Capítulo 32: Beer pong.

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O sorriso de Briar era muito genuíno, como se tudo que ele precisasse era uma confirmação minha. Toda a estranheza de ontem sendo substituída por pura adoração, porque assim como os outros amigos de Julian, Briar era um doce e era simplesmente impossível não ficar encantada com ele.

—Quando você vai jogar? —Indaguei, me inclinando pra frente e falando um pouco mais alto, porque a música e as conversas pareciam que estavam mais altas também, quase deixando impossível que Briar me ouvisse.

—Tenho jogo na próxima quarta à noite. —Briar falou depois de pensar por um segundo, enquanto meu coração se apertava com a lembrança de que eu não era livre pra fazer o que quisesse e que eu literalmente havia fugido de casa para estar naquela festa. Mas era porque minha mãe não estava em casa. Só que ela vingaria amanhã, o que mudava absolutamente tudo. —Acha que consegue ir? Posso conseguir um camarote pra você e pro Julian.

—Gente rica é outra história, né? —Mavie comentou do meu lado, arrancando uma risada de Briar, que sequer desviou os olhos de mim para encara-la. Ele estava apenas esperando por uma resposta minha.

—Eu não tenho certeza. É complicado. —Afirmei, vendo o sorriso dele diminuir um pouco, provavelmente notando a mudança nas minhas ações. Minha animação tinha ido embora, dando lugar a tensão e a uma sensação pesada no meu peito. —Eu preciso ver com a minha mãe. Mas eu prometo que vou tentar ir.

—Sua mãe não gosta que você saia muito? —Briar questionou, entrando em um ponto um pouco complicado da minha vida.

—Na verdade, não. Ela é superprotetora ao extremo. —Soltei uma risada sem graça, vendo Briar erguer as sobrancelhas, com uma expressão que soava como se ele estivesse gravando aquela informação em uma parte importante do seu cérebro. —Mas eu vou falar com o Julian e ele te avisa se a gente puder ir.

—Você pode me passar o seu número e me avisar. —Briar sugeriu, puxando o celular do bolso.

Várias coisas aconteceram ao mesmo tempo naquele momento. Eu fiquei rígida, sentindo o calor subir para o meu rosto como se eu fosse entrar em combustão, porque não sabia o que dizer a ele. Jasmine pareceu se encolher consideravelmente ao meu lado, como se alguém tivesse lhe dado um tapa no rosto, enquanto Mavie soltava uma respiração pesada e escondia o rosto entre as mãos.

—Uau, cara, você é rápido, hein? —Mavie soltou, em meio a uma risada constrangida. —Coitado do Julian.

—O que? —Briar olhou para Mavie confuso, antes de balançar a cabeça negativamente várias vezes por segundo, um pouco assustado. —Eu não estou dando em cima dela. Eu só estou tentando ser legal. Abigail é... —Ele balançou a cabeça negativamente, como se fosse falar algo errado. —Não é e o que parece.

—Está tudo bem, Briar. Sei que só está tentando ser legal. —Abri um sorriso pra ele, antes de indicar seu celular. —Eu não tenho celular então...

—Ah, desculpa. —Briar guardou o celular de volta, enquanto um clima estranho tomava conta de nós quatro. Briar parecia pensativo, Mavie parecia frustrada, enquanto Jasmine parecia cansada. E eu estava uma confusão, querendo que Julian voltasse pra eu poder me esconder nos braços dele.

—Ei, Briar, hora de dar o seu show no beer pong. —Um cara passou por ali, dando um soco no ombro de Briar, enquanto algumas pessoas saiam da piscina e entravam na casa. —Nathan está te esperando lá dentro.

—Beer pong? —Indaguei, um pouco confusa, porque nunca tinha ouvido falar daquilo.

—Nunca jogou? —Briar indagou, ficando de pé, enquanto eu balançava a cabeça negativamente. —É só um jogo envolvendo copos de bebida, uma mesa e uma bolinha de pingue-pongue. —Ele hesitou, antes de indicar a casa. —Quer tentar jogar? É divertido.

Mordi o lábio, olhando para a entrada da casa vendo se Julian já estava vindo. Como não o encontrei, concordei com a cabeça, vendo o sorriso voltar ao rosto de Briar quando ele indicou que eu o seguisse. Mavie grudou em Jasmine quando me levantei e segui para dentro da casa com ele, tentando não me perder na confusão de pessoas que estavam ali.

—O rei do beer pong chegou, galera! —Um rapaz gritou quando chegamos perto de uma mesa onde estavam vários copos de bebida. As pessoas ao redor gritaram na direção de Briar, que apenas sorriu e acenou pra todos eles como se fosse um tipo de celebridade que todos adoravam. —Eu e você, Briar?

