu não quero ver vocês duas tristes... Ou vou me vestir de palhaço pra fazer vocês duas rir... E eu sei que o Chico vai me ajudar!
Diana sorriu, pois sabia que Miguel era capaz de qualquer coisa para fazer as amigas sorrir.
_ Eu não duvido que vocês façam isso, Miguel. Eu sempre soube que vocês quatro são muito unidos.
Miguel olhou para as meninas, respirou fundo e completou:
_ Somos unha e carne, profe!
_ Poderão sair agora para o intervalo, crianças. Quando bater o sinal de término da aula, esperarei por vocês quatro no portão da escola, combinado?
_ Combinado, profe!
Conforme o combinado, ao término do turno de aula, Diana esperou as quatro crianças no portão.
_ Vamos? Entrem e coloquem os cintos de segurança, por favor. Quem for mais velho pode ir na frente, ao meu lado.
Os meninos estavam felizes por entrar no carro de uma das professoras preferidas deles. Miguel estava eufórico.
_ As mais velhas são as manas! Vão ter que puxar par ou ímpar!
Lenir limitou-se a entrar no carro em silêncio. Porém, Lenice baixou os olhos e respondeu tristemente.
_ Pode ir na frente, Mig... Tu tem a perna machucada...
Diana sorriu, segurando firme no volante..
_ Então, apertem os cintos, galerinha, que a professora Diana vai se transformar no Ayrton Senna nos próximos segundos!
As crianças entreolharam-se, e não conseguiram segurar o riso.
_ Nunca imaginei que a senhora gostasse de Fórmula Um!
_ Eu amo tudo que é tipo de esportes, galerinha! Esporte é vida!
Miguel olhou para a professora e raparou as tatuagens em seu braço.
_ Então é por isso que a senhora é tão bonita, profe! A senhora pratica esportes!
Quando tinha acabado de falar, ele corou, baixando os olhos.
_ Desculpa, professora... Eu não quis...
Diana sorriu, respondendo educadamente:
_ Tudo bem, Miguel... Não ofendeu... Ao contrário... Obrigada pelo elogio.
Após a resposta educada de Diana, Miguel ficou observando a tatuagem e arriscou:
_ Posso... Posso fazer uma pergunta? Dói fazer tatuagem?
_ Dói bastante, porque é feita com uma agulha especial que injeta tinta embaixo da primeira camada da pele.
Miguel pareceu arrepiar-se com a resposta. Porém, sua curiosidade ainda não tinha terminado.
_Ela sai quando a senhora toma banho?
_ Não, meu guri! Tatuagem não é um desenho feito com lápis. É uma pigmentação especial que uma pessoa especializada em tatuagem usa pra fazer a tatuagem.
_ Crianças podem fazer tatuagem, profe?
_ De jeito nenhum, Miguel! É proibido por lei crianças fazer tatuagem!
_ Que pena... Eu ia fazer uma bem bonita também.
_ Mas só quando tiver idade, Miguel.
Alguns minutos e já estavam em frente à casa de Miguel.
_ Pronto, meu guri! Entregue são e salvo! Viu como sei pilotar bem um carro de Fórmula Um? Não errei uma curva!
_ Obrigado pela carona, professora!
_ Agora, direto pra casa das gêmeas!
Ao chegar, as meninas e Francisco saltaram do automóvel rapidamente. Tina estranhou:
_ Ué... O que aconteceu, que a professora veio trazer vocês? Alguém se machucou?
As meninas ficaram em silêncio. Francisco não esperou a professora falar.
_ Ela quer conversar com a senhora, tia Tina!
_ Pois então, entre e puxe um banquinho, professora! E vocês, crianças... Deixem a professora falar!
Lenice sugeriu:
_Vamos dar uma olhada nos pintinhos, mãe. Temos que conferir a água deles. Hoje, quando saímos pra escola, eles tavam com pouca água.
