A casa na árvore era absolutamente incrível. Não demorei um segundo para subir as escadas e entrar lá dentro, observando a forma que Julian havia ajeitado todas as suas coisas ali. Meus lábios se abriram em um sorriso quando encarei o interior da casa, vendo uma cama arrumada no chão, ao lado de um puff preto redondo. Luzes penduradas de cada lado, além de pôsteres de jogos e filmes nas paredes.
Em uma das paredes haviam uma mesa retangular que ocupada o espaço todo, onde havia uma tv e duas caixas de som, devorada com vários bonecos e um sabre de luz. Caminhei até ali, tocando cada uma das coisas, sentindo a curiosidade falar mais alto. Só me virei quando Julian entrou na casa da árvore, me lançando um sorriso preguiçoso.
—Esse lugar é incrível, sabia? Não acredito que você não me contou sobre isso antes. —Afirmei, tocando as luzes penduradas pela parede, enquanto Julian me seguia com os olhos. —Seu pai construiu isso pra você?
—Ele e o meu avô. —Julian se sentou no puff preto que havia ali, sem tirar os olhos de mim e o sorriso do rosto. —Não contei porque queria te fazer uma surpresa. Queria ver qual seria sua reação.
Sorri pra ele, sentindo uma sensação que te e acolhedora dentro do meu peito. Hesitei um segundo, sentindo uma onda de vergonha se apossar dentro de mim, antes de caminhar na direção de Julian. Ele se ajeitou naquele puff quando percebeu o que eu ia fazer, cotando um pouco quando me sentei praticamente no seu colo e o abracei.
—Obrigada por tudo que está fazendo por mim. Não tem ideia do quanto isso significa muito pra mim. —Beijei a bochecha de Julian, sentindo suas mãos passarem ao redor da minha cintura. —Não sei o que vai acontecer no futuro, mas quero que saiba que sou muito feliz por ter conhecido você. Vou ser sempre grata a você.
—Ei, não precisa me falar essas coisas. Eu não fiz nada disso esperando algo em troca. —Julian tocou minha bochecha, fazendo meu rosto girar para que nossos olhos pudessem se encontrar. —Fiz isso porque sabia que seria o certo, Abby. Fiz isso porque você merecia muito mais do que estava recebendo. E eu também sou muito feliz por ter conhecido você. Não quero que me agradeça por nada.
Foram poucos segundos antes dos lábios de Julian estarem sobre os meus e sua mão estar deslizando até minha nuca para me puxar mais para perto. Suspirei contra ele, sentindo o frio subir pelo meu estômago, como milhares de borboletas se espalhando por todo meu corpo. O toque dele era gentil, mas seus lábios pareciam mais intensos do que eu estava acostumada.
Julian se afastou com um selinho delicado nos meus lábios, respirando fundo antes de olhar para o meu rosto. O calor subiu para as minhas bochechas quando sorri pra ele, me inclinando para roubar outro selinho, antes de me ajeitar em seu colo e deixar minha cabeça descansando contra seu ombro.
—Posso fazer uma pergunta? —Julian indagou, escorando a bochecha no topo da minha cabeça, enquanto sua mão brincava com a minha. Balancei a cabeça que sim, um pouco confusa com aquilo. —Por que Briar te deu a pulseira dele? —Hesitei, antes de me afastar e erguer a cabeça. Julian tinha deslizando a mão até meu pulso, tocando os dois pingentes que haviam nela. —Notei desde o dia do jogo. Só não sabia se deveria perguntar ou não. Estava esperando que você mesma falasse sobre isso.
—Ah, eu não falei porque... não sei. —Fui sincera, abaixando os olhos para encarar aquela pulseira. —Ele me entregou depois da nossa conversa sobre eu insistir na patinação. Disse que era seu amuleto da sorte e que achava que eu precisaria mais do que ele. Acho que ele só estava tentando ser legal comigo.
Julian me encarou por um tempo, como se estivesse pensativo. Por fim ele apenas beijou minha testa e mudou de assunto. Mesmo assim fiquei me perguntando se ele tinha se incomodado com isso, da mesma forma que eu havia me incomodado em saber sobre sua ex namorada. Mas se ele estava com ciúmes, ele era muito melhor do que eu em disfarçar.