—Não, escolhe outro parceiro. Vou ensinar a Abby a jogar. —Briar afirmou, tocando meu cotovelo e me puxando para um dos lados da mesa, onde eu observei os copos cheios de bebida formando um triângulo na nossa ponta e outro na ponta oposta a nossa. —Tudo que precisamos fazer é jogar a bolinha para que ela quique na mesa e caia dentro de um daqueles copos. Cada vez que a gente acerta, eles precisam beber o conteúdo e remover o copo. Vence quem conseguir eliminar todos os copos do outro time primeiro.

—Eu vou precisar beber? —Indaguei, fazendo uma careta, porque só o cheiro de cerveja deixava meu estômago esquisito. Briar riu, balançando a cabeça negativamente.

—Eu bebo por você, não se preocupe com isso. —Ele piscou pra mim, fazendo meu coração se derreter um porquinho, antes de jogarem a bolinha de pingue-pongue pra gente.

Briar jogou primeiro, me deixando ver como o jogo funcionava. Ele acertou o copo de primeira, fazendo os dois rapazes do outro lado rirem e beberem o conteúdo, antes de lançarem a bolinha na direção dos nossos copos. Soltei uma risada quando eles acertaram, vendo Briar soltar um gemido de insatisfação e pegar o copo, virando toda cerveja na boca de uma vez só.

—Sua vez, Abby. Acaba com eles. —Briar afirmou, me entregando a bolinha.

Fiquei um pouco nervosa e acabei errando, o que gerou uma onda de risadas pelas pessoas ao redor da mesa, o jogo se seguiu, com Briar acertando na vez dele e eu errando mais uma. Mas na terceira tentativa eu tentei me concentrar mais, ignorando as pessoas que riam e os rapazes me provocando do outro lado da mesa, antes de jogar a bolinha e vê-la quicar na mesa para cair dentro de um dos copos da ponta.

Soltei um grito junto com todo mundo, erguendo as mãos pra cima pra comemorar, enquanto me virava para Briar. Ele riu da minha reação animada, antes de indicar algo atrás de mim. Me virei e vi Julian escorado em uma das paredes no canto da sala, ao lado de Victor e Millie. Os três estavam observando o jogo. Julian sorriu assim que o olhei, parecendo feliz por ver que eu estava me divertindo.

Voltei a prestar atenção no jogo, seguindo os conselhos de Briar, porque ele não errou uma única bolinha que lançou. Mas no final estávamos com dois copos e eles com apenas um e foi para as minhas mãos que Briar direcionou a bolinha. Lancei um olhar demorado pra ele, porque tinha certeza que ia errar. Mas ele acenou com a cabeça para que eu fosse, com uma expressão muito confiante no rosto.

—O rei do beer pong é você, não eu. Não esqueça disso quando eu errar e a gente perder. —Afirmei, arrancando uma gargalhada dele, que fez minhas bochechas doerem de tanto que eu estava sorrindo. 

Me inclinei sobre a mesa, focando naquele único copo que estava cheio até a borda de cerveja. Minha pulsação acelerou, porque percebi que queria tanto ganhar aquilo, por mais idiota que aquele jogo fosse. Talvez eu fosse competitiva e não sabia. Mas lancei a bolinha, observando ela quicar na mesa e então deslizar pela borda do copo, antes de cair sobre a cerveja dentro dele.

As pessoas ao redor explodiram em gritos e risadas ao mesmo tempo que os rapazes do outro lado da mesa resmungaram um palavrão. Eu soltei um gritinho animado e pulei pra cima com as mãos erguidas, me virando para ver se Julian tinha visto o que eu havia acabado de fazer. Ele já estava do meu lado, rindo junto com todo mundo antes de eu jogar meus braços ao redor dos seus ombros.

—Você viu o que eu fiz? —Indaguei, sem conseguir parar de comemorar aquilo, vendo ele rir e confirmar com a cabeça, antes de deixar um beijo demorado na minha bochecha, como se estivesse muito feliz por mim.

—Agora estou me sentindo traído. Eu que era seu parceiro não ganho abraço? —Briar exclamou atrás de mim, me fazendo soltar uma gargalhada, enquanto Julian revirava os olhos ainda sorrindo, me deixando sair do calor dos seus braços.

Me virei para Briar precisando ficar na ponta dos pés para alcançar os ombros dele e o abraçar. Não havia notado até aquele momento o quão alto Briar era, até ele me abraçar de volta e tirar meus pés do chão. Seu abraço era apertado e caloroso, trazendo uma sensação quentinha para o meu coração acelerado.



Continua...

Como conquistar Abigail Brooks / Vol. 4Onde histórias criam vida. Descubra agora