_ Que bom que vocês ajudam a mãe de vocês.. Podem ir, crianças... Não vou sequestrar a mãe de vocês... Sabem o motivo pelo qual vim conversar com ela...
Tina olhou interrogativamente para as meninas. Depois, seu olhar encontrou o rosto de Diana.
_ O que foi que aprontaram dessa vez? Sinceramente, essa fase das crianças é complicada...
_ Não te preocupa, Dona Tina Só vim conversar com a senhora porque notei que as tuas meninas estão muito tristes... Não sei se tem alguma coisa errada com elas...
Tina baixou os olhos.
_ Olha... Eu tô tentando não passar minhas preocupações com o câncer pra elas,mas tá muito difícil, em todos os sentidos... Talvez a gente tenha errado ao expor nossos problemas pra elas... Eu não consigo esconder nada delas. Eu e Claudio nos acostumamos a ter sempre uma relação sincera entre nós.
_ Creio que não tenha errado, dona Tina... Elas já têm idade pra entender... E uma mãe deve ser a melhor amiga e confidente dos filhos, para que eles se sintam à vontade quando tiverem dúvidas ou problemas.
_ Sim... Já estão mais ocupadas em casa também. Cuidam dos bichos pequenos e limpam os viveiros e o galpão. Eu consigo fazer muito pouco, pois o nenê ainda toma a maioria do meu tempo.
_ Eu estranhei só uma coisa... Elas sempre foram aplicadas e atentas. E agora, de uns dias pra cá, notei que tem alguma coisa que está travando elas. Notei que estão meio perdidas, tristes...
_ Eu também notei que elas estão mais quietas. Elas sempre eram dois furacões.
_ Será que é por causa do teu problema de saúde?
_ Não sei... Talvez seja por outro motivo. Daqui duas semanas elas vão fazer a primeira comunhão. E eu não tenho como gastar dinheiro com compras ou aluguel de vestidos pra elas. Fui sincera com elas. Falei que dessa vez elas teriam que ir com os vestidos que elas têm no armário. Afinal, acho que não é a roupa que faz a comunhão, e sim, o coração.
Diana sorriu docemente.
_ Eu sei disso, dona Tina, mas na idade delas é muito importante que elas se sintam iguais a outras crianças, com medo de serem excluídas. É a idade que as crianças formam grupos através das afinidades.
Tina baixou os olhos, tristemente.
_ Eu sei disso, professora. Mas o pouco dinheiro que temos agora temos que segurar pra comprar comida e pagar a luz. Ou vai faltar... Não tenho mais como trabalhar, por enquanto.
_ Compreendo...
_ Nos desculpe, professora. Vou tentar conversar com elas de novo. Elas vão melhorar na escola.
De repente, Diana ergueu as sombrancelhas.
_Eu tive uma ideia! Quero conversar com elas. Me autoriza? Vou resolver o problema delas, e elas vão voltar a ser as alunas mais aplicadas da classe!
Tina olhou com surpresa para Diana. O que ela teria para falar para as meninas, que resolveria a situação delas na escola?
_ Autorizo sim, professora. As crianças já devem estar chegando de tratar os pintinhos. E devem tá com fome. Quando chegam da escola, sempre assaltam a geladeira! Nessa idade são como um saco sem fundo!
A professora sorriu.
_ Normal... Eu também era assim na adolescência.
Como Tina previra, as meninas entraram na casa, abrindo a geladeira. Diana aproveitou:
_ Meninas... podemos conversar?
Com as mãos cheias de frutas, olharam com surpresa para a professora. Depois, seus olhos procuraram o rosto da mãe, que acenou afirmativamente.
_ Claro, profe!
_ Então, vão fazer a primeira comunhão daqui a duas semanas... Eu quero dar um presente pra cada uma de vocês, por sempre ajudar a mamãe e serem essas alunas aplicadas que são!
As meninas entreolharam-se, sem compreender.
_ Nós... Não vamos fazer festa, profe.
