cap. 50

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Coringa 💥

De volta a Bahia, aqui virou minha segunda casa, os cara aqui me fortaleceu grandão, nóis só sabe quem é por nóis quando ta na pior, desde que eu acordei do coma vim pra cá, aqui me deram todo suporte que eu precisava, até voltar a andar e os bagulho tudo. Não precisei me preocupar com nada os cara me fortaleceu com tudo, mas depois que melhorei troquei uma ideia com o coroa e voltei a ativa, precisava ganhar dinheiro pô, ficar nas custas dos cara dá reggae não.

Levei o Rafael para dá um giro pela favela.

Rafael: aqui é diferente do Rio, até o sotaque deles é engraçado.

Coringa: quando cheguei aqui foi foda, eles ria de mim e eu deles pq do sotaque, mas depois foi acostumado, até às gírias acabei pegando, a convivência é foda, agora tem um bagulho aqui que vcs vão estranhar aqui não tem baile, aqui é paredão.

Rafael: que poha é isso? - fala rindo.

Coringa: é tipo baile só  que as música aqui é pagodão, funk aqui se ouve raramente, mas vcs vão gostar.

VN: os paredão daqui é bateno pô, no final de semana vai ter aí nóis vai, botar pra tu pegar as bahiana, te prepara pq as mulher aqui tem um capeta dentro da calcinha é um fogo do caralho.

Rafael: e tu acha que as carioca fica por baixo é, meu coroa que o diga.

VN: nóis vai chegar ali, brota mais tarde na pracinha pô, leva tua mina que eu vou levar a minha.

Coringa: blz, é nóis - faço toque com eles e eles se sai.

Subo para casa com o Rafael. Quando entro em casa vejo a Malu dormindo no sofá.

Rafael: vou pro meu quarto, qualquer coisa chama.

Coringa: de boa.

Parei do lado do sofá e fiquei observando ela dormir. Pô sabe o que é tu olhar pra uma pessoa e todos os sentimentos bons acordar dentro de tu, olho para essa mulher e só consigo pensar que ela é o amor da minha vida. Passamos por tantas coisas, anos longe um do outro mas o sentimento continua a merma coisa.

Malu: dá pra parar de ficar me olhando - fala ainda de olhos fechados.

Coringa: como tu sabe que tô te olhando?.

Malu: pq sei ué! - abre os olhos e fica me encarando.

Ficamos um tempo se encarando, pô dá não, essa mulher fez algum feitiço para mim não é possível.

Ia dar um beijo nela mas algum filho da mísera bateu na porta. Levantei e fui quem era.

Amanda: tô sabendo que tu tá com mulher aqui, quem é a vagabunda?.

Era só o que me faltava!.

Malu: da licença aqui coringa, vagabunda é o caralho!, vem cá essa mulher é alguma coisa sua?

Coringa: claro que não, só fiquei com ela uma vez e a mina emocionou pô.

Amanda: já falei que vc é meu e de mais ninguém, desde quando tu traz mulher pra tua casa?, a única que entrou aqui fui eu!.

Malu: oh mona tu cala a boca e vai fora vem procurar barraco aqui não!.

Amanda: cala a boca vc querida, vai tomar no seu cu, que a casa nem é sua.

Malu: tá aí procurando agonia na casa dos outros e por um macho que nem te quer, pega o pingo de dignidade que caiu no chão e vai embora mona, toma vergonha nessa cara e outra não procure confusão com quem vc não conhece, quem paga pra ver, ver demais, te orienta e cai fora.

Meu Destino (Morro)Onde histórias criam vida. Descubra agora