Não sei quanto tempo ficamos ali em cima, antes de ouvirmos a voz de Victor do lado de fora, chamando nós dois. Julian e eu fôssemos até uma janela, encontrando ele e Millie lá embaixo, acenando para que descêssemos logo.
[...]
Os pais de Millie e os pais de Victor eram muito gentis, assim como Natalie. Todos eles tinham ido até ali para jantarmos todos juntos. Foi bom conhecer todos eles e me sentir acolhida, ao mesmo tempo que eu me sentia perdida entre eles, porque minha mãe não estava ali. E ela não era nada parecida com Madelyn e Nora.
As duas ficaram perguntando a Victor e Millie sobre como as coisas estavam em Nova Iorque, se mostrando preocupadas e interessadas na vida dos filhos. Nada de ordens ou avisos. Apenas carinho e atenção. Aquilo fazia meu coração se apertar dentro do peito, porque gostaria que minha mãe estivesse ali interagindo com elas. Mas sabia que minha mãe jamais participaria de um momento como esse.
—Você estuda direito, Abby? —Natalie questionou, chamando a minha atenção. Assenti em responda, um pouco perdida na tentativa dela de conversar comigo. —Julian não tem o costume de falar muito sobre os colegas dele.
—A maioria é absolutamente insuportável. —Julian falou, em uma tentativa de se defender que arrancou uma risada deles. —Mas Abby quer ser patinadora, na verdade. Sempre foi o sonho dela.
—Oh, que perfeito. —A mãe de Victor pareceu genuinamente surpresa, abrindo um sorriso ao olhar pra mim. Ela parecia uma versão mais velha de Ella, com os cabelos ruivos tão bonitos e chamativos quanto os dos filhos. —As crianças conhecem uma patinadora famosa, não é? Não consigo me lembrar o nome dela.
—Você pretende tentar? —Madelyn indagou, me fazendo perceber um momento depois que estava falando comigo, me fazendo perder a resposta que Victor deu a mãe dele.
—Eu não tenho certeza. Acho que já estou um pouco atrasada pra isso. —Dei de ombros, abrindo um sorriso um tanto triste.
—Nunca é tarde demais. Eu larguei a faculdade quando fiquei grávida. Fazia direito, a propósito. —Revelou, fazendo minhas sobrancelhas se erguerem em surpresa, porque Millie nunca me contou sobre isso. —Mas depois que me casei, voltei a estudar, porque nunca parei de sonhar em ser advogada.
—Não contem ao Luc, mas tenho a sensação que ela vai ser a melhor advogada do país. —Justin murmurou, fazendo um coro de gemidos e reviradas de olhos soar pela mesa, junto com risadas. Madelyn foi a única que não fez isso, se limitando a lançar um sorriso apaixonado para o pai de Millie.
—Vocês não estão dividindo o casarão com aquele jogador de hóquei? Talvez ele possa ajudar. O pai dele trabalha nessa área de patinação. —O pai de Victor comentou, se referindo claramente a Briar.
—Ele já conversou comigo sobre isso. —Afirmei, um pouco sem graça por perceber que todos estavam olhando pra mim naquele momento, como se esperassem que eu dissesse que ia tentar. —Acho que eu preciso pensar um pouco ainda. É mais complicado do que parece pra mim.
—Sempre é. —Madelyn suspirou, como se pudesse me entender.
—Me perdoe perguntar, mas os seus pais não a apoiam nisso? —O pai de Julian questionou do nada, fazendo um silêncio esquisito tomar conta da mesa de jantar, enquanto eu murchava na cadeira que ocupava.
Continua...
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Como conquistar Abigail Brooks / Vol. 4
RomanceAbigail Brooks está muito longe de ser a Rapunzel, mas foi criada a sete chaves desde criança. Estudando desde a infância em casa e tendo todo o contado com o mundo vindo apenas de sua mãe, ela está mais do que ansiosa para descobrir o que existe al...