_ Eu sei disso, amadas. Não estou me convidando pra festa nenhuma... Estou sabendo que vocês estão cumprindo seus deveres em casa e na escola. E é por isso que quero dar esse presente pra vocês.
_ Obrigada, profe. Mas não precisa...
_Quero convidar vocês pra ir junto comigo ao centro. Vamos visitar a loja de uma amiga minha, que é especializada em vestidos de primeira comunhão. E sapatos também...
Lenice arregalou os olhos, já brilhando de emoção.
_ Profe... A senhora vai... Alugar vestidos pra gente?
_ Não, amadas... Vou comprar um vestido e um par de sapatos pra cada uma de vocês duas. E quero que escolham os mais bonitos!
Diana presenciou três olhares de surpresa. Tina ficou emocionada.
_ Professora Diana... Não pode gastar tanto... Vai lhe fazer falta... Sei que professora não ganha muito...
Diana sorriu, olhando para as meninas, cujos olhos brilhantes denunciavam felicidade.
_ Não fará falta, Dona Tina. Pode ter certeza que ver a alegria das manas não tem preço! Então... Posso dar meu presente pra elas? Prometo que vou fazer esses rostinhos sorrir de novo!
_ Pode, claro.
_ Então faremos assim: sábado, pela manhã,virei buscar elas pra levar pra loja, aí elas almoçam comigo e à tardinha trarei elas de volta. Pode ser?
_ Combinado.
_Então, vou deixar vocês e voltar pro centro. Tenho algumas coisas pendentes a resolver.
O sábado custou a chegar para Lenice e Lenir. Já cedinho, Diana levou-as até o centro. Escolheram os vestidos e os sapatos.
_ Agora vamos almoçar no meu apartamento, certo? Estou tapada de fome!
As meninas entreolharam-se timidamente.
_ A gente nunca entrou num apartamento antes.
Diana sorriu.
_ Então, vão gostar de andar de elevador, marujas! É como um barco... Tem gente que até se sente mal. Vamos?
Àquelas alturas, as meninas já entraram no clima brincalhão de Diana. Os rostos sorridentes mostravam que a professora havia conseguido cumprir sua promessa.
_ Vamos esvaziar as panelas e encher essas barriguinhas, meninas! Depois, no freezer tem um pote de sorvete nos esperando!
Após aquele sábado maravilhoso, Diana e as meninas voltaram à tardinha, conforme o combinado. As meninas não paravam de falar.
_ Mãe, mãe, mãe... Nós andamos de elevador! A profe Diana mora num apartamento! Dá pra ver todo o campo de futebol do Igrejinha Futebol Clube!
Após ver os vestidos e sapatos, Tina ficou de queixo caído.
_ Mas são lindos, professora! Eu não teria dinheiro nem pra alugar uns vestidos tão bonitos... E sapatos novos! Não tenho palavras pra agradecer...
_ Pois agradeça apenas a Deus, Dona Tina. Ele me deu saúde, mas eu não posso ter filhos... Então, não me custa nada alegrar um pouco crianças maravilhosas como suas filhas!
_ Que Deus te abençoe sempre, professora Diana. Posso te dar um abraço?
_ Deve... E veja se faz esse teu tratamento pra curar esse câncer direitinho, pois não quero ver as carinhas dessas meninas tristes de novo!
_ Posso te fazer um pedido?
_ Pode...
_ Na verdade, é um convite... Não vamos fazer festa na primeira comunhão das manas, mas eu gostaria de pedir que você fosse na igreja, assistir a primeira comunhão delas.
Diana olhou para as meninas, que pareciam esperar a confirmação do convite.
_ Mas é claro que eu vou, meninas! Com muita honra!
_ Obrigada, profe!
_ E quero que vocês duas voltem a ser as meninas aplicadas que sempre foram. Prometem?
_ Prometemos!
O dia tão esperado da primeira comunhão chegou. Os vestidos brancos de Lenice e Lenir combinavam com os longos cabelos loiros caídos na cintura.
_ Não tinha como levar elas pra um cabeleireiro, Teresinha.
_ Ficaram lindas, Dona Tina! Escolheram bem os vestidos e os sapatos. Sem dúvida, estão muito bem pra renovar a promessa feita a Deus no batismo. Parecem dois anjos...
Tina sentiu duas lágrimas brotar nos olhos.
_ Não fale em anjos, Teresinha... O Claudio... Ele amaria ver elas como estão...
_ Deus precisou do Claudio lá no céu, Tina... E pode ter certeza que ele tá vendo as filhas agora.
O barulho do carro de Arnaldo interrompeu a conversa.
_ Vamos? Está quase na hora... Quem pode chegar atrasada é a noiva, e hoje não é dia de casamento!
O riso espalhou-se entre os presentes.
_ Tomem cuidado com a roupa, crianças. Não vão sujar...
Igreja repleta de pessoas... Os jovens que renovariam sua promessa a Deus estavam nervosos, pois seriam eles os oradores de boa parte do culto. Miguel, que também estava entre os jovens, sentiu que, de alguma maneira, aquela ocasião era um marco de transição. Olhou para a fileira dos pais dos confirmandos, e seu semblante ficou triste por ver Arnaldo sozinho. Ficou ali, com o olhar preso à figura do pai, sentindo as lágrimas descendo pelo rosto. Em silêncio, seu pensamento procurou conversar com Deus:
_ Deus... Se for a tua vontade, não deixa que o pai fique triste e sozinho... Eu gostaria tanto de ter uma família de verdade... E ver ele feliz.
Com os olhos marejados, olhou para os lados. E para sua surpresa, seu olhar encontrou o olhar triste de Lenir. Ela desviou o olhar, direcionando-o à Tina, cujo lugar ao lado dela também estava vazio. Miguel viu no semblante de Tina a mesma tristeza que encontrara em Arnaldo.
_ Deus... Eu não quero pensar... Estamos em tua casa, Senhor... Que seja feita a tua vontade...
A oração silenciosa de Miguel foi interrompida pela voz do pastor.
_ Queridos irmãos... Hoje estamos reunidos na casa do Senhor, e muitas pessoas estão presentes.
Em seguida, dirigiu-se em voz baixa até a fileira destinada aos pais dos confirmandos.
_ Temos algumas pessoas idosas sem cadeira. Peço que, se for possível, que as duas cadeiras vagas entre vocês sejam cedidos a esses idosos. E pra isso peço que o senhor Arnaldo ocupe o lugar vago ao lado da senhora Ernestina.
Após ver a tristeza no olhar de Lenir, Miguel olhou para o alto, parecendo ter visto um vulto. Apertou os olhos para ver melhor, e quando voltou o olhar para o pai, ele já não estava mais lá.
_ Ué... A cadeira dele sumiu...
A voz do pastor interrompeu-lhe os pensamentos.
_ Queridos irmãos em Cristo, agora vamos dar início a esse culto todo especial.
Conforme o praxe, os confirmandos participaram ativamente de uma parte da oratória do culto. Ao término dessa fase, Miguel passou os olhos pela fileira de pais, à procura da figura paterna. Seus olhos se iluminaram com a cena que encontrou. Arnaldo, sentado ao lado de Tina, segurando o pequeno Claudino ao colo.
_ Deus... Obrigado, Deus...
O coração de Miguel parecia tremer dentro do peito em frente àquela cena. De repente, reparou que Lenir e Lenice também observavam a cena, sorrindo. Olhou para o alto e não conseguiu segurar:
_ Obrigado, Deus... Obrigado por me mostrar uma família!
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INFÂNCIA ROUBADA
RandomHistória baseada em fatos reais. ALERTA DE GATILHOS: contém violência, abusos, suicídio e morte. Não indicado para menores de 18 (dezoito) anos e/ou pessoas sensíveis aos assuntos abordados. Miguel e Mary são duas crianças, irmãos... Após a tenta...